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sábado, julho 16, 2016

Review: Com "Stranger Things", Netflix mostra que sabe fazer TV desde os anos 80


O Netflix estreou ontem Stranger Things, uma das séries mais divertidas que você vai ver esse ano. Pra quem nasceu nos anos 80, ou mesmo pra quem cresceu vendo filmes daquela década na Sessão da Tarde, os oito episódios de Stranger Things soarão como uma grande reverência a um passado mais simples da cultura audiovisual.

A série marca a volta por cima de uma segura Winona Ryder, no papel de uma mãe na busca desesperada pelo seu filho Will, que desapareceu de repente. A polícia, de início, não se mostra uma grande ajuda, fazendo-a parecer uma louca por acreditar que o garoto estaria tentando se comunicar com ela de uma outra dimensão. Os amigos do garoto, insatisfeitos com o trabalho dos policiais e preocupados com o bem-estar de Will, engajam-se em uma busca paralela e no caminho encontram Eleven, uma menina traumatizada, e que possui poderes sobrenaturais.

Stranger Things não exige nenhum grande esforço intelectual e não reinventa a roda. Seu único flerte com a modernidade é ser uma série que emula o cinema dos anos 80, e não necessariamente a TV daquela época. É o que, basicamente, todas as grandes emissoras de TV e sites de streaming vêm fazendo com suas séries: dando tratamento próximo da cinematografia; só que aqui, o Netflix bebeu de uma fonte pouco explorada, em que pese não ser a única produção atual ambientada nos anos 80.
 
The Americans, por exemplo, é um drama imerso nos anos 80 e nos dias de tensões e incertezas da Guerra Fria. Existe uma construção de época, só que mais focada na realidade.  

Stranger Things não quer ser isso. É uma série que poderia tranquilamente ser exibida num cinema em 1986, que você iria sair da sessão com a sensação de ter visto um filme parecido com tantos outros que você já viu naquela mesma tela. A seu favor, Stranger Things conta com um elenco fortíssimo, especialmente as crianças, e uma história redondinha, gostosa de ver.

Com mais esse golaço, o Netflix mostra que sabe fazer TV desde os anos 80.

Nota: 10/10.

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sábado, outubro 12, 2013

Two and a half men: A terceira série dentro da série

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Só pelos bastidores, Two and a half men conseguiu cravar seu lugar na história da TV. Isso não significa um mérito, afinal todos sabem que são barracos atrás de barracos.

Com a saída do Charlie e a chegada do Walden, internamente Two and a half men já era tratada como uma "nova série". Começou do zero. O próprio Jon Cryer, antes da estreia, chegou a afirmar: "É uma combinação estranha do mesmo show e um show completamente novo. Chuck Lorre e eu estávamos por aí brincando sobre a tentativa de vender a série e quão ridículo soaria a um executivo de televisão: 'O cara é divorciado e seu irmão acabou de falecer, mas ele conhece esse bilionário com o coração partido e...' Tipo, eu nunca compraria esse show."

Passados dois anos, o resultado alguns defendem, mas é praticamente um consenso geral: ficou uma porcaria. Como consequência dsso, a audiência tem caído.

Nesta 11ª temporada, uma nova reviravolta: com a saída de Jake do elenco fixo, resolveram substituí-lo por uma filha perdida do Charlie. Isso mais parece uma tentativa desesperada de ressuscitar o personagem, ou trazer algo dos velhos tempos de volta. E tem funcionado, de certa forma.

A verdade é que, agora, estamos diante de uma terceira série. À primeira vista, o mais estranho é a falta de rumo do personagem Walden. Mais do que nunca, ele (que nunca se encaixou perfeitamente naquele universo) está sobrando. Jenny pode não ser a salvadora da pátria mas tem roubado algumas cenas. Até aqui, a participação da Evelyn tem sido mais frequente e isso é muito bem-vindo.

Nota para a temporada (até agora): 6,5.


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segunda-feira, agosto 26, 2013

Review de Rebelde: versão mexicana

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Rebelde
Emissora: SBT/Televisa
Exibição: 2004 a 2006 (México)
Nota: ★ ★ ★ ✩
 
Essa é uma review que precisa ser feita em partes, para melhor entendimento. Pode ser? Pode ser bom, pode ser muito bom.

• Novela ou série?
Quem assiste séries já deve ter se deparado com essas expressões: "tomato, tomato" ou "potato, potato"; as palavras pronunciadas diferentemente, mas no final das contas, significando a mesma coisa. É uma discussão que não leva a nada. É o que eu quero deixar claro: se Rebelde é novela, ou série, isso não importa. A review está aqui, já está feita e publicada. Lide com isso. Mas vale explicar, claro. Rebelde é uma figura sem forma que, como Malhação, fica no meio-termo: não é exatamente uma novela, porque foi muito longa e dividida em temporadas (foram 3, e 440 episódios), e também não é uma série, porque tinha feição de novela, tinha exibição diária e não semanal, etc. Tanto faz. Tomato, tomato.

• Por que NÃO assistir Rebelde?
Rebelde teve um começo complicado no Brasil, em 2005. De cara, o SBT teve a ideia "jenial" de colocar a série/novela no lugar de Chaves, às tardes. Pra mim, como fã de Chaves, era uma questão de princípio: Rebelde tinha que ser boicotada e combatida. Onde já se viu!

Porém, o SBT ouviu a voz da razão e resolveu rever a burrada, e consertou bem: fez uma dobradinha Chaves-Rebelde. Quem assistia Chaves, se não mudasse de canal, assistiria Rebelde na sequência. E foi assim que eu conheci a trama.

O que me afastou de Rebelde foi a troca de horários; a produção teve a má sorte de pegar a fase mais maconhada do SBT, em que nada tinha horário e tudo podia ser exibido a qualquer hora. Mais ou menos como é na Record hoje. Na primeira mudança de horário, Rebelde saiu da sombra de Chaves e me perdeu pelo caminho, pois não era tão ligado assim. Esse breve tempo que acompanhei, serviu apenas para que a novela/série ganhasse o meu respeito.

Ou seja, em 2006 você tinha dois motivos para não ver Rebelde: vingança, por ter entrado no lugar de Chaves, e a falta de um horário fixo. Hoje essas preocupações não existem mais (o SBT há muito não faz mais essa dança de horários). Se você assistir e não gostar, ok. Só não seja adepto do "não vi, não gostei e quem gosta é retardado". Aí você vai ser só mais um pé no saco e intolerante.

• REB3LDE
Numa época em que Malhação vivia uma de suas piores fases, com histórias fracas (acho que nunca se bebeu tanto suco quanto naquela época), Rebelde era um alívio. A história dos pobres meninos ricos confinados em um internato de luxo dava muito pano pra manga. Rolava de um tudo lá dentro.

Rebelde tinha um pouco do ranço de novela mexicana, mas muito pouco. Foi um verdadeiro avanço na dramaturgia mexicana. Os personagens eram bem defendidos pelos atores, quase todos eles muito bem selecionados.

♫ A música
A banda RBD foi um impressionante acerto da Televisa; ouso arriscar que eles nunca imaginaram que iam causar tanto barulho.

Na Televisa, toda novela infantil tem uma pegada musical: lança discos, faz turnês, etc. Rebelde foi feita para um público mais adolescente, mas por que não seguir o mesmo formato? Afinal, Rebelde Way (original portenha) também teve uma banda, a Erreway.

E o RBD funcionou bem. Que fique claro que estamos falando de música pop. E no campo da música pop, em 2006 o RBD foi uma das mais gratas surpresas. Não falo nem dos singles, porque muitos deles são realmente irritantes... ♪ Y soy rebelde ♪ MY ASS! Mas nenhuma banda está livre disso. Falo do conjunto da coisa; eles lançaram sim músicas boas.

O segundo disco, Nuestro Amor, tem várias faixas ótimas e mostra uma clara evolução com relação ao primeiro disco, principalmente ao dar destaque a todos os integrantes.

Que ninguém seja ingênuo: a banda era basicamente formada por atores. Um ou outro pode ser chamado de cantor profissional, por assim dizer, e olhe lá. O bom no RBD é que a produção musical soube explorar as possibilidades de cada um. Afinal, todo mundo sabe cantar alguma coisa; até você e eu. Não saberíamos cantar uma ópera como o Pavarotti, mas alguma coisa saberíamos cantar sem desafinar. E foi assim que o RBD deu certo: sabendo trabalhar dentro das limitações dos seus integrantes.

• O regresso
A reprise de Rebelde começa na próxima segunda-feira, e tem mobilizado os fãs no Brasil todo. O SBT tem altas expectativas e escolheu um horário complicado, batendo de frente com a novela das nove da Globo. Não vai brigar pelo primeiro lugar e a emissora sabe disso, o desafio vai ser vencer a Record. Se depender da animação dos fãs saudosos, isso não será problema. Mas vai saber.


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sexta-feira, agosto 16, 2013

Review: "Orange is the New Black", série original do Netflix

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Nota:
★ ★ ★ ★ ★

Se você é daqueles que só assistem séries que saem do Teen Choice Awards cheia troféus embaixo do braço, então você vai meio que na contramão das séries verdadeiramente aclamadas pela crítica. E você não sabe o que está perdendo.

É muito bom saber que muitos aqui assistem Orange is the new black, e vejam a crítica do Los Angeles Times. Vocês estão no caminho certo! Às vezes os críticos exageram, às vezes eles ignoram, às vezes erram. Acontece. Mas seja curioso, procure conhecer essas séries de que eles falam tanto.

Orange is the new black é a melhor dramédia que já vi. Mesmo não tendo o mesmo orçamento de uma grande emissora de TV aberta ou fechada, o Netflix não se intimidou e foi capaz de produzir uma série tão encantadora e original. Terminei a temporada hoje e, como se não bastasse o episódio perfeito, tive a honra de me deparar com uma das vozes mais lindas que já ouvi, e que saiu da boca de uma personagem que eu acreditava que seria comicamente perfeita se continuasse muda. Quem assistiu vai entender.

O maravilhoso em OITNB é saber dosar drama e comédia sem cair em armadilhas; e esse é o calcanhar de Aquiles de muitas produções que se atrevem no gênero. A série constrói uma história bem amarrada e com personagens que cativam pela profundidade, sem contar que o elenco foi escolhido a dedo.

A evolução da Piper me remete à série das séries, Breaking Bad. Nela, também vemos o protagonista sair de um estado de fragilidade para o despertar de uma verdadeira besta, que talvez todos nós carreguemos lá no fundo. Claro, devemos tomar cuidado ao comparar duas séries que rigorosamente não têm nada a ver, a não ser por esse pequeno detalhe. A evolução de Walter e Piper se dá em contextos diferentes, sem contar que são pessoas completamente diferentes.

OITNB já foi renovada para a segunda temporada antes mesmo de a primeira estrear. O único problema é que tudo indica que a Alex (Laura Prepon) deixará o elenco.



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domingo, julho 07, 2013

Review: Malhação — 20ª temporada

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Malhação: 20ª temporada
Nota: ★ ★ ★ ★

Digam o que quiserem, mas esta foi uma das melhores temporadas de Malhação até hoje, apesar de alguns pesares.

A audiência não foi à altura, e muito disso se deve ao fato de que a novela já teve várias temporadas terríveis.

E nem venha cuspir a no prato que comeu! Lá no fundo você sabe que um dia já foi telespectador daqueles jovens descolados que, rebeldes que só eles, tomavam seus sucos no Gigabyte, davam um gole e deixavam o resto no copo. Yeah, fuck the system.

Até na abertura se via que a proposta dessa Malhação 2012/13 era se aproximar de Skins. E, considerando os padrões da Globo (que censura até novela das 9), essa temporada foi longe. Teve periguete assumida e até um garoto gay (no final ele apresentou um namorado, mas foi algo muito sutil, que eles deixaram subentendido).

Teve também uma bizarra troca de protagonistas. Saiu Guilherme Prates (Dinho) e entrou Guilherme Leicam (Vitor), mais pelos seus olhos azuis e pinta de galã do que por qualquer outra coisa — mas Leicam deu conta do recado.

Outra coisa bizarra foi a morte de Marcela (Danielle Winits), uma personagem querida do público. Aqui foi porque a atriz foi escalada para Grey's Anat... digo, Amor à Vida.

Essa foi, talvez, a geração que mais se aproximou dos jovens de seu tempo. Pra começar, os atores eram verdadeiramente adolescentes, ou aparentavam ser. Em outros anos, o elenco era visivelmente repleto de atores maiores de 20 anos.

Eu sei que é difícil para a equipe da novela/série fazer algo realista. Você talvez não acredite, mas a maior parte dos telespectadores de Malhação não são os jovens, mas as... donas de casa. Sim. As donas de casa. E elas formam um tipo de público mais conservador, que não gostariam de ver os jovens em situações de maus exemplos, como bebendo ou falando palavrões.

Pra ser sincero, há anos não acompanho Malhação, seja por falta de interesse ou por falta de tempo. Para essa temporada, o que me faltou foi tempo. Sempre que parava pra ver, saía com uma boa impressão.




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domingo, fevereiro 03, 2013

Review: "House of Cards", série original do Netflix

O primeiro episódio da série pode ser assistido gratuitamente: http://nflx.it/freeHOC
Veja os nossos comentários!

Um castelo de cartas poderia ser definido como uma criação paradoxal da arquitetura — apesar de frágil, é uma construção de simplória complexidade. Entre as cartas não há argamassa, nem cimento, nada que as ligue a não ser elas mesmas. Um sopro pode pôr tudo abaixo.

A série House of Cards, lançada pelo Netflix em fevereiro deste ano, mostra que uma traição, ou mesmo uma frustração pode ser o sopro que desencadeia a queda de um Império. Ou, pelo menos, é o suficiente para despertar a fúria de quem tem as cartas certas para fazê-lo e está disposto a jogá-las.

Kevin Spacey é Francis Underwood, corregedor da Câmara dos Representantes dos EUA que coordenou toda a campanha que colocou Garrett Walker (Michael Gill) na presidência do país, com a promessa de ser nomeado Secretário de Estado. Uma vez eleito, Walker volta atrás na sua promessa, e decide manter Francis na corregedoria. Sentindo-se traído, Francis decide passar por cima de tudo e de todos para dar a volta por cima.

Essa é a mola propulsora para um aluncinante jogo político, que traz um elenco em sintonia com os seus personagens, verdadeiros fantoches rasgados que vivem sob um livro de regras, o que não quer dizer que eles as cumprem em sua literalidade.

House of Cards entra, desde já, para a história da produção seriada. E por várias razões. É um drama de alto nível que não foi produzido para a TV, e sim para a internet. O Netflix, maior site de streaming do mundo, poderia continuar vivendo apenas do seu catálogo de filmes e séries, que é muito bom (apesar de que nos EUA o leque de opções é infinitamente maior, mas isso não vem ao caso). Mas não, eles resolveram dar um passo à frente e conquistaram o direito de produzir a série, que estava sendo disputada por gigantes como HBO e AMC.

Sem nenhum custo adicional para os assinante, o Netflix apostou em uma produção própria digna dos melhores elogios. Colocar Kevin Spacey, um dos melhores atores do cinema americano como protagonista foi o primeiro alerta de que eles não estavam ali para brincadeira. A direção ficou por conta de David Fincher, que assinou Clube da Luta, A Rede Social e Seven — filme que rendeu a Kevin Spacey um de seus 2 Oscars.

Todos os 13 episódios da primeira temporada foram disponibilizados de uma vez só, e o piloto foi liberado até para quem não assina os seus serviços. Como o site oferece 1 mês grátis para experimentação, o internauta pode conferir House of Cards inteiramente de graça, se quiser.

O drama teve 2 temporadas encomendadas, o que garante um mínimo de 26 episódios. A audiência da série deve ser aferida pelo próprio site, que decidirá se divulgará ou não os índices alcançados. Todavia, esta não parece ser a maior preocupação do Netflix, o que torna a coisa ainda mais admirável. A obssessão por números poderia interferir na qualidade da série, como geralmente acontece nas produções televisivas.

O impacto de House of Cards no modo em que vemos TV é algo que devemos observar de perto. Porque é muito provável que, a partir daqui, as coisas nunca mais sejam as mesmas.


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terça-feira, janeiro 15, 2013

Resumão de Ouro: Os melhores de 2012!



Patrimônio imaterial da humanidade, o Resumão de Ouro tornou-se um prêmio bastante cobiçado nos bastidores da televisão mundial. Superada a realização da profecia maia, que dizia que em 2012 não teríamos a premiação (era isso o que os maias quiseram dizer; o que houve na comunidade científica foi um triste mal-entendido), agora estamos livres das amarras apocalípticas para podermos alimentar nosso povo com os prêmios, também imateriais, do Resumão de Ouro — o nosso prêmio.

RESUMÃO de OURO | Edição 2013
A postagem contém spoilers de algumas séries de TV


ATOR
DAMIAN LEWIS (Homeland)

Lançada em 2011, Homeland é uma série que anda dividindo opiniões. Após uma primeira temporada que beirou à perfeição, a segunda já não teve a mesma receptividade. Todavia, as duas temporadas são muito lineares no que se refere à atuação de Damian Lewis, que dá vida ao sargento Nick Brody, um fuzileiro que passou oito anos refém de terroristas no Iraque e é resgatado em circunstâncias muito suspeitas — apesar de ter sido recebido como um herói. De mocinho a vilão, e depois a mocinho de novo, Lewis foi visceral na condução do seu personagem, especialmente em cenas extremamente complexas, como a que Brody, fazendo as vezes de um homem-bomba, trava uma dolorosa batalha consigo mesmo até finalmente desistir de colocar tudo pelos ares. Isso sem contar que o ator lida muito bem com as diferentes nuances do personagem, principalmente quando não quer se fazer um sujeito confiável. Fica difícil não ter um pé atrás com esse tal de Brody. Em 2012, Damian Lewis levou o Emmy de melhor ator pelo papel, e no último domingo ele faturou também o Globo de Ouro. Imagine quando ele souber que ganhou também o Resumão de Ouro.



ATRIZ
CLAIRE DANES (Homeland)

Homeland também deve muito de seu brilho a Claire Danes, que vive a protagonista Carrie, oficial de operações da CIA que nos primeiros episódios se mostra capaz de arriscar tudo, até a própria sanidade para desmascarar Brody e impedir os planos do terrorista Abu Nazir. E justamente quando todos pensam que ela está louca, ela se mostra certa e o tempo que a CIA perdeu por não acreditar em suas palavras pôs em risco a própria segurança nacional. Com graça e autoridade, Carrie é o que sempre irá diferir Homeland de 24 horas, o que tem tirado o sono de alguns críticos depois da segunda temporada.

Em suas atividades, Carrie chega a ser inconsequente, e até inverossímil (como no episódio que culminou na captura de Abu Nazir). Mas nada que diminua a força de Claire Danes, que também ganhou um Emmy em 2012 e o último Globo de Ouro, e se tornou uma das personagens mais queridas pelos estadunidenses no ano passado. 


HUMOR
CATHERINE TATE (The Office)

Ao passo em que James Spader mostrou-se ter sido uma péssima escolha para substituir Steve Carrel, foi possível constatar que este foi apenas um dos muitos equívocos cometidos pelos produtores de The Office. Colocar Ed Helms (Andy) como gerente da Dunder-Mifflin, no lugar antes ocupado por Carrel, sem dúvidas foi o maior deles.

Conta-se que a primeira opção para o cargo não foi Spader, mas a britânica Catherine Tate (que, assim como ele, também apareceu como candidata à vaga no episódio Search Committeé, a finale da 7ª temporada), mas a atriz teve que recusar por ter assumido compromissos no teatro. Uma vez livre, ela foi convidada novamente, e aceitou. Todavia, a forma com que a sua personagem Nellie foi recolocada na história não agradou a maioria do público estadunidense, e causou estranheza em alguns críticos. Eu, ao contrário, adorei tudo na sua volta.

A verdade é que todos os erros foram sanados com a chegada de Nellie, o público que não quis ver; um erro de interpretação que acabou prejudicando a série, mas que está sendo corrigido nesta temporada.
Por sorte, mesmo tendo sofrido essa injusta rejeição, a Nellie foi mantida na 9ª e última temporada da série, só que com menos espaço do que merecia.

Tida como um David Brent de saias (em alusão ao protagonista da versão original de The Office, vivido por Ricky Gervais), Nellie é mestre na arte de causar vergonha alheia, e uma personagem extremamente rica e bem defendida. 


REVELAÇÃO DO HUMOR
CLAUDIA ABREU (Cheias de Charme)

Pensei em dar o prêmio de melhor vilã á Chayenne, mas não seria justo. Por mais que eu tenha adorado a personagem, a maldade nunca foi o seu forte. Exemplo mais genuíno de vilã cômica que se poderia ter, no final das contas a personagem acabou se mostrando mais cômica do que vilã — o que não é um demérito.  

Claudia Abreu mergulhou fundo na rainha do tecno-brega, e foi a única que não ficou cansativa na reta final de Cheias de Charme (óptima novela, mas que perdeu a mão em suas últimas semanas). Ao lado da personal curica Socorro (Titina Medeiros) e de seu empresário Laércio (Luiz Henrique Nogueira), Chayenne não só arrancou muitas risadas como mostrou um lado até então desconhecido de Claudia Abreu, justamente ela, uma atriz de talento já reconhecido nacionalmente. Além de fazer graça, ela ainda cantou muito bem e fez história com uma de suas melhores atuações.


PROGRAMA DE TV
COMÉDIA MTV AO VIVO (PlayTV)

O sucesso do Comédia MTV pôs em evidência o grande time de humoristas que a pequena emissora conseguiu reunir. "Liderado" por Marcelo Adnet, que já vinha do sucesso 15 minutos, o programa deu também destaque a Dani Calabresa, Tatá Weneck, Bento Ribeiro, Guilherme Santana e Paulinho Serra. Vários vídeos do programa fizeram sucesso na internet, como o excelente Indiretas Já.

Emissora pequena e de poucos recursos, a MTV conseguiu oferecer um programa simples mas muito bem realizado. Tanto que, creio eu, ajudou a esvaziar a versão nacional do Saturday Night Live. Aliás, o Comédia MTV é a verdadeira versão brasileira do SNL. Ou foi, porque a sua permanência na grade da MTV ainda não é certa (a sobrevivência da própria MTV já não é certa...).

Em 2013, se o programa não sair do ar, voltará com grandes baixas (Marcelo Adnet vai para a Globo e Dani Calabresa já assinou com a Band, para apresentar o CQC), e deixará de ser ao vivo.

 
APRESENTADOR DE TV
SILVIO SANTOS (SBT)

Ele, sempre ele. O homem. Silvio Santos já foi premiado na edição 2010 do Resumão de Ouro, e não é costume nosso dar o prêmio a uma mesma pessoa mais de uma vez. Mas visto que a televisão brasileira anda tão fraca em apresentadores, especialmente do sexo masculino, fica fácil entregar o troféu ao SS quantas vezes for preciso. Ele é e sempre será o melhor apresentador que este continente já viu. 

Também é preciso dizer que a estatueta do Resumão não caiu do céu no colo de SS só por ele ser o que é (apesar de que só isso já bastaria). Em 2012, o Programa Silvio Santos não só brigou pela vice-liderança em todos os domingos, como também fez sucesso com uma das pegadinhas mais engraçadas de todos os tempos: a menina fantasma no elevador, que você hoje já não aguenta ouvir falar, mas já deu suas risadas ao conferir o vídeo. E não só você, pois a pegadinha virou febre no mundo inteiro, contabilizando muito mais de 70 milhões de acessos, se contarmos os vídeos postados por diferentes usuários no YouTube (o campeão é este). 

Isso sem contar as tiradas de Silvio Santos, que tira onda dos seus convidados com a maior liberdade. Coisas que eu ou você sempre pensamos mas não dizemos para não sermos processados, o Silvio fala e ainda ri na cara.

SÉRIE
FUTURAMA (Comedy Central | Fox | Bandeirantes)

Há muitas séries que mereciam estar aqui, mas poucas têm me deixado tão feliz quanto Futurama. É uma
uma verdadeira pérola.

Mesmo com esse vasto universo conspirando contra, Futurama superou até as melhores expectativas, e está cada vez melhor — e convenhamos, ninguém conhece a vastidão do universo tão bem quanto eles. 

Foram 5 anos de cancelamento (coisa que costuma ser pra sempre), e a improvável volta aconteceu não pela Fox, emissora que exibiu as primeiras temporadas, mas pelo Comedy Central, um pequeno mas imponente canal fechado que exibe séries como South Park e Ugly Americans. E por ser pequeno, é um canal que não tem condições de bancar salários milionários para os dubladores, por mais que estes mereçam. Este impasse quase impediu que a série voltasse a ser produzida, ou quase fez com que algumas vozes fossem substituídas. No final das contas, pelo bem da nação, todos os atores toparam voltar ao projeto, mesmo por um salário menor.

O incrível é que não parece que Futurama trabalha com um orçamento reduzido; sequer parece que passou 5 anos no purgatório. A série voltou ainda melhor, tanto em histórias quanto em produção. A cada episódio eles surpreendem, como nessa abertura feita a mão (e tentáculo).

Os dias de hoje, com seus iPhones e tudo mais, são ainda mais inspiradores para os roteiristas de Futurama, do que na "primeira fase" do seriado, em que a única coisa realmente interessante era a virada do milênio, coisa que não demorou a acontecer e não rendia muitas histórias. Tanto que nos primeiros episódios de Futurama, no ano 3000 ainda não existiam câmeras digitais; os roteiristas não previram. Nos novos episódios, eles já arranjaram uma explicação até para isso.

No Brasil, Futurama é exibida na Bandeirantes e na Fox.

NOVELA
AVENIDA BRASIL (Globo)
AUTOR: João Emanuel Carneiro
DIREÇÃO GERAL: José Luiz Villamarim e Amora Mautner 
DIREÇÃO DE NÚCLEO: Ricardo Waddington

A audiência de Avenida Brasil (39 pontos de média geral) não condizia com o que era visto nas ruas. A trama parou o país, esvaziou ruas e virou pauta de jornais do mundo inteiro: The Wall Street Journal, Financial Times, The Guardian, BBC World e La Nación foram algumas das publicações que se interessaram pelo grande sucesso obtido pela novela das nove.

O novelista João Emanuel Carneiro é apontado como causador de um veradeiro estrago na teledramaturgia — depois de Avenida Brasil, o brasileiro nunca mais verá novela do mesmo jeito. E a primeira vítima é Gloria Perez, que não ainda conseguiu empogar com Salve Jorge, coisa que não seria problema em outros tempos.

Também mereceram elogios a direção de José Luiz Villamarim, Amora Mautner e Ricardo Waddington, um casamento perfeito com o texto inspirado de Carneiro.

Nenhum personagem da novela sofreu rejeição, todas as tramas foram aceitas pelo público e até algumas falhas na narrativa (como o fato de Nina ter perdido tão facilmente as fotos que incriminavam Carminha) não só foram perdoadas como viraram piada nas redes sociais, sem causar nenhum tipo de indignação. 


VILÃ
CARMINHA (Adriana Esteves)
Avenida Brasil 

Se todos os personagens de Avenida Brasil tinham carisma, nenhum superou o de Carminha, a vilã que fez o telespectador vibrar a cada aparição sua. Até quem tinha suas reservas com Adriana Esteves se rendeu à personagem. Não que a Nina não tenha feito a sua parte (Debora Falabella não foi menos que eficiente), mas foi a Carminha que ganhou o coração do público.



EPISÓDIO DE SÉRIE

The Book Job | Os Simpsons
Exibido em 20 de novembro 2011 - 5.77 milhões de telespectadores

Quando eu comecei a assistir "The Book Job", tive a impressão de que aquele seria "mais um episódio da Lisa" (e convenhamos, de todos ela é a mais enjoadinha). Mas acho que nunca fiquei tão surpreso com Os Simpsons!

Homer e Bart reúnem um dream team para escrever um best-seller infanto-juvenil, e para isso escolhem os improváveis Patty, Moe, Skinner e o Cara dos Quadrinhos: que é apenas uma entre as milhões de combinações possíveis entre os mais de 150 personagens fixos da série. O escritor Neil Gaiman (interpretado pelo próprio) se oferece para ajudá-los, mas eles o querem apenas preparando comida e servindo coquetéis (o que ele faz de bom grado). Na vida real, Gaiman é autor de grandes sucessos como Sandman e Stardust, e que acaba sendo responsábel pelo momento mais hilariante do episódio, que é o final.   

É fato que Os Simpsons, há 24 anos no ar, não tem o mesmo vigor das primeiras temporadas. Por isso eu não esperava muito. Felizmente eu estava redondamente enganado, e há anos eu não via um episódio tão engraçado.


Hot Water | American Dad
Exibido em 20 de novembro 2011 - 5.83 milhões de telespectadores

Quem me conhece sabe que não gosto de episódios musicais de seriados, mas recentemente descobri que também não sou tão fechado assim a eles. Vez ou outra aparecem exceções que me deixam maravilhado!

Eis que American Dad, que já arriscou fazer os personagens pararem tudo e começarem a cantar, pela primeira vez fez um episódio inteiramente musical. E com louvor! 

O convidado aqui foi o rapper Cee Lo Green, que deu vida a uma banheira diabólica, que seduz Stan (Seth Macfarlane) e arruina a sua família. Boas músicas intercaladas por um texto cheio de píadas inteligentes.


Q&A | Homeland
Exibido em 28 de outubro 2012 - 2.07 milhões de telespectadores

A segunda temporada de Homeland pode dividir opiniões, mas Q&A foi um episódio impecável e não há como negar. Talvez muito da suposta derrocada da série se deva a ele, mas pelas consequências das situações apresentadas. Se a série encantou pelas famosas reviravoltas, em Q&A eles foram um pouco longe demais, e apressaram muito alguns fatos que só esperávamos ver mais à frente. Um episódio que poderia tranquilamente ser uma season finale, foi exibido quando a temporada não estava nem na metade.

Mas como eu já disse, este episódio em si foi irreprimível, tanto pela história quanto pelas atuações de Damian Lewis e Claire Danes, que extraíram tudo de seus personagens e nos presentearam com intrerpretações do mais alto calibre.

Q&A é sigla para Questions & Answers (Perguntas & Respostas). Um singelo eufemismo para um alucinante interrogatório. Brody, após capturado pela CIA, é pressionado e até torturado para revelar o que está por trás do seu resgate no Iraque, e quais são os planos do terrorista Abu Nazir contra os EUA. Vale a pena conferir.



PERSONAGEM
RON SWANSON (Nick Offerman)
Parks & Recreation 

Nick Offerman, com seu bigode robusto e cara de poucos amigos, responde pelo melhor personagem da excelente Parks & Recreation, o diretor do depto. municipal de parques e recreação Ron Swanson. E é um trabalho que nada tem a ver com ele: Ron não gosta de parques, de recreação, nem do governo. É um tipão rústico, discreto, que gosta de ficar no seu canto — totalmente o oposto de sua melhor funcionária,  Leslie Knope (Amy Poehler): "Você é pró-governo, nunca para de falar, e é loira. É meu pior pesadelo", confessou ele para Leslie no hilariante episódio "Ron and Diane", outro que também tinha tudo pra levar um prêmio. Apesar dessa cara de bruto, Ron é boa-praça e guarda um carinho especial por Leslie, uma verdadeira amiga. 

Neste momento do Resumão, eu sei que por mais que eu demore horas escrevendo sobre o Ron, não será possível descrever o quão incrível é este personagem. Só vendo mesmo. E pra te dar uma pequena prova disso, clique aqui e veja um dos seus melhores momentos (retirado de "Indianapolis", episódio 6 da 3ª temporada).


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
MORENA BACCARIN como Eric Flynn (The Mentalist)

Morena Baccarin é, atualmente, a brasileira mais bem-sucedida da TV estadunidense. Após anos fazendo pequenas e médias participações em produções diversas, em 2009 ela foi a grande revelação da série V, hoje cancelada, mas que outrora recebeu boas avaliações da crítica. Hoje, Morena é uma das protagonistas de Homeland no papel de Jessica Brody, esposa do fuzileiro.

Em 2011, entre V e Homeland, Morena engatou uma participação especial em The Mentalist como Erica Flynn, papel que ela reprisou no ano passado. Aqui ela não deu vida a uma arquivilã, mas sim a uma sedutora estelionatária que consegue subjugar, ou mesmo desconcertar, qualquer homem. E é se valendo destes "poderes" que ela consegue tudo o que quer, até mesmo fugir da prisão.

Os episódios em que Morena participa são só alguns exemplos da encheção de linguiça que há em O Mentalista: são histórias não contribuem em nada para a trama principal, que é a caça ao serial killer Red John. E isso tem me incomodado. Dos males, o menor é contar com a sempre bem-vinda participação especial de Morena.



JORNALISTA
RENATA VASCONCELOS (Globo)

É verdade que o Resumão não é um prêmio Esso, e estamos premiando a Renata Vasconcelos mais pela âncora do que pela jornalista que ela é — afinal, aos olhos profanos a única coisa que ela faz é apresentar telejornal. Coisa que ela faz muito bem, aliás.

Apresentadora do Bom dia Brasil, eventualmente ela substitui a Patrícia Poeta na bancada do Jornal Nacional, e é muito elogiada nesta função. Renata tem postura, elegância e é muito carismática. É uma das melhores no que faz.

Queria muito poder dar esse prêmio à Raquel Sherazade, mas por enquanto isto ainda não será possível. Não exatamente pelos boatos de que ela estaria sendo antipática no SBT, aproveitando-se da liberdade que lhe foi dada pelo Silvio Santos, mas sim por vislumbrar que ela ainda não tem a maturidade necessária. O vídeo em que ela defende o cristianismo e ataca os ateus é de uma violência gratuita que não dá pra entender. Eu, que não sou ateu, fiquei ofendido. A Raquel é uma profissional de opiniões contundentes, quase sempre muito válidas, mas que precisa aprender que ter a chance de tecer suas opiniões em um telejornal, por mais liberdade que se tenha, é diferente de querer falar tudo o que pensa.



MÚSICA
ADELE

Você pode pensar que a Adele já é notícia velha, mas não. Foi a artista que mais vendeu discos em 2012 e continua com tudo.

Tá certo que 2011 foi o ano dela — e sem concorrência, pois enquanto Adele ascendia nós perdíamos a Amy Winehouse.  

21 é um disco gostoso de se ouvir, da primeira à última faixa (apesar de ter sido o presente mais devolvido do último natal). Recuperada de uma cirurgia nas cordas vocais, é provável que Adele já não cante da mesma forma canções como Someone like you, e isso ela deve compensar com novas músicas que já não exijam tanto de si, mas sem perder o alto nível. É o caso da recente Skyfall, composta especialmente para o novo 007 - Operação Skyfall, que concorre ao Oscar de melhor canção original.


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segunda-feira, outubro 01, 2012

"Cheias de Charme": O último voo da brabuleta

Na sexta-feira passada foi ao ar o último capítulo de Cheias de Charme.

Hoje, tendo visto a novela do começo ao fim, já dá pra ter uma certeza: realmente não desbancou Da cor do pecado em qualidade, e disputa o segundo lugar com Cobras & Lagartos.

O capítulo final de Cheias de Charme nos deixou aquele gosto bittersweet, que mistura tristeza com a satisfação de ter acompanhado uma novela tão boa. A novela se encerrou com uma apresentação musical das Empreguetes com Chayene e Fabian, instante em que a terceira parede desmorona e toda a equipe da novela aparece em cena. Ao que parece, não faltou ninguém, pois foram vários profisisonais que apareceram na tela. Nesse momento, admirei cada um daqueles rostos, aproveitando para parabebizá-los e agradecer pelo excelente trabalho. Obrigado, equipe.

A audiência, de 33 pontos, foi medíocre. Sequer superou o recorde da novela, que chegou a marcar 37 com picos de 40 no ibope no dia 12 de julho. Nas últimas semanas, a novela vinha marcando menos de 30 pontos.

Acredito que não só o horário eleitoral atrapalhou essa reta final. De fato, foi um erro de estratégia da Globo permitir que a novela terminasse nessa época, mas não foi só isso que interferiu nos números de Cheias de Charme. Erros graves, e imperdoáveis, acometeram o folhetim. E aqui vai a nossa crítica.


O pior de todos foi o fato de a novela não ter lançado um CD das Empreguetes. Para isso, o colunista Daniel Castro trouxe uma explicação: "a Globo até tentou lançar um CD com as músicas, mas a emissora não estava preparada para a empreitada. Os contratos previam o uso das músicas apenas na novela. Não deu tempo de renegociá-los e produzir CDs". O vacilo da Globo foi comentado pela própria Claudia Abreu em entrevista ao Mais Você.

Cheias de Charme Nacional: O único que chegou às lojas
Não bastasse não ter tido o disco das Empreguetes, Cheias de Charme não teve mais disco nenhum além da trilha nacional. É isso mesmo: uma novela musical só teve um CD lançado. E este é um erro imperdoável para qualquer novela que seja.

Uma trilha internacional é importantíssima para uma trama. Primeiro, porque ajuda a situar o telespectador: geralmente essas músicas aparecem a partir da segunda metade de uma novela, ou seja: você já sabe em que ponto a história está. Além do mais, novas músicas dão novo gás à trama, e podem interferir positivamente até no trabalho criativo dos autores. Sem contar que uma novela com as mesmas músicas tocando exaustivamente, cansam o público. Chega a aparentar que a novela não sai do lugar.

O CD nacional de Cheias de Charme conta com 17 músicas, responsáveis por embalar toda a novela. O resultado foi que faltou música para as novas situações que surgiram no decorrer da trama. Por exemplo, o insuportável romance de Penha (Taís Araújo) e Gilson (Marcos Pasquim) sequer teve direito a uma música romântica os tórridos beijos do casal seguiram ao ritmo de Tudo Nosso, do grupo Samba Livre ("Dançar o pancadão, um drink pra relaxar/ Te levo um DVD do Samba Livre pra te dar/ Quando o dia clarear").

E realmente não dá pra entender como até Amor Eterno Amor teve CD internacional, e Avenida Brasil teve 3 CDs lançados.

Tudo isso foi agravado com as barrigas que tomaram conta da novela nos dois últimos meses. Cida se vingando dos Sarmento, turnê solo da Rosário, Penha e Gilson (argh), tudo isso se arrastou demais. Contudo, apesar de tudo isso, a novela só deixará lembranças boas. Todas as três barrigas culminaram em bons finais.

Destaque para o segredo de Inácio (o surpreendente Ricardo Tozzi). Apesar da semelhança com Fabian, os dois não tinham nenhum parentesco. A verdade é que Inácio teve seu rosto desfigurado em um acidente, e quando acordou viu que o seu rosto havia sido completamente modificado, a mando da fabianática que o perseguia. Este final foi inspirado no excelente filme A pele que habito, de Almodóvar.

Um pouco antes acompanhamos o desfecho da história de Cida, do seu romance com Conrado (Jonatas Faro em um óptimo trabalho) e da falsa paternidade do Dr. Sarmento (Tato Gabus). Toda a história, apesar da barriga formada, se fechou de uma maneira muito coerente.

Para mim, Marcos Palmeira foi a maior revelação da novela. Até então eu nunca havia gostado de nenhum dos seus trabalhos, e olha que já vi muitos. O malandro Sandro, melhor personagem de toda a sua carreira, acabou tomando jeito e como recompensa ganhou o amor de sua neguinha.

Talvez para se redimir com o telespectador, a Globo estuda a viabilidade da produção de uma série mostrando uma turnê (de verdade) das Empreguetes, e o lançamento das músicas na internet para download. Duvido que a série vá sair, mas fica o registro.

Aos autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, e à diretora de núcleo Denise Saraceni, mais uma vez os agradeço e aguardo ansiosamente o próximo trabalho. Torço para que eles continuem quebrando convenções e trazendo humor e criatividade à televisão.



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sexta-feira, julho 27, 2012

Keane: Strangeland

Capa de Strangeland (2011). Agradecimentos à (foda-se) pelo presente.

O Keane surgiu para o mundo em 2004, com um álbum que me faltam palavras para descrever: Hopes and Fears. É, de longe, o melhor disco de todos os tempos. In my opinion, como diriam em The Good Wife.

Durante todos esses anos, o Keane ia vivendo a sua vida, os fãs também, até que em 2011 veio o novo álbum: Strangeland. Logo de cara, quem julga o livro pela capa deve ter tido deliciosas recordações ao se deparar com a arte do CD: aqui, a logomarca da banda é a mesma utilizada em Hopes and Fears, lá em 2004. De uma simplicidade imensa. E o título, Strangeland, vai ainda mais fundo nas lembranças: nos remete a We might as well be strangers, um dos singles que marcaram H&F. Prova disso é que daí eles tiraram o título de seu primeiro DVD: Strangers, lançado em 2005.

Abertamente, "Strangeland" não promete nada, mas cumpre tudo o que dele se espera. É, na verdade, um trabalho formidável, uma verdadeira volta às origens. Um despretensioso "Hopes and Fears 2". A própria logomarca, utilizada neste álbum, talvez sem saber, deu esse ar. Acho que ninguém, a essa altura do campeonato, esperava por isso. Os álbuns antecessores saíram do caminho que eu imaginei que seria trilhado depois de H&F. Não reclamei, não chiei, continuei acompanhando. E curtindo, porque nesse meio-tempo eles nos trouxeram músicas inesquecíveis, como Crystal Ball, Hamburg song, The frog prince, pra citar só algumas.

Agora, receber de bandeja um "Strangeland", quase 10 anos depois, é um presente inestimável. Eu adorei o disco, do começo ao fim. Traz boas lembranças, nos aproxima mais do Keane, mostra o que é a evolução de uma banda.

Somando H&F com Under the iron sea (2006) e Perfect Symmetry (2008), tínhamos três álbuns completamente diferentes. E, pra ser sincero, não era um "diferente" no bom sentido. Chegava a incomodar. A tal da identidade meio que se perdia. Mas o que fazer pra não se repetir, e ao mesmo tempo oferecer um trabalho digno dos velhos tempos? A resposta é Strangeland.

Pra mim, "Strangeland" é, inegavelmente, o sucessor de direito de Hopes & Fears. Tem feito um merecido sucesso. Aliás, acho que tá até pouco. Enquanto, pra mim, o Coldplay vem descendo ladeira abaixo em qualidade (embora seja muito mais popular), o Keane deu uma volta por cima daquelas. Daquelas. Simplesmente a melhor volta por cima: aquela de quem nunca esteve por baixo.

Em geral, os críticos profissionais (aqui eu não me incluo) têm feito avaliações muito positivas e a repercussão ao redor do mundo tem me surpreendido!

Nos dias 24 a 26 de agosto, a banda vai se apresentar no Brasil. A notícia é boa, mas espanta porque eles vão "abrir" o show do Maroon 5. "Como assim", você me pergunta. Pois é. Vai entender.

Os ingressos se esgotaram já na primeira semana. Espero que eles voltem ao Brasil em breve, com sua própria turnê.

Pra quem se interessou por  "Strangeland", seguem as avaliações da equipe fonográfica do Blogaritmox, liderada pelos estagiários de nível médio Marco Camargo e Rick Bonadio. Tentamos manter a imparcialidade e não atribuir notas superiores a dez, para não virar bagunça. Mas foi difícil, hein!

Mas faça o que fizer, não deixe de ouvir, no mínimo, Sovereign Light Café. E depois todo o resto.

1. "You Are Young"   Nota 9.0/10
2. "Silenced by the Night"   Nota 10/10
3. "Disconnected"   Nota 10/10
4. "Watch How You Go"   Nota 10/10
5. "Sovereign Light Café"   Nota 10/10
6. "On the Road"   Nota 10/10
7. "The Starting Line"   Nota 10/10
8. "Black Rain"   Nota 9.5/10
9. "Neon River"   Nota 10/10
10. "Day Will Come"   Nota 9.5/10
11. "In Your Own Time"   Nota 10/10
12. "Sea Fog"   Nota 8.0/10

Faixas adicionais da Deluxe Edition


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"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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