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sexta-feira, outubro 26, 2007

4 O bling-bling.


uma ramificação deste estilo musical onde a impera a ostentação financeira, manifestada através de músicas que falam de ascensão econômica, idolatria a itens supérfluos e valorização demasiada da aquisição de jóias, carros importados, mansões; enfim, um mundo muito aquém do vivido pela grande parte da população americana. A esse estilo chamamos bling-bling, denominação originada na década de 1970, numa alusão onomatopéica ao som de moedas ou jóias em contato induzido. Artistas adeptos ao bling-bling são usualmente os que querem passar imagem de uma carreira bem-sucedida, de plena vitória contra as adversidades que outrora passaram na vida; querem que contemplemos suas conquistas e que consideremos que eles conseguiram muito, muito têm e muito terão eternamente, o que lhes dá plenos direitos para gastar com superfluidades caríssimas de todos os gêneros – ou simplesmente, querem dizer “o dinheiro é meu, eu gasto como eu quiser”. Geralmente são negros, e a visível vontade de se afirmar numa sociedade excludente, onde sua raça possui um histórico de opressão e miséria, uma vez prósperos em suas trajetórias, adornam-se com jóias pesadas e elaboradas com metais nobres, relógios faustosos, carros inconcebíveis para a maioria de seus fãs, mansões de luxo e incrementos nas arcadas dentárias que valem mais que um apartamento. Sua grande tônica não fica simplesmente no possuir tais bens, mas em mostrá-los escancaradamente para todos, seja em aparições públicas, ou em shows, ou videoclipes extremamente visuais e adornados pelas mais espetaculosas maravilhas que o dinheiro pode comprar.

Um grande nome do bling-bling atual é o rapper 50 Cent, cuja biografia não difere muito da de outras insígnias do mesmo ambiente musical. Seu verdadeiro nome é Curtis James Jackson III, nascido no ano de 1975, na Costa Leste da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos. Abandonada, sua mãe tornou-se prostituta, e foi encontrada morta quando Curtis ainda era criança. Após a tragédia, Curtis passou aos cuidados dos avós, que o criaram até a adolescência. O epíteto “50 Cent” foi inspirado, segundo ele, “num garoto que fazia assaltos no Brooklin”. Cedo começou seu envolvimento com as drogas e a criminalidade, o que lhe valeu diversas passagens pela prisão. No entanto, sua vida começa a mudar em 1996, quando conhece Jam Master Jay, de uma chamada banda Run DMC; ele lhe deu uma fita com batidas e pediu que improvisasse seu rap por cima – o improviso é um dom valiosíssimo, talvez até indispensável para um rapper. Desde o seu início na música, 50 Cent foi comandado por Majestic, um homem poderoso, que comandava uma rede de capangas e influências para fugir da polícia e conquistar respeito. Nos Estados Unidos, costuma-se dizer que “todo rapper da Costa Leste possui uma banca por trás”, e com 50 Cent não foi diferente. Certo dia, Curtis descobriu que Majestic foi quem assassinou a sua mãe, e que o mesmo não queria mais que 50 Cent se apresentasse naquela área, pois perderia todo o respeito lá. Na ira de uma ocasião, Majestic tentou matá-lo com uma faca, mas um dos amigos de 50 Cent baleou o seu ex-chefe, levando-o a morte.

Algum tempo depois, o rapper decidiu começar a fazer shows ao invés de apenas escrever as letras. Então, aconteceu o imprevisto: o famoso “rapper branco” Eminem ouviu e gostou das produções de 50 Cent, começando a dizer para a mídia que aquele era seu rapper preferido. Depois disso, ele começou a fazer suas produções e finalmente lançou seu álbum Get Rich or Die Trying (Fique Rico ou Morra Tentando) em 2003, caindo no gosto do grande público e entrando em processo de irrefreável ascensão. 5o Cent é hoje um dos mais bem-sucedidos dos gangsta rappers, uma subespécie de rappers com íntimo envolvimento com gangues de origens obscuras.

50 Cent - Window shopper

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