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"Aí, filha, você atrai ele pra Angra e mete bala!" |
O público não tinha se revelado mais conservador? A resposta é sim, e como. Mas como justificar o sucesso de Verdades Secretas, uma trama subversiva que afronta simplesmente todos os valores da família tradicional? Por que o público que rejeitou Babilônia por ser uma trama pesada abraçou o folhetim de Walcyr Carrasco?
Vamos tentar entender. Babilônia começou bem, mas chocou o público com certas abordagens como a das senhoras lésbicas. Contudo, o que arruinou a novela foi um conjunto de erros: a falta de traquejo com as críticas, a falta de confiança dos autores na própria história, e o pior, a falta de uma boa história. Porque, no resumo da ópera, Babilônia não passou de uma novela com duas pretensas vilãs vividas por atrizes de primeira grandeza, e um verdadeiro suflê de chuchu como acompanhamento.
Verdades Secretas provou que, do jeito certo, pode-se abordar qualquer coisa. Sem medo de chocar o público, Walcyr Carrasco acionou a sua mente doentia (que eu tanto adoro), que hibernava desde Xica da Silva, e que fez uma breve aparição no capítulo final de Alma Gêmea, em que ele matou o chatíssimo casal de protagonistas. Perto de Verdades, Babilônia parecia um Xuxa Só Para Baixinhos.
A novela das 23h entra para a história da dramaturgia brasileira por diversos motivos: é o primeiro texto original do horário (até então a emissora vinha apostando em remakes, que logo saturaram o público); ostenta a maior audiência até aqui, com média de 20 pontos; e teve uma repercussão que não se via desde Avenida Brasil.
E Verdades Secretas tinha tudo para dar errado, diante desse novo público. Pedofilia, prostituição, drogas e traição ditaram os rumos da trama. E o telespectador comprou a história desde o início, para a surpresa dos diretores da Globo.
E esse mesmo público, embora não tivesse pedido por isso, teve de presente alguns desfechos bem folhetinescos, notadamente o da Larissa de Grazi Massafera, cuja interpretação foi um dos assuntos mais comentados dos últimos meses. A personagem encontra a redenção na palavra de Deus e abandona a cracolândia, sem qualquer ironia ou maldade da direção.
Mas o que o povo queria mesmo era a luxúria, a boa safadeza, e isso eles tiveram no final da Fanny (Marieta Severo), que terminou quebrando a quarta parede e se atracando com um novo peguete, completamente nu.
O elenco foi outro acerto, e tudo deu tão certo em Verdades Secretas que até os imprevistos funcionaram a seu favor. Difícil imaginar Ney Latorraca e Deborah Secco nos papéis que acabaram ficando com Fernando Eiras e Drica Moraes.
O grande destaque da noite de ontem, como não poderia deixar de ser, foi o desfecho principal da novela. Em um trabalho que simplesmente definiu o que é ser atriz, a perfeita Drica Moraes tirou o fôlego do público com a sua reação à traição da filha com Alex, que culminou no suicídio da matriarca. Angel, por sua vez, assume de vez a novela com a morte da mãe, e planeja, da forma mais fria possível, a sua vingança contra Alex. Suas últimas cenas foram de arrepiar e alçaram a jovem Arlete ao posto de uma das melhores criações da extensa carreira de Walcyr Carrasco. E sua intérprete, Camila Queiroz, tem tudo para virar uma estrela.
Aplausos para o diretor Mauro Mendonça Filho, que com sua direção de ator lapidou verdadeiros diamantes nessa linda novela. E parabéns ao público, pelo bom gosto — pelo menos aqui.
A audiência do último capítulo de Verdades Secretas foi de 25 pontos, uma excelente média, ainda mais se considerarmos o dia (sexta-feira) e o horário (a novela só terminou à 1h da manhã).
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