Tanta polêmica rendeu a Two and a half men - Dois homens e meio a maior audiência de sua história: 27.7 milhões de telespectadores. Foi quase o dobro da última e inesperada season finale, que foi assistida por pouco mais de 14 milhões -- que não faziam ideia de que aquele era o último episódio da temporada. E entre o público recorde do episódio de ontem, estava uma figura ilustre: Charlie Sheen reuniu amigos e acompanhou o seu "funeral", e fez até elogios.
Charlie Sheen escreveu: - Cercado de amigos e assistindo à estreia de Two and a Half Men. Estranho, mas legal! Muitas risadas até agora. |
Já falamos aqui da arriscada manobra do criador Chuck Lorre ao escolher o desfecho para o personagem de Charlie Sheen, matando-o. A sitcom agora perde o seu elo mais forte. Terá que ser totalmente reconstruída em torno dos personagens secundários, que têm um carisma muito forte, e do Alan (Jon Cryer), que é um coadjuvante por natureza.
A morte do Charlie foi tratada de forma natural, sem grandes sofrimentos daqueles que o cercavam. Muitas piadas foram feitas em cima da morte e das circunstâncias que culminaram nela. Eu, que não acompanhei o seriado por 8 anos, fiquei incomodado. Principalmente quando a personagem Rose, ao descrever de forma suspeita o momento do acidente que vitimou o Charlie, um dia depois de traí-la: "Então podem imaginar o meu horror quando no outro dia ele escorregou em uma plataforma de metrô e caiu na frente de um trem que vinha (...) Seu corpo explodiu feito um balão cheio de carne". Tudo pelo humor? Porque eu achei desnecessário.
Pensei naqueles que idolatravam o personagem. E continuei pensando naqueles que foram pegos de surpresa; ninguém tem obrigação de saber a história da briga entre Charlie Sheen, Chuck Lorre e Warner Bros. Tudo bem que a mídia cobriu em peso todos os acontecimentos, mas pense bem, tem gente que não sabe que Bob Marley morreu. Você acha que a saída de Sheen é algo tão relevante assim para toda pessoa no mundo se achar no dever de saber? Claro que não.
O que não quer dizer que foi um episódio ruim. Havia boas piadas, mesmo as de humor negro. Ashton Kutcher não fez feio, mas o seu personagem ainda é algo a ser descoberto. Ele não foi protagonista de nada no episódio de ontem. Pareceu tão-somente uma boa participação especial.
A verdade é o que aconteceu foi a estreia de uma nova série. E é exatamente este o termo que eles estão utilizando internamente; as aventuras do bon-vivant Charlie Harper ficaram para trás. A reinvenção de "Two and a half men" é um processo que vamos acompanhar ao longo dessa temporada, a cada episódio. Tudo pode acontecer, até o cancelamento.
E se alguém ainda quer ter alguma esperança do retorno de Charle Sheen, aqui vai uma voz amiga: eles deixaram uma ponta solta. O corpo não foi mostrado para ninguém, a única testemunha do ocorrido foi a lunática Rose, e o Alan mencionou que os restos mortais não lembravam muito o seu irmão. Não quero que criem falsas expectativas, apenas tenham em mente que, apesar de mínimas, as chances existem e eles se prepararam para qualquer eventualidade.
Do lado de cá, Charlie Sheen está apresentando um comportamento mais brando, assumiu que fez besteira, desejou sorte à série, e até deu conselhos a Ashton Kutcher nos bastidores do Emmy. Após um acordo de US$ 25 milhões, terá fim a sua disputa judicial com a Warner, ou seja, menos uma peleja.
O público brasileiro que acompanha Dois homens e meio no Warner Channel poderá conferir a estreia da nova temporada no dia 9 de novembro.
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2 comentários:
Tanto alarde por nada? Aconteceu o previsto, Charlie morreu...
Enfim, vamos ver como será daqui pra frente...
Eu gostei desse episódio, mas isso se deu provavelmente por eu nunca ter assistido qualquer outro. Só achei que o Ashton pareceu muito com um Kelso (personagem dele de Thats 70 Show) adulto e rico. E que, por mim, tá tudo ok: eu gostava do Kelso mesmo. :D
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