Após terminar a 3ª temporada de Bojack Horseman, fiquei muito feliz por constatar que o brilhantismo da temporada anterior não foi um golpe de sorte. A série encontrou o seu caminho, sim, e continuou abrindo estradas para ir mais longe.
Sem nenhum favor, Bojack é a melhor comédia em cartaz, e um dos programas de TV mais inteligentes dos últimos tempos. Impressiona sobremaneira a forma como a série se reinventou, saindo do clichê "protagonista antissocial abriga em sua casa um hóspede espaçoso contra a sua vontade e aprende a viver com ele", e virou um profundo metadrama que perfura com agudeza cirúrgica o mito da celebridade.
Ao longo de 12 episódios, o desenho equilibra, com delicadeza, seu humor áspero com dramas pessoais que vêm se mostrado típicos do nosso tempo, mas ainda pouco ou mal explorados pela ficção, como a ansiedade e a depressão. É como se cada episódio fosse uma alucinógena mistura de cores intensas com um pinceladas de cinza. A cada frame os produtores esbanjam criatividade, colocando graça em detalhes que provavelmente passarão despercebidos por muitos espectadores.
Nesta temporada, Bojack (Will Arnet) finalmente atinge o auge da sua carreira, após a boa recepção do seu filme Secretariat, que o colocou no circuito das grandes premiações, e com fortes chances de concorrer ao Oscar. Conforme os eventos vão se desdobrando, o cavalo flerta mais uma vez com o fundo do poço — verdadeiro fantasma psicológico que o assombra desde a infância.
Por mais "dark" que pareça, Bojack Horseman é uma divertida e provocante experiência de vida, sendo para mim impossível entender como o Emmy ainda não abriu os olhos para isso. Não deixe de ver essa série.
A Netflix, felizmente, já garantiu a 4ª temporada para 2017.
Nota: 10/10.
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