6 Back to basics: os artistas que migraram para o R&B.
Já vimos que o R&B foi o grande porto onde muitos artistas tentaram sobreviver após o surto do teen pop, ou quando este já estava em estado de putrefação. Stacy Ann Ferguson, ou simplesmente Fergie, foi a primeira a malograr nessa carreira, com o fracasso do seu grupo Wild Orchild, que produziu três discos, embora a gravadora tenha se recusado a lançar o terceiro. Após o término da banda, frustrada, Fergie rendeu-se ao vício de drogas pesadas, e largá-las foi particularmente difícil para a cantora, que o conseguiu ao mesmo tempo em que se descobriu capaz de “controlar os seus sentimentos”, conforme disse à revista Time em setembro de 2006. Foi no ano de 2003 que Fergie foi convidada a integrar o The Black Eyed Peas, talvez um dos grupos mais “democráticos” da história da música, que reúne dois negros, um descendente de latinos com traços indígenas e uma cantora branca, e que hoje são também responsáveis por disseminar seu R&B pelo mundo. Inicialmente, Fergie cobriria o espaço deixado pela vocalista Kim Hill, que abandonou o BEP em 2000.
Kim Hill - Sunshine Ex-vocalista do Black Eyed Peas
Black Eyed Peas - Don't phunk with my heart
O que era para ser uma participação numa única faixa acabou se estendendo para cinco, e depois resultou num convite para que integrasse a banda em definitivo. A relação de gratidão entre o grupo e Fergie – um admite dever ao outro todas as glórias de hoje – traz atualmente belos números ao BEP e deu a Fergie o estímulo necessário para se lançar em carreira solo, apoiada pelos parceiros do grupo. Seu disco The Dutchess foi produzido por Will.I.Am, vocalista dos Black Eyed Peas, e lançado em 2006, tendo hoje quatro singles em excelentes posições nas paradas musicais de todo o mundo. São eles: LondonBridge, Big Girls Don’t Cry, Fergalicious e Glamorous.
Fergie feat. Will.i.am - Fergalicious
Recentemente, Fergie foi congratulada com o último troféu Video Music Awards, premiação consagrada do canal estadunidense Music Television, na categoria de Melhor Artista Feminina. Pela MTV brasileira Fergie também foi premiada este ano, desta vez com o troféu Video Music Brasil na categoria de Melhor Artista Internacional.
Pouco adiantaria discorrer sobre os artistas egressos no R&B se não mencionássemos Christina Aguilera, cuja carreira teen pop não conheceu impasses que não fossem culpa da sua difícil personalidade. A opção de Aguilera por um novo estilo musical não foi por nenhuma crise na sua carreira, mas por um surpreendente amadurecimento pessoal.
Seu sucesso foi consolidado entre os anos de 1999 e 2001, graças ao seu primeiro álbum que levava o seu nome, lançado em 1999. Quando integrante do movimento teen pop, Christina era considerada a principal rival da já polêmica Britney Spears, uma vez que ambas possuíam perfis semelhantes tanto à primeira vista quanto em estilo musical. Porém, a preferência do público e da mídia por Britney não era algo fácil para Aguilera, cujo gênio forte chegou a chocar muitos de seus fãs no início da carreira. Com seu segundo disco Stripped, lançado em 2002, Christina surpreendeu ao surgir totalmente reformulada tanto na aparência quanto nas músicas. Nessa época ela já mostrava tendências de R&B, com toques de jazz e soul. Seu novo visual não abismou apenas a sua legião de fãs, como todas as pessoas em geral.
Christina Aguilera - Dirrty single do álbum Stripped
No início, entretanto, Stripped não foi tão bem recebido quanto o anterior pela crítica especializada. E, para muitos, a impressionante habilidade vocal de Christina foi ofuscada pela imagem sexy e provocante que ela começou a cultivar com o single de estréia, Dirrty, que de fato preteria a conhecida dádiva sonora da cantora, para propagar o seu corpo de uma forma que não convenceu. Essa imagem mais “pervertida” rendeu reações das mais diversas. Porém, com o segundo single Beautiful, a crítica e o público se renderam ao talento da cantora. Beautiful logo se tornou um sucesso radiofônico monstruoso por todos os continentes. Alcançou o segundo lugar na Billboard por 10 semanas, e foi algo decisivo para que o álbum obtivesse a monstruosa vendagem de dez milhões e meio de cópias.
Christina Aguilera - Beautiful álbum Stripped
Os frutos de Stripped e do single Beautiful foram colhidos por Christina até 2006, momento que ela escolheu para lançar um novo álbum oficial. Dessa vez, mergulha nas raízes do R&B, compondo um novo trabalho que é, como um todo, uma das maiores obras deste estilo musical. O álbum Back to basics traz de volta, e atualizado, um R&B que desde meados da década de 1940 andara esquecido.
Christina Aguilera - Ain't no other man álbum Back to basics
Visto o poder artístico desse disco, uma importante revista brasileira chegou a reconhecer que Christina Aguilera passou boa parte da sua carreira disputando com Britney Spears, “até descobrir que tem talento”. Hoje, é a própria Britney Spears que peleja contra si mesma, chegando a extremos como agredir fotógrafos com um guarda-chuva, e deixar transparecer explicitamente sua sofrível dependência química.
O primeiro single de Back to basics, Ain’t no other man, alcançou posições satisfatórias em rankings de vários países. O videoclipe traz de forma espetacular o retorno às origens, e os demais singles deste álbum seguem o mesmo estilo retrospectivo – Ain’t no other man foi ambientado em um cabaré, enquanto o videoclipe de Hurt mostrou bastidores de um circo, e Candyman inspirou-se a marinha americana de meados do século XX. Até o momento, Back to basics vendeu mais de quatro milhões de cópias.
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