Eu, de ingênuo que sou, por um breve segundo me espantei com a cobertura de tantos sites, twitters e programas de TV sobre a morte de Michael Jackson. Depois de terem bombardeado o cantor durante esses últimos anos, cheguei a pensar que só eu continuasse admirando, torcendo, vibrando com as vitórias dele.
Mas para os outros sites, revistas, twitters e programas de TV eu pergunto: ONDE VOCÊS ESTAVAM ANTEONTEM, QUANDO ELE AINDA ESTAVA VIVO? Porque eu sei onde estava! Eu estava aqui, em casa, esperando a menor notícia boa sobre Michael Jackson para poder publicá-la.
Talvez tenha sido por isso que, com o coração em estilhaços assistindo à cobertura do Jornal Nacional, lacrimejei quando ouvi o anúncio oficial da sua morte. E não só eu: milhões de brasileiros, ianques, ingleses, hipócritas ou não, sentiram o baque junto comigo. Uma massacrada minoria, porém, não percebeu que acabamos de perder o rei do pop, nem é capaz de entender o que isso significa. Foi-se o artista do milênio. O pai do videoclipe. O pai de três crianças cujo futuro me preocupa.
A comoção que senti foi inexplicável (ou não). Não fiquei tão abalado nem mesmo com a morte do Papa João Paulo II, nem com o desastre da AirFrance (me desculpem), nem com nada que tenha acontecido nos últimos dez, quinze anos. A perda de Michael atinge o âmago do mundo da música, que é algo que eu consumo diariamente. Como bem diz aquela frase, já repetida aqui, da Elza Soares: "A música é uma droga, e eu estou sempre drogada". E se tem alguém a quem devemos muito, é Michael Jackson. Além de suas músicas que já falam por si, sem ele não teríamos Justin Timberlake, Ne-Yo, nem muitos outros. Justin foi um dos muitos que se manifestaram: “Não consigo encontrar as palavras para expressar perante tamanha tristeza. Nós perdemos um gênio, um verdadeiro embaixador não só da música pop, mas de todos os gêneros musicais (...) Vou ser eternamente grato pelos momentos em que estivemos juntos no palco e por tudo que aprendi com ele sobre música. Meu coração está com a família dele e seus entes queridos”.
A reação dos artistas foi praticamente unânime: tanto no Brasil quanto fora, eles lamentaram a trágica partida do cantor. Até mesmo Madonna, que já trocou suas farpas com Michael, reconheceu: "Sua música viverá para sempre". Chegou até a dizer: "Eu não consigo parar de chorar pelas más notícias" Onde você estava anteontem, Madonna...
Não sei de vocês, mas eu não me esqueço que ele não teve infância. Que ele comeu o pão que o diabo pôs no forno nas mãos do pai. Que ele, muito novo, já era ídolo no mundo. Que ele era atacado com tiros e flechas pela mídia, por pessoas comuns, por pessoas que não valem nada.
A morte dele, anunciada horas antes da confirmação dos médicos, dizem muito sobre a sua própria trajetória: para a mídia, ele já estava morto há muito tempo. Você, leitor, que é esperto, não se engane com as homenagens que vêm por aí. Elas só querem vender, dar ibope, encher linguiça de programa que não tem conteúdo.
Quando via e ouvia Michael Jackson, eu só conseguia pensar no "cara que fez o Thriller", no "cantor do disco mais vendido da história", no "artista que mobilizou toda a classe pelas crianças africanas, com We are the world", o "cara que conquistou mais de duas dúzias de Grammys", "a celebridade mais conhecida depois de Jesus Cristo"... Isso, e muito mais, era Michael Jackson.
O vaso bom, veja com que facilidade, quebra.
Seguindo uma recomendação especial minha, o SBT pretende exibir, ainda hoje, o filme MOONWALKER, estrelado por Michael, na Tela de Sucessos, ou amanhã.
http://twitter.com/blogaritmox
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6 comentários:
É estou reparando nisso, que epós sua morte, várias emissoras ja andam falando dele em toda a sua programação.
Fico indignado que um artista excelente como ele era, tenha tamanho prestigio depois da morte(acontece muito)e enquanto em vida todos o julgavam mal, e não se ouvia nada sobre.
De luto por essa perda.
Infelizmente, é a realidade.
A mídia nunca vai mudar, isso é fato!
Apesar de não ter sido um fã propriamente dito de Michael, estou engasgado com a notícia...
Quando William Bonner confirmou a notícia da morte de Michael, antes da propaganda eleitoral gratuita, fiquei imóvel deitado em minha cama. Constatei, era verdade. O mundo perde seu maior ícone da música. O Rei do POP não morreu (não é nenhuma alusão ao Elvis). Continuará vivo em nossos corações. Fica com Deus MICHAEL!
Eu achei que eu não conseguiria ir à faculdade hoje, e eu realmente não consegui. Achei que ficaria melhor em casa, mas quão grande não foi a minha surpresa ao constatar que a tv é ridícula mesmo e que ela não tem jeito. Eles acharam algo pra dar mais ibope que a morte da Eloá, a morte da Isabela, o acidente do avião francês: a morte do Michael. E isso não vai parar. E hoje mais cedo Ana Maria com seu louro josé vestido de Michael, dançando e rindo. Não tem graça. Fiquei até com medo de pôr na Record, imaginando o que o Hoje em Dia faria com a notícia. A tv aqui em casa vai é ficar desligada, senão não paro mais de chorar.
O post mais sincero e comovente sobre essa perda irreparável e tão triste...
Quanto à mídia (especialmente a TV), eu estou transtornado e impressionado com tanta baixeza e hipocrisia... É lamentável. É vergonhoso.
Concordo com você, Blogaritmox, esperava algum momento onde Michael Jackson mais uma vez nos fizesse sacolejar ou se emocionar com sua música, ele que já fez tantas (fui contar quantas músicas dele que eu gosto pra valer, deu umas 15!) Inphelizmente ele acabou sendo promovido...
Não sei como anda Neverland à essa altura do campeonato, mas sei lá se alguém está pensando em fazer dela uma espécie de nova Graceland...
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