quarta-feira, julho 23, 2008

FERNANDA TAKAI: VAMOS SALVAR AMY WINEHOUSE!

Nesse texto, a cantora Fernanda Takai - conhecida pelo seu trabalho no Pato Fu - entrega mais uma prova incontestável de que Amy Winehouse, mesmo sendo vítima do modismo, é uma opção de som de qualidade. E não apenas uma isca para os holofotes do mundo dos espetáculos, onde os podres valem mais do que a contribuição do artista para o giro da roda cultural.
A despeito da propaganda dualista em torno de Amy, vale a pena ouvir as suas canções e é preciso urgentemente que ela se liberte das drogas. É preciso ajudá-la.
Porque as pessoas parecem mais preocupadas com o próximo escândalo do que com o sofrimento desse ser humano despedaçado.

VAMOS SALVAR AMY


Lembro-me bem que há dois anos lia em todos os lugares que ela estava indicada como a maior revelação da música britânica dos últimos tempos. A princípio, dei pouca atenção, porque sempre existe um certo exagero, diria até necessidade, de renovar o panteão de ídolos ano após ano. Em toda matéria vinha o nome de Amy, com elogios rasgados. E foi assim até que ela passou dos jornais, revistas e internet para as rádios aqui no Brasil.

Quando ouvi duas canções em emissoras com perfil totalmente diferente (uma rádio adulta e outra jovem) e soube que eram da mesma pessoa, imediatamente fui à procura das músicas dela na internet. Gostei de uma. Gostei de duas. Gostei do disco inteiro. Back to black é um clássico incontestável e era só seu segundo álbum. Vi clipes e acompanhei algumas entrevistas. Aí, junto com a qualidade da música já vinham as notícias que ela tinha problemas... Sua vida afetiva era conturbada. Aqueles detalhes todos que acompanham alguém em evidência.

Amy, com seus apenas 25 anos, canta muito e vende muito. É um grande negócio recheado de um talento ímpar. Não bastasse a sua voz, é compositora de mão cheia. E tem a habilidade de transformar seus problemas em canções muito fortes. Ela praticamente transporta seus diálogos da vida real para as músicas e manda recados aos amigos e inimigos.

Fiquei pensando que a gente está acostumado com a figura da morte precoce de jovens ícones do rock, como Janis Joplin, Jim Morrison, Jimmy Hendrix. Uma história que se repete ao longo do tempo. Eles partiram cedo, embalados pela mistura perigosa de substâncias ilícitas, superpoderes imaginários e descompensação emocional frente à avalanche de acontecimentos que se tornou sua vida cotidiana.

É triste ver uma pessoa como Amy Winehouse definhando em público. Com a quantidade de câmeras de bolso que se tem agora, as imagens desses astros são capturadas e propagadas em todos os momentos. A gente acompanha uma tragédia pessoal, tornada pública. O triunfo e o caos.

Já fizeram camisetas de “Save Amy” por aí. Se achar uma, vou comprar. Sou fã da moça, que teve bochechas um dia e agora está tão magrinha que parece que vai se quebrar quando cair do salto da próxima vez.

Por pouco não vi o show que ela fez no Rock in Rio Lisboa, pois me apresentei no mesmo festival. Não pude ir. Acompanhei pela internet a quase-apresentação dela. Sem voz, cambaleante e sem jeito, Amy estava num estado muito frágil. Naquela hora, em frente ao meu computador vendo trechos do concerto na internet, pensei que ela pode ir embora desta vida a qualquer momento. Por isso gostaria de deixar aqui o meu protesto: Amy, não se vá. Só você pode se salvar, aprendendo a gostar mais de você. Como a gente mesmo gosta.


fernandatakai@uai.com.br
blogaritmox@gmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo o texto, concordo com tudo que a Fernanda disse sobre o talento incontestável da Amy, agora nos resta torcer para que ela dê a sua volta por cima e seja 'Stronger than us'.

"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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