Mesmo sendo de Tiago Santiago, não havia muitas dúvidas a respeito da qualidade de Amor e revolução, a nova novela do SBT. O tema, a ditadura militar, fala por si só. Simplesmente, um folhetim que faltava na teledramaturgia brasileira. E a gente se pergunta por que ninguém pensou nisso antes.
Só que alguém já tinha pensado, é bom que fique claro. E esse alguém é o próprio Santiago, que ofereceu a novela Globo quando ainda trabalhava lá, mas o projeto não foi aceito. O autor passou pela Record, e sinceramente não sei por que ele não fez com que essa emissora produzisse a sua novela (houve um tempo em que ele mandava por lá). De qualquer forma, o casamento com o SBT deu certo, e Amor e revolução está em boas mãos. Não perfeitas, mas suficientes. E a audiência pode não ser das melhores, mas aumento em pouco mais de 1 ponto o desempenho da emissora no horário, superando Ana Raio e Zé Trovão.
A novela já começa maravilhosamente bem, dando à classificação indicativa o tratamento que merece: o de censura, quase como na era das trevas. E, ao final de cada capítulo, segue um depoimento de algum sobrevivente das torturas. Relatos verdadeiros, cheios de dor e mágoa. Emocionam, e prendem a nossa atenção.
Amor e revolução, além do texto de Tiago Santiago (que está, vamos dizer assim, bom) tem uma direção competente, comandada por Reinaldo Boury. O elenco também tem dado sinais de que não teremos maiores preocupações. Como disse o sr. Flavio Ricco, é caso apenas de alguns se adaptarem aos seus personagens, e isso nem sempre ocorre imediatamente.
Também merecem destaque o logotipo da novela, que é incrivelmente criativo, a abertura, e os sensacionais anúncios publicados pelo SBT na imprensa. Dá gosto de ver a dedicação com que eles trabalharam no projeto. Já o pessoal de Corações Feridos, coitados, devem estar botando um ovo nesse exato momento.
Repito, tivemos a prudência de confiar na trama e acertamos. O telespectador brasileiro, pela primeira vez na históra, tem boas opções de novelas, em três canais diferentes. Além da Globo (que, por agora, só tem Morde e Assopra tentando oferecer algo novo, mas sem maiores ousadias - mas vem aí Cordel Encantado com uma proposta interessante), temos a Record com Rebelde (Ribeirão Preto pode até ser boa, mas não sei porque nunca vi), e o SBT com Amor e Revolução.
A tevê brasileira não vive sua melhor fase, mas conforta saber que na teledramaturgia estamos colhendo os bons frutos da livre concorrência.
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2 comentários:
Gostei do pouco que eu vi. Uma pena que não vou conseguir acompanhar sempre. Agora o melhor mesmo foi a divulgação, muito bem feita!
Desde que estreou, só tinha parado para ver trechos de "Amor e Revolução". Nesta sexta-feira, sem nada mais interessante para fazer, decidi acompanhar o capítulo por inteiro. É, de fato, uma novela de qualidade. Corajosa e até inovadora. O SBT e o Tiago Santiago estão de parabéns pelo trabalho. O "censura" em vez de "classificação indicativa" é um belo chute no estômago. Muito bom. Abraço!
PS: retire os links do Panorama TV e Antena Livre e insira do Galeria de Novelas, por favor.
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