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terça-feira, março 27, 2012

"Avenida Brasil" já é a melhor novela das 9 desde "A Favorita"

O único problema é que passaremos a novela toda ao som de Kuduro, tema de abertura

Vai ser preciso um esforço faraônico para João Emanuel Carneiro tirar do telespectador a certeza de que Avenida Brasil vai, com tranquilidade, se tornar uma das melhores novelas das 9 deste breve século. Se com A Favorita ele já estabeleceu um padrão de qualidade que até agora não foi quebrado, com o seu mais recente folhetim, que estreou ontem, as expectativas se sustentam em um histórico favorável.

Inicialmente, o primeiro capítulo prendeu pelas imagens. E um trabalho de direção ágil, que destacou poucos núcleos -- apenas o cômico, encabeçado por Alexandre Borges, Camila Morgado e Debora Bloch, não empolgou ainda. Com isso, foi o núcleo principal que roubou a cena. Adriana Esteves desde já conquistou a crítica, e tem tudo para conduzir a vilã Carmen Lúcia a um patamar semelhante ao alcançado por Flora (Patrícia Pillar) no hall das vilãs de telenovelas.

Ainda sobre as imagens, elas realmente foram um achado. Nem parece o mesmo Rio de Janeiro visto na semana passada, em Fina Estampa. Um tratamento digno de cinema, um passo arriscado em tempos em que só se pensa na tal da Classe C (o que na prática significa, por mais absurdo que pareça, abrir mão de qualidade em detrimento de uma linguagem mais fácil e colorida).

Aqui nós temos que abrir um parênteses para destacar que, no horário das seis, isso já não é novidade. Cordel Encantado, eleita a Melhor Novela pelo Troféu Imprensa 2012, apenas a título de exemplos, tinha uma imagem bastante rica, em razão não só das câmeras utilizadas, mas também de um toque todo especial da direção. Depois de um período cinzento, este é o horário onde mais se experimenta, sem uma preocupação tão grande com a audiência, como foi tempos atrás. A Vida da Gente, que não teve uma audiência considerada boa para os padrões da emissora, não sofreu nenhum tipo de pressão, porque era bastante elogiada por quem assistia.

No meio disso há o horário das sete, que anda meio parado no tempo, e depois temos a faixa nobre, a que paga o salário de toda a emissora, como gosta de enfatizar Aguinaldo Silva. Avenida Brasil está trazendo os avanços já experimentados no horário das seis, para o horário de maior relevância da TV. E isso pode trazer profundas repercussões nos folhetins vindouros.

E a história, o que realmente interessa, já mostrou que não vai deixar a peteca cair. A estreia marcou 37 pontos, menos do que merecia, mas quem conhece o trabalho de João Emanuel Carneiro sabe que ele tem cartas na manga. Os recordes de audiência virão com o tempo, com toda certeza. 

Do outro lado, a Record, achando que seria fácil, escalou Rei Davi para concorrer com a estreia da Globo. Erro de principiante. Apesar do sucesso da minissérie, o compacto marcou apenas 6 pontos, sequer arranhando a liderança da Globo.

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segunda-feira, outubro 03, 2011

Descontente na Globo, Walcyr Carrasco deve ganhar remake de "Gabriela" para as 23h

O fatídico jantar... Não me convidaram. E viram só? Deu briga
O Astro não vai seguir o mesmo caminho das suas irmãs telenovelas: quando chegar ao fim, não será sucedida imediatamente por outra. O horário será ocupado normalmente por séries e outras atrações até 2012, quando finalmente entrará a nova novela das 11. 

A faixa, que oferece uma liberdade que os autores muito apreciam, é objeto de cobiça de muita gente na Globo. Só que ela pode acabar indo para alguém que entrou na disputa por acaso: Walcyr Carrasco. Ele tem o poder de escolher se quer ou não escrever para o horário o que no caso seria um remake de Gabriela, inspirada na obra homônima de Jorge Amado.

E por que Walcyr ganhou tão valioso presente? Seria ingenuidade achar que é só pelo grande sucesso que ele tem feito com Morde & Assopra (que teve um começo complicado e conseguiu dar a volta por cima), porque a recompensa natural para isso seria a sua promoção para as 21h, o verdadeiro horário nobre, como já se vinha cogitando. O que a Globo pretende é fazer um mimo ao eterno "Senhor das Seis", que tem sido alvo de constantes ataques do colega de emissora e ex-amigo Aguinaldo Silva.

É de conhecimento geral que Walcyr e Aguinaldão romperam relações graças às semelhanças entre as histórias contadas em suas novelas, mais especificamente com relação às personagens Dulce (Cássia Kiss) e Griselda (Lilia Cabral), o que envolve um suposto plágio. Vamos relembrar.

Até a estreia de Fina Estampa, Aguinaldo já chamava atenção para o fato de ter criado Griselda bem antes de Morde e Assopra ser concebida, e que, em conversa com Carrasco (assistida por testemunhas, ele faz questão de ressaltar), contou a história da mãe humilhada pelo filho. Aguinaldo estava bem resolvido quanto a isso, e sempre amenizava quando falavam sobre a briga que ele já teria tido com o companheiro de emissora. Foi só a atual trama das nove estrear, e choveram críticas comparando as duas novelas, o que acabou incomodando o criador de Griselda, que, querendo ou não, só chegou quando Dulce já havia conquistado o Brasil.

De lá pra cá, Aguinaldo tem feito vários ataques contra Walcyr, e conta que houve um momento em que a TV Globo disse que ele tinha que tirar a história da novela dele, isso foi pedido pelo Manoel Martins (diretor-geral de Entretenimento da Globo). Daí ele se reuniu comigo para jantar e criar um jeito para as duas histórias ficarem diferentes. Isso aconteceu perante duas testemunhas. Nós acertamos os detalhes de como ele deveria fazer para afastar a história dele da minha, mas ele não fez nada do que combinamos”. E já não esconde que se chateou com o episódio: “Eu fiquei muito triste, (Walcyr) é uma pessoa que se aproximou de mim e com quem eu falei abertamente sobre minhas tramas e minhas histórias, e ele também contou as dele. O fato é que na minha novela não tem nenhum dinossauro, nenhuma vaca anã ou nenhum robô

O pior é que o único impasse nessa história esbarra no ego dos autores, porque em audiência nenhuma trama esvaziou a outra. Pelo contrário: está muito bom do jeito que está. A Globo, no meio de dois sucessos, mantém uma posição neutra, o que incomoda a ambos os autores.

Carrasco, sentindo-se agredido e abandonado, estaria cogitando abrir edital para que outras emissoras deem lances pelo seu passe. Ao saber disso, Aguinaldão deu a patada, pelo Twitter: “Eu também recebi um convite milionário pra sair da Globo e ser o programador das madrugadas do Canal Brasil: kakakakakakakakakakakakakaka!” . Em defesa de Aguinaldo, realmente as histórias têm coincidências demais; e em defesa do outro, quando lhe foi falado sobre a história de "Marido de Aluguel", esta ainda não era uma novela de Aguinaldo Silva; era o resultado de uma oficina de autores, cujos direitos a Globo ainda não tinha adquirido, e que o próprio Silva afirmou que se a sua emissora não quisesse, ele liberaria para outras. Ou seja, ainda havia uma remota chance de Fina Estampa sequer vir a existir.
 
De qualquer forma, foi assim, para evitar que Walcyr se sinta desprestigiado, que a Globo lhe deu o melhor presente que um autor da casa poderia querer nos dias de hoje. E, conhecendo Walcyr como conhecemos, dá pra ter uma noção do que ele é capaz de fazer se estiver livre das amarras do Ministério da Justiça e da própria Globo, num horário em que a liberdade é quase irrestrita. 

E que venha Gabriela! E daqui, outra polêmica pode surgir: a atriz mais cotada para o papel é Juliana Paes, que por sua vez já está reservada para a próxima novela da Gloria Perez... Quem será que leva? Lembrando que estes dois autores, pelo menos por enquanto, são amigos.

Tudo leva a crer que, se realmente vir a assinar o remake de Gabriela, Walcyr tem tudo para fazer um dos melhores trabalhos de sua carreira.

segunda-feira, junho 13, 2011

Resumão de Ouro: Os melhores de 2010


Com tradição não se brinca. Há três anos, surgia no Blogaritmox o troféu Resumão de Ouro, que quando não premia os melhores do ano, homenageia os que mais se destacaram. 2011 já está na sua segunda metade, e os leitores do blog já tinham perdido as esperanças de verem esta postagem virar realidade...

Bem, como vocês sabem (breve retrospectiva barra arquivo confidencial), este começo de ano foi bem difícil pra mim; estava cursando oito matérias na faculdade, e paralelamente, estudando para o Exame de Ordem, que todos estudantes de Direito (como eu) devem fazer para se tornarem advogados. Neste último Exame, que foi prestado por bacharéis de todo o Brasil, foram apenas 11% de aprovados - incluindo este que vos fala. Foi a primeira vez que prestei o Exame, e olha que nem formado ainda eu sou. Então, se tudo der certo (pode não dar, vamos torcer pra que dê), já vou virar 2012 como advogado!

Claro que estou feliz, mas essa postagem não é sobre mim, correto? Todavia, eu sei que você está com um sorrisinho de orgulho engatilhado, prestes a soltá-lo... Vamos lá... Eu ralei muito pra poder tirar essa onda.

Enfim. Não foi tão difícil chegar aos Melhores de 2010. Desta vez, ao contrário dos anos anteriores, optamos por distribuir apenas 1 troféu por categoria, na medida do possível.

Ah, e por fim, lembrem-se que vocês são sempre convidados para votarem nos Melhores do Ano, e por isso eu não aceito reclamações quanto aos escolhidos. Já não me basta o aborrecimento de que me deu a minha equipe de jornalistas convidados especialmente para fazerem esta postagem, mas que me abandonaram por não aceitarem trabalhar pra mim por menos de um salário mínimo.

RESUMÃO de OURO | Edição 2011

ATOR
ALAN CUMMING (The Good Wife)

Veterano do teatro e do cinema norte-americanos, Alan Cumming (Eli Gold) chegou a The Good Wife como secundário, e não demorou a ser promovido para o elenco fixo. Seu sucesso é tanto que, antes mesmo de a série ser renovada para a 3ª temporada, Cumming fechou contrato para trabalhar até uma eventual 5ª.

A construção do personagem reúne elementos típicos da política: charme, poder e muito cinismo, além de uma poker face, que é o pretinho básico dos bons praticantes dessa arte. Eli Gold consegue se destacar mais do que Peter Florick (Chris Noth), cuja campanha ele gerencia fervorosamente. É um caso raro de um coadjuvante que não precisa protagonizar para roubar a cena, e que sabe como conduzir a sua ambição.


ATRIZ
CLAUDIA RAIA (Ti ti ti)

Foi aos cuidados de Claudia Raia que a autora Maria Adelaide Amaral confiou as melhores frases de Ti ti ti. Uma delas: "Nos anos 80, pichar muro era um must, mas hoje em dia nem deliquente faz isso. Também qual é o sentido de pichar muro se hoje dia qualquer um tem um blog? Da próxima vez escreva um blog".

A atriz conseguiu reafirmar o seu enorme talento com uma atuação despojada, e com todas as emoções que a personagem exigia. E não é de se espantar que Jaqueline tenha caído nas graças do telespectador.


HUMOR
STEVE CARELL (The Office)

Desde que despontou no cinema, em grandes bilheterias como O virgem de 40 anos, ele estava afastado da televisão. Em 2005, Steve Carell ele estreou como Michael Scott em The Office, e trouxe consigo toda a sua credibilidade, além de um talento sobrehumano. Os escritores lhe entregam um script que já era bom por si só, e eis que Steve vinha e fazia misérias com ele.

A série, de audiência modesta, é bastante requisitada pelo mercado publicitário, além de ser um fenômeno de vendas em home video (foi a comédia que mais vendeu DVDs em 2009). Muito disso se deve ao trabalho de Steve, que conquistou a admiração do público, e a confiança dos publicitários. Por essas e outras, a NBC fez de tudo para dissuadí-lo quando ele anunciou que estava deixando a série, por motivos pessoais.

Não conseguiram. Perdemos o Steve. Perdemos o Michael.

A profundidade da interpretação de Steve Carell como Michael Scott é algo que merece ser estudado. Com louvor, ele entrou para a seleta galeria dos personagens mais marcantes da história, além de se consolidar como o melhor chefe do mundo.


REVELAÇÃO DO HUMOR
GABRIELA DUARTE (Passione)

Eu praticamente cresci associando a imagem de Gabriela Duarte a de uma mulher difícil de aturar. Ela parecia toda chatinha, toda ranhetinha, toda filhinha da namoradinha. Pensei que isso nunca fosse mudar; e o mais impressionante é que a redenção tenha acontecido numa novela chata como Passione. Se era chata, tinha tudo a ver com a Gabriela Duarte, certo? Pois então. Foi um raro acerto dessa novela.

A Jéssica não tinha os melhores diálogos ou as melhores cenas; tinha a atriz ideal. Praticamente sozinha, Gabriela quebrou o esteriótipo e hoje pode andar na mesma calçada que os cidadãos de bem.

Seu talento para o humor chamou tanta atenção que ela está confirmada na próxima temporada da sitcom Junto e Misturado, de Bruno Mazzeo.


PROGRAMA DE TV
CONEXÃO REPÓRTER (SBT)

O jornalístico encabeçado por Roberto Cabrini, além da conhecida competência deste profissional, causou grande barulho em âmbito nacional, provocando até a instauração de CPIs, como a da pedofilia na Igreja Católica. Seu trabalho investigativo trouxe para o SBT uma posição de respeito no jornalismo brasileiro, que não se via desde a chegada de Ana Paula Padrão, apesar da baixa audiência. É uma pena que a emissora dê mais atenção ao moribundo SBT Repórter do que ao programa de Cabrini, deixando claro que a sua contratação não foi exatamente pela sua qualidade como jornalista, mas tão-somente para atingir a Record, como parte do plano de vingança pela contratação de Gugu Liberato.


APRESENTADOR
RATINHO (SBT)

Eu gosto do Ratinho! E em 2010, ele novamente se consolidou com o Programa do Ratinho, com toda aquela esculhambação que lhe é de praxe. Nada mais de tentar desconstruir a sua imagem de fogueteiro, como se chamá-lo de Carlos Massa pudesse mudar alguma coisa.

Ah, os testes de DNA! Eles voltaram. E se você pensa que isso é explorar a miséra das pessoas, é porque você não sabe como são as audiências nas Varas de Família, pelos mesmos testes de DNA, e ainda pior: com um pedido de pensão alimentícia em pauta. O pau quebra no Ratinho, o pau quebra no Fórum, com a diferença de que lá, juízes e advogados não deixam os litigantes chegarem às vias de fato. Só o que Ratinho faz é deixar acontecer naturalmente. E provocando um pouco, ninguém é de ferro.

Pois eu reafirmo que gosto do Ratinho, e numa época em que o horário tem tido opções tão fracas, é bom ver a velha ratazana fazendo o que gosta.


SÉRIE
THE GOOD WIFE - Pelo Direito de Recomeçar (CBS | Universal Channel)

"A boa esposa", é a tradução do título. Nós, brasileiros, logo associamos à Amélia, a que não tinha a menor vaidade, descrita por Ataulfo Alves e Mário Lago no samba Ai, que saudades da Amélia. Naquela época (década de 40), muitas Alicias já despontavam na sociedade, deixando nos machões aquela nostalgia pela mulher de verdade.

E a Alicia de Juliana Margulies pode te fazer querer cantar o samba. Desde que o marido foi preso, ela foi obrigada a se redescobrir: como mulher, como advogada (profissão que ela outrora preteriu para cuidar da família), e como mãe. E só sendo uma grande mulher para aguentar a barra de ser mãe do Ben 10 (na foto acima, colocando o sapato).

The Good Wife
é uma série imperdível, mesmo sem grandes cenas de ação. A adrenalina está nos casos que Alicia e os advogados do escritório Lockhart and Gardner têm que enfrentar. Além dos casos: cada advogado, e cada juiz com que eles se deparam, têm uma personalidade diferente e ajudam a compor as histórias; não são meras participações.

The Good Wife
cumpre tão bem o seu papel que até o título em português - Pelo Direito de recomeçar -, apesar de não ter nada a ver com o original, é estranhamente bom e adequado.


NOVELA, AUTOR E DIRETOR
Ti ti ti (Novela)
Elizabeth Jhin (Autora de "Escrito nas estrelas")
Luiz Fernando Carvalho (diretor de "Afinal, o que querem as mulheres?")

Essa categoria está ficando cada vez mais diversificada desde 2009, quando todos os prêmios envolviam A Favorita.

Ti ti ti
foi uma novela ousada, apesar de ser um remake. Apostou em várias linguagens, inclusive mesclando elementos de folhetins anteriores, e mandou bem em cada uma delas. Maria Adelaide Amaral não criou cem por cento daquilo, mas foi muito criativa e divertiu bastante. E apesar de não ter sido a melhor novela dos últimos anos, ajudou a estabilizar a audiência do horário, depois que Tempos Modernos quase pôs tudo a perder.

Elizabeth Jhin
merece o prêmio de Melhor Autora por ter concebido sozinha a trama de Escrito nas Estrelas, uma novela bem leve, fácil de gostar, e com um tema que sempre envolve os brasileiros, por mais que alguns tenham certa resistência: o espiritismo.

E como Diretor, merece aplausos o Luiz Fernando Carvalho, de Afinal, o que querem as mulheres?. A pergunta não tem resposta, mas o diretor tem uma imaginação sem limites. Ele acaba nos mostrando que ainda não vimos tudo, o que é maravilhoso, em dias como os de hoje.

VILÃS
Beatriz (Débora Falabella) e Sofia (Zezé Polessa)
Escrito nas Estrelas

As vilãs mais recentes têm sido ruins de doer, e isso inclui a Clara de Passione, (nada contra a Mariana Ximenes. A personagem é que não sabia pra onde ia). E se você perceber bem, toda novela, principalmente das seis e das sete, promete uma "vilã cômica". Em Escrito nas Estrelas também tivemos o Gilmar (Alexandre Nero), chato até o osso. Não gostei.

Beatriz e Sofia foram as que melhor cumpriram o seu papel. Tinham uma proposta, foram lá e realizaram. A Beatriz teve um começo meio trôpego, pois foi a estreia da Débora Falabella no lado negro da força, e contou bastante com a presença de palco da experiente Zezé Polessa no papel de sua mãe. As duas acabaram formando uma boa dupla de pilantras, o que não se vê desde Bárbara e Tony, de Da cor do pecado.


EPISÓDIO DE SÉRIE

5 to 9 | House
Exibido em 8 de fevereiro 2010 - 13.60 milhões de telespectadores

Por trás do olhar cansado de Cuddy (Lisa Edelstein), não fazíamos ideia do quanto é difícil se colocar em seus sapatos. É tanta burocracia, prazos, problemas e picuinhas, que ter que aceitar as maluquices de House (Hugh Laurie) acaba sendo apenas um entre tantos problemas. Em "5 to 9", tiramos o dia para acompanhar a rotina alucinante da diretora do Princeton-Plainsboro, e passamos a admirar a forma com que ela gerencia cada minuto do seu dia. É um dos melhores episódios da série, que tem passado por um momento difícil, que inclui a saída da própria Cuddy. Que bom que, antes de essa tragédia acontecer, fomos brindados com um episódio tão bom.


There will be bad blood | American Dad
Exibido em 28 de novembro 2010 - 6.13 milhões de telespectadores

Na verdade este episódio não conta nenhuma história tão especial, por isso não vou me alongar. O que ficará marcado na minha memória é quando Roger reencontra sua loba, uma tal de "Felicity", enquanto vagava no meio do nada. Eu tive que rever a cena várias vezes para me controlar, de tanto que ri.


The hot troll deviation | The Big Bang Theory
Exibido em 14 de outubro 2010 - 12.57 milhões de telespectadores

Foi um episódio em que o Sheldon (Jim Parsons) foi o que nunca deveria ter deixado de ser: um coadjuvante. E ele arrasou ao lado do Raj (Kunal Nayyar), brigando para não terem que dividir a mesma sala no trabalho. Foi até melhor que a trama principal do Howard (Simon Helberg), que aos poucos descobriu que o seu relacionamento sério com Bernadette (Melissa Rauch) lhe libertou da necessidade de "fazer justiça com as próprias mãos".

PERSONAGEM
Roger | American Dad

Roger é um ET clandestinamente abrigado por Stan Smith, o "paizão americano" que é agente da CIA. Como não aguentaria ficar para sempre dentro de casa, Roger dá o seu jeito: ele cria milhares de personagens, e sai às ruas sem ser notado. São tantas personas, que algumas fogem do seu controle.

A característica mais marcante do Roger é conseguir ser muito pior do que o "politicamente incorreto", talvez justamente por não ser humano, o que lhe dá liberdade para fazer tudo o que normalmente condenamos (às vezes por razões óbvias). Ele não possui uma sexualidade definida - apesar de preferir homens, a depender da personalidade que ele está assumindo -, mas já estuprou o próprio diário, e além disso é consumidor de todo tipo de droga que você imaginar: Roger é viciado em álcool, tabaco, maconha, heroína, cocaína, crack, esteróides, oxicodona, êxtase, euphoria (a droga falsa de 90210 - Barrados no Baile), óxido nitroso, metanfetamina, e outras substâncias mais.

Ele é o personagem mais cultuado de American Dad, e isso poderia até causar ciúmes no Stan, se ambos não fossem dublados pelo mesmo Seth Macfarlane, criador da série. Só que o Roger é, seguramente, o seu melhor trabalho. De longe.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Mamie Gummer como "Nancy Crozier" | The Good Wife

The Good Wife é cheia de boas participações especiais, mesmo que a maioria delas seja de rostos desconhecidos para nós. Nancy Crozier (Mamie Gummer) é uma das advogadas que Alicia já derrotou, e foi mais difícil do que se poderia esperar.

No tribunal, Nancy tenta passar a imagem de uma jovem interiorana, meio bobinha, mas é uma advogada muito malandra. Enquanto a audiência está rolando, ela está com seu bloquinho de anotações a postos - não para escrever, mas para desenhar coraçõezinhos. Isso porque ela já sai de casa sabendo muito bem a estratégia que vai utilizar. E pobre de quem a subestima.

JORNALETEIROS
Ricardo Boechat e José Simão | BandNews FM

Eu, quando estou preso no trânsito, preciso de um pouco de rádio, ou no mínimo ouvir um CD surrado. Caso contrário, a minha mente fica aberta para todo tipo de atrocidade, como fantasiar a Daniela Albuquerque montada num cavalo (mais bonito do que o burro em que ela galopa normalmente).

Enfim... conforta saber que no trânsito, ou em qualquer lugar em que você se sinta bem pra ligar o rádio, você tem a companhia de Ricardo Boechat e de José Simão. Juntos, ainda por cima.

O Boechat sabe quando ser sério e sabe apontar problemas e soluções, com a segurança de quem sabe o que está falando. E o Simão vem, diariamente, roubar alguns minutinhos dessa seriedade. O ponto alto do Buemba! Buemba! são as piadas que você e eu ajudamos a construir, graças aos adoráveis filhos da puta que elegemos para nos fazerem passar vergonha.

MÚSICA

BRUNO "O MARCIANO" MARS

Alguém conhecia o Bruno Mars antes de 2010? E alguém virou o ano novo sem conhecê-lo?
Bruno é um havaiano que está em atividade desde 2007, e no ano passado veio o sucesso mundial com o hit Bilionaire, que escreveu ao lado do também estreante Travie McCoy. Não parou por aí: enquanto os bilhões de dólares não chegam, Marciano tem emplacado diversas músicas no topo das paradas do mundo todo, como "Just The Way You Are" e "The Lazy Song", esta última, cotada para se tornar o novo hino do estado da Bahia.

PAULA FERNANDES

Essa é do tipo de mulher que você torce pra que tenha chegado na sua vida pra ficar. Além da embalagem de encher os olhos, Paula Fernandes tem uma voz linda. Ela gravou a abertura de Escrito nas Estrelas, ganhando projeção em todo o Brasil, e foi só um pontapé que se fez necessário pra que ela pudesse ser reconhecida pela talentosa artista que é.

Não que Maria Gadú também não merecesse o prêmio, mas enquanto esta tietava o Caetano Veloso, a Paula Fernandes vinha pegando de com força o Rei Roberto Carlos, e não se pode subestimar quem tem tão fácil acesso à realeza.
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KATY PERRY

Outra que você deve ter ouvido à exaustão no ano passado foi Katy Perry. Teenage dream, California gurls e Fireworks estavam mais presentes nas rádios do que os fogos no céu de Copacabana em noite de reveillon. Foi um bom ano para Katy, que não precisou mentir dizendo que saiu beijando garotas, como fez pra se lançar em 2008.


PERSONALIDADES
Chuck Lorre e Charlie Sheen

Quem viu pessoalmente a iminência desse abraço não imaginava que hoje esses dois cachorrões iam se odiar tanto como se odeiam hoje.

Charlie Sheen aprontou, foi expulso de Two and a half men, quis voltar e não deixaram. Acha que a série não vai funcionar sem ele, do mesmo jeito que não funcionaria se não tivesse topado o convite de Chuck Lorre, anos atrás, para interpretar uma versão caricata de si mesmo. Parte disso é verdade.

Sheen e Lorre encerraram uma parceria vitoriosa, e da pior forma possível. Famosos lavando roupa suja em público é algo até normal de se ver; a diferença aqui é que são celebridades de primeiro time, de salários milionários, dando os escândalos de mão beijada aos tablóides.


segunda-feira, maio 23, 2011

"Cobras & Lagartos" pode ser a substituta de "O Clone" no "Vale a pena ver de novo"

Cobras & Lagartos foi a segunda e última novela de João Emanuel Carneiro no horário das sete. Depois dela, o autor foi sumariamente catapultado para a faixa mais nobre da TV brasileira, as 21h. E é esse folhetim que está altamente cotado para substituir O Clone na sessão de reprises Vale a Pena Ver de Novo.

Não é por menos. Cobras & Lagartos divertiu e não decepcionou, apesar de ser inferior em tudo à Da Cor do Pecado, do mesmo João. O horário das sete vinha passando por uma grave crise criativa, pra quem se lembra. E essas duas novelas foram decisivas para a gradual recuperação da Globo. Hoje, não é uma coisa que se diga "minha nossa, como a audiência está alta", tem seus altos e baixos, ninguém é perfeito.

Na minha humilde opinião, se vale muito a pena ver de novo Cobras & Lagartos, é por um único motivo: Milu Montini, a socialite falida interpretada por Marília Pêra (era a mãe da Leona, Carolina Dieckmann). Ela, sim, foi uma verdadeira vilã cômica, e das mais memoráveis. E pra quem tinha visto a atriz pela última vez como a Janis Doidona, personagem daquela triste novela Começar de Novo, vê-la fazendo história como a admirável Milu, foi um presente dos céus.

Ah, e que eu não pareça injusto: a novela teve muitas outras qualidades. E o público soube reconhecer: no último capítulo, a audiência conquistada foi de 44 pontos de média (Insensato Coração nunca marcou isso). No ranking da década, perde apenas para Da cor do pecado.

A notícia da reprise de Cobras & Lagartos não é oficial, pois a Globo ainda não se manifestou a respeito. Outra novela cotada é Belíssima... Aí fica difícil escolher.

Logo abaixo, você pode conferir duas cenas da Milu: uma, com o "potinho de creme milagroso feito à base das algas do fundo do oceano pacífico metabolizadas pelo canto das baleias roxas acasalando", e outra mostrando um momento que a perua, no auge da falência, organizou um bazar para vender as suas coisas, para arrecadar dinheiro para as "criancinhas do Piauí". Divirta-se.




segunda-feira, maio 16, 2011

Amor nas novelas: não morremos de amores por ele

Cordel Encantado: o amor reina, mas não sozinho
Quando a melhor novela no ar é a das seis, é que alguma coisa muito estranha está acontecendo na televisão. O horário, até onde sabemos, é o que recebe menor investimento, e numa escala hierárquica, sempre foi o menos importante da grade da Globo. Sim, já vimos produções que marcaram época, como Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea, só que mesmo com todo o sucesso que tiveram, não foram capazes de proporcionar o fenômeno que vemos hoje.

Cordel Encantado, tranquilamente, caminha para se tornar uma das melhores novelas da história. Isso está acontecendo. As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes precisariam se esforçar muito para reverter esse quadro. A novela está perfeita, e qualquer esforço para mudar com isso poderá ser em vão.

Por mais que seja bom elogiar quem merece, e que tenha se tornado tão comum os críticos se rasgarem em elogios à atual novela das 18h, não é exatamente dela que queremos falar. Também vamos pular Morde & Assopra, porque esta cumpre bem o seu papel (a despeito dos robôs. Odeio robôs em dramaturgia).

O que está acontecendo com as novelas das oito? É isso o que queremos saber.

Muito se fala que o telespectador é avesso ao que foge do comum. Ouvimos isso quando Bang Bang fracassou. Ouvimos isso quando tiveram que desligar aquele computador asqueroso de Tempos Modernos. É o consolo do fiasco: achar-se vítima de uma injustiça, "ninguém entende que eu sou da vanguarda".  Em ambos os casos, e olha que só citamos esses dois, duas coisas contribuem decisivamente: a falta de texto e a falta de direção.

O mesmo aconteceu com as tramas de época: a Globo decidiu acabar com elas no horário das seis, depois que as últimas não tiveram boa audiência. Com Cordel Encantado no ar, perguntamos: o problema está no século em que a trama se passa, ou na história que está sendo contada?

Essa crença de que o telespectador não quer ser surpreendido, provavelmente, acaba intimidando muitos autores a quebrarem suas próprias barreiras. Mal sabem eles que não há nada que o telespectador não queira ver. Há, sim, aquilo que não é mostrado de uma forma que cative. Não gosto de robôs, mas quem sabe um dia eu não mude de ideia?

Com isso, os autores têm achado que só queremos ver amor. Que só queremos, parafraseando Tiago Santiago, o "novelão clássico". E quem mais está sofrendo com isso, hoje, são as novelas das oito. Ultimamente, todas têm apostado no tema mais surrado da ficção: o amor.

Insensato Coração, Passione, Caminho das Índias (esta, em inglês, India - A love story). As três últimas produções das 21h. Em todas elas, o próprio título denuncia: "vem aí mais uma história de amor, e tramas paralelas que podem ser qualquer coisa".

A atual Insensato Coração não chega a ser péssima, mas o que aquela novela quer nos dizer? Aonde ela quer chegar? O amor de Pedro e Marina, a vilania do Leo, mas e daí? E depois? E eu com isso?

Não fosse ela..
Essas novelas, não por acaso, demoram para emplacar. Quando emplacam, é porque o telespectador já entendeu que o folhetim não vai passar daquilo, e quando faltam opções, não tem tu vai tu mesmo. E são justamente as tramas secundárias que, muitas vezes, acabam salvando essas novelas. Vide a Gloria Pires, o maior sustentáculo de Insensato Coração, e uma das poucas coisas que deixam aquela novela um pouco interessante.

Nem todo autor sabe o que é passar por esse problema. João Emanuel Carneiro, por exemplo, talvez por ter chegado agora, parece saber que não dá pra esperar grande coisa se não oferecer ao público uma história desafiadora, em todos os sentidos. Aguinaldo Silva tentou e se deu bem em Senhora do Destino, foi infeliz em Duas Caras, e vem aí com Pura Estampa - a inspiração desta, porém, veio de vários autores iniciantes no projeto Master Class, liderado por ele.

Mas o amor não precisa, nem pode, deixar de existir nas novelas. Só não precisa ser a novela. Em O Clone, mesmo com o sucesso de Jade e Lucas, o tema que nos chamou atenção não era o romance dos dois, mas todo aquele lance de clonagem, que despertou a atenção do público. Coisas assim nós não vimos em Caminho das Índias, por exemplo, da mesma Gloria Perez.

É um risco, para não dizer burrice, insistir nessa ideia de que o telespectador quer se apaixonar em pleno horário das nove. Queremos entretenimento, queremos uma história que nos faça pensar, que renda um bom papo no dia seguinte. Claro, se vier tudo isso intercalado com tórridas cenas de paixão, não iremos reclamar.

Longe de mim querer dizer que os textos do horário nobre são ruins; se o meu negócio fosse uma bela de uma saga romântica, eu não desligaria a televisão por nada. É que eu não quero ver isso. Já deu.

Caros autores, creio que falo por milhões de pessoas quando digo: poupem-nos de suas maravilhosas histórias de amor.


terça-feira, maio 03, 2011

Audiência do último capítulo de "Ribeirão Preto"

Ribeirão Preto, a interminável novela da Record, encerrou suas atividades com uma excelente audiência - e repercussão zero. A estreia aconteceu em 18 de maio de 2010, e o último capítulo só foi ao ar ontem, 2 de maio de 2011.

O folhetim assinado por Marcílio Moraes teve média de 17 pontos com picos de 19, números altíssimos, o que só fortalece uma tese: que público estranho esse os das novelas da Record. Durante quase toda a sua exibição, a novela teve uma oscilação significativa, embora tenha conseguido manter os dois dígitos durante muito tempo. Ainda assim, os números só reagiram mesmo nos últimos meses (e foram vários meses). Ainda assim, o telespectador se predispôs a assistir a reta final. E todos os capítulos que eles perderam? São dispensáveis para entender a história?

Mesmo assim, vamos fingir que tudo isso faz sentido. A única pergunta que fica é: por que ninguém, absolutamente ninguém, nas ruas, nas conversas entre amigos, nos escritórios, fala nessa novela?

Exagerei mas vai ficar assim mesmo. Me processem.

De qualquer sorte, merece parabéns o trabalho do Marcílio Moraes. Infelizmente a novela não foi tudo o que merecia. Também não vamos parar aqui para tentar entender o porquê, mas que fique a ressalva de que admiramos o papel realizado pelo autor. Não é um trabalho fácil e seria leviano desconsiderar isso.

Mesmo encerradas na ficção, as histórias de Ribeirão Preto continuam: na semana passada, um homem foi preso ao tentar vender atestados médicos falsos. O esquema foi denunciado por um empresário, que levou o caso ao conhecimento da prefeitura. A Polícia Civil foi acionada e a prisão ocorreu na última quarta-feira (27/04). Cada atestado falso era vendido a R$ 15,00.


Fontes: NaTelinha
Ribeirão Preto Online

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quinta-feira, abril 07, 2011

A novela "Amor e revolução"


Mesmo sendo de Tiago Santiago, não havia muitas dúvidas a respeito da qualidade de Amor e revolução, a nova novela do SBT. O tema, a ditadura militar, fala por si só. Simplesmente, um folhetim que faltava na teledramaturgia brasileira. E a gente se pergunta por que ninguém pensou nisso antes.

Só que alguém já tinha pensado, é bom que fique claro. E esse alguém é o próprio Santiago, que ofereceu a novela Globo quando ainda trabalhava lá, mas o projeto não foi aceito. O autor passou pela Record, e sinceramente não sei por que ele não fez com que essa emissora produzisse a sua novela (houve um tempo em que ele mandava por lá). De qualquer forma, o casamento com o SBT deu certo, e Amor e revolução está em boas mãos. Não perfeitas, mas suficientes. E a audiência pode não ser das melhores, mas aumento em pouco mais de 1 ponto o desempenho da emissora no horário, superando Ana Raio e Zé Trovão.

A novela já começa maravilhosamente bem, dando à classificação indicativa o tratamento que merece: o de censura, quase como na era das trevas. E, ao final de cada capítulo, segue um depoimento de algum sobrevivente das torturas. Relatos verdadeiros, cheios de dor e mágoa. Emocionam, e prendem a nossa atenção.

Amor e revolução, além do texto de Tiago Santiago (que está, vamos dizer assim, bom) tem uma direção competente, comandada por Reinaldo Boury. O elenco também tem dado sinais de que não teremos maiores preocupações. Como disse o sr. Flavio Ricco, é caso apenas de alguns se adaptarem aos seus personagens, e isso nem sempre ocorre imediatamente.

Também merecem destaque o logotipo da novela, que é incrivelmente criativo, a abertura, e os sensacionais anúncios publicados pelo SBT na imprensa. Dá gosto de ver a dedicação com que eles trabalharam no projeto. Já o pessoal de Corações Feridos, coitados, devem estar botando um ovo nesse exato momento.

Repito, tivemos a prudência de confiar na trama e acertamos. O telespectador brasileiro, pela primeira vez na históra, tem boas opções de novelas, em três canais diferentes. Além da Globo (que, por agora, só tem Morde e Assopra tentando oferecer algo novo, mas sem maiores ousadias - mas vem aí Cordel Encantado com uma proposta interessante), temos a Record com Rebelde (Ribeirão Preto pode até ser boa, mas não sei porque nunca vi), e o SBT com Amor e Revolução.

A tevê brasileira não vive sua melhor fase, mas conforta saber que na teledramaturgia estamos colhendo os bons frutos da livre concorrência.


segunda-feira, julho 12, 2010

SEM CELEBRAÇÃO, WALCYR CARRASCO ESCREVERÁ A PRÓXIMA NOVELA DAS 7


Não haverá celebração porque, segundo Walcyr Carrasco, não foi uma batalha. E ele ficou muito chateado por terem espalhado isso...

Será Walcyr, e não Miguel Falabella, o autor da novela que substituirá Ti Ti Ti no horário das sete. Muito se falou sobre uma disputa porque Falabella realmente está na fila. Só o que não procede é que os dois estariam se degladiando por uma vaga: "Eu não me conformo! Agora o Estado de S. Paulo, publicou que eu "venci" Miguel Falabela na disputa pela novela das 7! Bobagem!", postou o vencedor em sua página no Twitter. "Nunca houve disputa".

Também no microblog, Falabella confirmou a versão dos fatos contada por seu colega: "Só para esclarecer: eu e Walcyr Carrasco não temos nenhum tipo de disputa. Somos ambos autores contratados e não disputamos nada!", e também aproveitou para declarar que não pretende ou não pode se envolver em nenhum outro roteiro enquanto estiver escrevendo A Vida Alheia. Nós vimos no que deu quando ele conciliou Negócio da China com o Toma lá dá cá...

Já no começo do ano, Carrasco viajou para o Japão, onde buscou inspirações para sua próxima trama. E de lá voltou com uma sinopse envolvendo não só a cultura oriental, como também a alta tecnologia, razão pela qual o projeto "talvez ficasse para depois". A Globo já deve estar providenciando os investimentos necessários para lidar com os efeitos especiais que provavelmente a novela vá demandar. E "enquanto isso, o Falabela concluiu uma sinopse também pedida pela emissora. E a imprensa inventou essa bobagem de disputa". Mesmo assim, ainda não há a confirmação de que Falabella vá ser o autor seguinte.

No elenco de Redenção (título provisório da nova novela das sete), já está reservado o ator Marcos Pasquim, vindo de um bom trabalho (finalmente vestido) em Caras & Bocas. E pela primeira vez sete em anos, não vai acontecer a parceria entre Walcyr Carrasco e o diretor Jorge Fernando, que já está envolvido com Ti Ti Ti. Assim, está escalado Rogério "Papinha" Gomes, que dirigiu Paraíso e hoje está mandando bem em Escrito nas Estrelas.


terça-feira, julho 06, 2010

"UMA ROSA COM AMOR" ENTUSIASMA TELESPECTADOR DO SBT

"Mudei. Mudar é bom", escreveu Tiago Santiago em seu blog oficial.

Até que ponto isso é verdade nós não sabemos, mas uma coisa é certa: apesar do início cheio de percalços, está sendo muito feliz a primeira jornada do ex-consultor de dramaturgia da Record em sua nova fase SBT. Ele não é o autor ideal, e talvez nunca chegue a ser, mas fez uma série de escolhas certas ao mudar de emissora.

A Record estava grande demais para Santiago, e não respeitava mais as suas opiniões. Isso pode ser explicado pelo declínio previsível da saga dos Mutantes, cuja ambição cega de se perpetuar fez os bispos ignorarem a absoluta falta de qualidade da trama. Contratado pelo SBT quando Promessas de Amor ainda estava no ar, a Record se vingou virando as costas para a própria novela - e hoje voltou atrás, trazendo de volta um compacto de todas as temporadas, que sabe Deus até onde vai.

Enfim, chegando no SBT, Tiago escolheu a novela Uma Rosa com Amor, de Vicente Sesso. Ele, particularmente, não vê com muito bons olhos o que está sendo feito de sua novela. Como uma reação imediata, aderi ao movimento de Sesso, porque realmente os primeiros capítulos traziam toda sorte de defeitos, que certamente não foram inspirados na versão original, como o sotaque fajuto do protagonosta Claude.

A verdade, porém, é que ganhou quem pagou pra ver. Há muito o telespectador do SBT se contenta com pouco (convenhamos, o que eram algumas daquelas adaptações mexicanas?). Uma Rosa com Amor foi se desenvolvendo aos poucos, corrigindo, na medida do possível, o que dava para corrigir. Tiago Santiago tem dado conta do recado, segurando bem a adaptação. A novela não é dele, mas tudo estaria perdido se colocassem nas mãos de um completo incompetente. E isso ele provou não ser.

A Globo continua fazendo as melhores novelas, mas nem tudo que sai de lá é ouro. Não há como comparar Uma Rosa com Amor, e Ribeirão do Tempo (Record), a uma Tempos Modernos, com todos os atores experientes, toda a tradição, todo investimento, e toda a Globo que tem.

O público da novela sabe o que está assistindo, e tem consciência de que é um produto do SBT que tem se superado. Foi acertada a escolha da experiente Carla Marins como protagonista, além de tantos outros do elenco. Hoje, os maiores vacilos vem da própria emissora, como quando optou por encurtar a novela e mudou de ideia, só que tarde demais. Em agosto, a reprise de Canavial de Paixões ocupará o horário.

Se em Os Mutantes o autor esbanjava anúncios megalomaníacos e promessas de audiência que nunca obtinha, dessa vez Tiago Santiago tem se recatado. Não diz ser mais do que é, não fala mais do que precisa. Só agora veio falar sobre a reprise da Record, e se limitou a comemorar o fato de que está com duas novelas no ar. Depois, ele anunciou que já está preparando sua primeira novela original no SBT, e isso sim dá medo. Só que agora, vale a pena esperar.

Afinal, "mudar sempre dá trabalho", conforme escreveu Tiago, prosseguindo com sua postagem. Que ele faça um bom trabalho.

sexta-feira, junho 25, 2010

WALCYR CARRASCO OU MIGUEL FALABELLA? O FUTURO DO HORÁRIO DAS SETE

Ainda paira a indecisão sobre a novela que irá suceder Ti Ti Ti, que substituirá Tempos Modernos no horário das sete. Até poucos meses atrás, falava-se em Marcia Prattes como a resposável pela autoria da sucessora, mas a sua sinopse, que se passaria num transatlântico, foi descartada porque foi considerada um investimento muito além do que a Globo estaria disposta a arcar.

O "plano B" era adiantar a volta de Walcyr Carrasco, que ainda em janeiro estava no ar com Caras e Bocas. Com a saída de Marcia da disputa, seu nome foi o mais cotado. Até que Miguel Falabella resolveu se candidatar a uma vaga - apesar do fracasso de sua última novela Negócio da China (2008-2009). Falabella não é exatamente um modelo de autor de novelas; e eu já li em algum lugar que ele próprio teria assumido isso. Séries ele sabe escrever e muito bem, já novela não é a sua praia. Não sei por que insistir.

Em 2005, ele escreveu A Lua me Disse, que não passou da linha do meramente satisfatório - e olha que esteve no meio de duas tramas problemáticas: Começar de Novo (2004-2005, fechando com 31 pontos) e Bang Bang (2005-2006, 27). Na época, o brasileiro ainda não havia desistido das novelas das sete. A Lua me Disse teve média de mais de 32 pontos, o que hoje seria muito mais bem recebido. Por sua vez, Caras & Bocas, que é mais respeitada dentro da própria Globo, teve média inferior: 31 pontos.

Qualquer um que venha a ganhar a vaga depois de Ti Ti Ti, vai pegar um horário reconstruído - é o que parece. Isso só quer dizer que terá alguns dias mais tranquilos para desenvolver sua trama, até que o público possa decidir se vai ou não continuar acompanhando. Bosco Brasil também teve essa oportunidade com Tempos Modernos, mas não conseguiu aproveitá-la.

Todo esse imbróglio denuncia a fragilidade da Globo, e sua falta de atenção com a faixa das sete, talvez a mais prejudicada até agora. Eles não podem contar com Walcyr Carrasco escrevendo a vida toda sem parar, porque é um ritmo desgastante, por melhor e mais competente que ele seja. Sua importância é tamanha que o autor está impossibilitado de ascender ao horário das oito, porque com a promoção de João Emanuel Carneiro, dá pra contar nos dedos de uma mão do Lula os autores que conseguem segurar o horário.


"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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