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segunda-feira, maio 16, 2011

Amor nas novelas: não morremos de amores por ele

Cordel Encantado: o amor reina, mas não sozinho
Quando a melhor novela no ar é a das seis, é que alguma coisa muito estranha está acontecendo na televisão. O horário, até onde sabemos, é o que recebe menor investimento, e numa escala hierárquica, sempre foi o menos importante da grade da Globo. Sim, já vimos produções que marcaram época, como Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea, só que mesmo com todo o sucesso que tiveram, não foram capazes de proporcionar o fenômeno que vemos hoje.

Cordel Encantado, tranquilamente, caminha para se tornar uma das melhores novelas da história. Isso está acontecendo. As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes precisariam se esforçar muito para reverter esse quadro. A novela está perfeita, e qualquer esforço para mudar com isso poderá ser em vão.

Por mais que seja bom elogiar quem merece, e que tenha se tornado tão comum os críticos se rasgarem em elogios à atual novela das 18h, não é exatamente dela que queremos falar. Também vamos pular Morde & Assopra, porque esta cumpre bem o seu papel (a despeito dos robôs. Odeio robôs em dramaturgia).

O que está acontecendo com as novelas das oito? É isso o que queremos saber.

Muito se fala que o telespectador é avesso ao que foge do comum. Ouvimos isso quando Bang Bang fracassou. Ouvimos isso quando tiveram que desligar aquele computador asqueroso de Tempos Modernos. É o consolo do fiasco: achar-se vítima de uma injustiça, "ninguém entende que eu sou da vanguarda".  Em ambos os casos, e olha que só citamos esses dois, duas coisas contribuem decisivamente: a falta de texto e a falta de direção.

O mesmo aconteceu com as tramas de época: a Globo decidiu acabar com elas no horário das seis, depois que as últimas não tiveram boa audiência. Com Cordel Encantado no ar, perguntamos: o problema está no século em que a trama se passa, ou na história que está sendo contada?

Essa crença de que o telespectador não quer ser surpreendido, provavelmente, acaba intimidando muitos autores a quebrarem suas próprias barreiras. Mal sabem eles que não há nada que o telespectador não queira ver. Há, sim, aquilo que não é mostrado de uma forma que cative. Não gosto de robôs, mas quem sabe um dia eu não mude de ideia?

Com isso, os autores têm achado que só queremos ver amor. Que só queremos, parafraseando Tiago Santiago, o "novelão clássico". E quem mais está sofrendo com isso, hoje, são as novelas das oito. Ultimamente, todas têm apostado no tema mais surrado da ficção: o amor.

Insensato Coração, Passione, Caminho das Índias (esta, em inglês, India - A love story). As três últimas produções das 21h. Em todas elas, o próprio título denuncia: "vem aí mais uma história de amor, e tramas paralelas que podem ser qualquer coisa".

A atual Insensato Coração não chega a ser péssima, mas o que aquela novela quer nos dizer? Aonde ela quer chegar? O amor de Pedro e Marina, a vilania do Leo, mas e daí? E depois? E eu com isso?

Não fosse ela..
Essas novelas, não por acaso, demoram para emplacar. Quando emplacam, é porque o telespectador já entendeu que o folhetim não vai passar daquilo, e quando faltam opções, não tem tu vai tu mesmo. E são justamente as tramas secundárias que, muitas vezes, acabam salvando essas novelas. Vide a Gloria Pires, o maior sustentáculo de Insensato Coração, e uma das poucas coisas que deixam aquela novela um pouco interessante.

Nem todo autor sabe o que é passar por esse problema. João Emanuel Carneiro, por exemplo, talvez por ter chegado agora, parece saber que não dá pra esperar grande coisa se não oferecer ao público uma história desafiadora, em todos os sentidos. Aguinaldo Silva tentou e se deu bem em Senhora do Destino, foi infeliz em Duas Caras, e vem aí com Pura Estampa - a inspiração desta, porém, veio de vários autores iniciantes no projeto Master Class, liderado por ele.

Mas o amor não precisa, nem pode, deixar de existir nas novelas. Só não precisa ser a novela. Em O Clone, mesmo com o sucesso de Jade e Lucas, o tema que nos chamou atenção não era o romance dos dois, mas todo aquele lance de clonagem, que despertou a atenção do público. Coisas assim nós não vimos em Caminho das Índias, por exemplo, da mesma Gloria Perez.

É um risco, para não dizer burrice, insistir nessa ideia de que o telespectador quer se apaixonar em pleno horário das nove. Queremos entretenimento, queremos uma história que nos faça pensar, que renda um bom papo no dia seguinte. Claro, se vier tudo isso intercalado com tórridas cenas de paixão, não iremos reclamar.

Longe de mim querer dizer que os textos do horário nobre são ruins; se o meu negócio fosse uma bela de uma saga romântica, eu não desligaria a televisão por nada. É que eu não quero ver isso. Já deu.

Caros autores, creio que falo por milhões de pessoas quando digo: poupem-nos de suas maravilhosas histórias de amor.


segunda-feira, janeiro 10, 2011

Dadinho é o caralho, meu nome é "Felicidade", porra!


Que Dadinho que nada, o nome da estrela do vídeo abaixo é Bridget, uma irlandesa de 34 anos, apaixonada pela dança. Mas nos palcos, seu verdadeiro nome é este mesmo: Happiness. A tradução literal da felicidade: não só o nome, como a própria participante do programa Got to dance, que em sua audição fez o improvável... Mandou tudo "tomate cru" e foi ser feliz. Do jeito que ela sabe fazer.  


Happiness tem sido tratada como a Susan Boyle do Got to dance. Mas ela não surpreendeu por seu notável talento na dança, e sim pela coragem de fazer algo por si mesma, sem se preocupar com absolutamente nada. "Quando ouço música, tudo o que quero fazer é me mexer", disse ela. Então se mexa, Happiness. Mexa-se à vontade.
.
Veja também: Beautiful
E faça alguma coisa útil nesta segunda-feira. Vá ser feliz.

sábado, novembro 06, 2010

Beautiful

Beautiful
Christina Aguilera
Letra de Linda Perry

"Beautiful", de 2002, é entendida por muitos como a canção mais importante da carreira de Christina Aguilera. Inserida em "Stripped", a música praticamente salvou a carreira da cantora, que na época enfrentava duras críticas por este álbum e, também, por sua própria aparência.

Naquele ano, Aguilera já era uma artista consagrada, mas no contexto da efemeridade daquele movimento teen pop - ao qual muitas carreiras não sobreviveram. Para ela, as coisas foram ainda mais difíceis, tendo que viver à sombra das comparações com Britney Spears. Quando decidiu romper com o teen pop, Christina ressurgiu com uma proposta totalmente nova: para provar que amadureceu, ela lançou Stripped com uma personagem de sensualidade agressiva (vide "Fighter") e visual para enterrar de vez a adolescência. O problema é que a adulta Aguilera mais parecia um travecão de beira de estrada.

As críticas, tanto ao disco quanto à Christina, foram duras. Ela virou motivo de piada, e toda a sensualidade que queria expressar colidia com toda aquela aparência excêntrica, o que era espantoso, já que todos sabiam que ali embaixo havia, ou houvera, uma linda mulher.

Eis que ela lançou "Beautiful", e todos foram obrigados a parar para ouví-la. Uma verdadeira multidão de críticos se curvou a Christina Aguilera, e a canção conquistou as maiores posições nas principais paradas do mundo. Depois dessa, todas as rejeições a "Stripped" vinham com uma ressalva.

Mais do que uma música, "Beautiful" tem ares de prece, uma oração a si mesmo. Nem tanto pela letra, mas pela mensagem mesmo. Foi com ela que eu aprendi a respeitar Aguilera (poucos anos depois ela me ganhou com "Back to Basics"), mas você não precisa sentir o mesmo. Basta ouvir essa mensagem, transmitida com perfeição por Christina e suas "acrobacias vocais", porque poucas vezes a auto-estima foi tão bem declamada na Arte contemporânea. E sem auto-estima, as suas possibilidades, por mais que você seja genial, são drasticamente limitadas. Você precisa se gostar, se respeitar, começando por um motivo simples: você é uma pessoa linda, e não importa o que os outros digam.

No clipe, que veio para coroar o estrondoso sucesso do single, o diretor Jonas Akerlund colocou a beleza sob o prisma das minorias, criando intersecções entre personagens e o isolamento em que se inserem ou são inseridos - mesmo quando se tem companhia, como é o caso dos dois rapazes gays que são cercados de olhares os condenando. Igual rejeição passa o punk, cuja presença é hostilizada dentro do ônibus em que viaja. Os outros personagens aparecem sozinhos, inclusive a Christina, reclusa num quarto vazio, cantando para si mesma e ao mesmo tempo para todas as pessoas.

Enfrentar a própria imagem no espelho chega a ser um dos maiores desafios, mas não tem jeito - é lá que você vai reconhecer a sua beleza, por mais que você a procure e encontre dentro de si mesmo. O resultado da busca é um você que encontrou qualidades que te definem e te fazem ser admirável. Sim, é difícil para quem não está satisfeito com o próprio corpo, como, no clipe, a adolescente esquelética e o garoto inconformado com o corpo sem músculos. O espelho pode, também, ser uma projeção das outras pessoas, de como você queria que elas te vissem: respeitosamente, sem julgamentos, por mais que você mesmo ainda sofra com aquela insegurança que vimos no olhar do senhor transformista, sobre o qual nós só sabemos isso (a tara por roupas femininas), e nada mais. Não há como explorar alguém apenas pelo que vemos.

Abaixo, você pode conferir a letra, acompanhada da nossa tradução. Abaixo dela, a letra e o vídeo da canção homônima do grupo Marillion, lançada em 1995, e que eu considero meio nada a ver, apesar de ser uma das que mais gosto.



Every day is so wonderful
Todos os dias são tão maravilhosos
And suddenly, it's hard to breathe
E de repente, é difícil respirar
Now and then, I get insecure
De vez em quando, me vem a insegurança
From all the pain, I'm so ashamed
De toda essa dor, sinto-me tão envergonhada

I am beautiful no matter what they say
Eu sou bonita, não importa o que digam
Words can't bring me down
Palavras não podem me abater

I am beautiful in every single way
Eu sou bonita, em todos os sentidos

Yes, words can't bring me down
É, palavras não podem me abater

So don't you bring me down today
Então não faça isso comigo hoje


To all your friends, you're delirious
Para seus amigos, você é insano

So consumed in all your doom
Tão consumido pelo seu destino

Trying hard to fill the emptiness
Lutando arduamente para preencher o vazio

The piece is gone, left the puzzle undone
A peça se perdeu, deixe o quebra-cabeças incompleto

Is that the way it is?
Não é assim que tem que ser?


You are beautiful no matter what they say
Você é bonito, não importa o que digam

Words can't bring you down
Palavras não podem te abater

You are beautiful in every single way
Você é bonito, em todos os sentidos

Yes, words can't bring you down
É, palavras não podem te abater

So don't you bring me down today...
Então não faça isso comigo hoje

No matter what we do,
Não importa o que façamos

No matter what we say
Não importa o que digamos

We're the song inside the tune
Somos a música dentro da melodia

Full of beautiful mistakes
Cheios de lindos erros

And everywhere we go
E onde quer que vamos

The sun will always shine
O sol sempre brilhará

But tomorrow we might awake
Mas amanhã poderemos acordar

On the other side
No outro lado


'Cause we are beautiful no matter what they say
Porque nós somos bonitos, não importa o que digam

Yes, words won't bring us down
É, palavras não vão nos abater

We are beautiful in every single way
Nós somos bonitos, em todos os sentidos
Yes, words can't bring us down
É, palavras não podem nos abater

So, don't you bring me down today
Então não faça isso comigo hoje





Everybody knows that we live in a world
Todo mundo sabe que vivemos num mundo
Where they give bad names to beautiful things
Em que damos nomes feios a coisas belas
Everybody knows that we live in a world
Todo mundo sabe que vivemos num mundo
Where we don't give beautiful things a second glance
Em que não damos às coisas belas uma segunda olhada
Heaven only knows we live in a world
Os Céus sabem que vivemos num mundo
Where what we call beautiful is just something on sale
Que o que chamamos de "bonito" é apenas algo que esteja à venda
People laughing behind their hands while the fragile and the sensitive are given no chance
Pessoas rindo às suas costas enquanto o frágil e o sensível não têm vez

And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons

To be trodden down, to be trodden down
Para serem pisadas, para serem pisadas
And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons
Fall to the ground, fall to the ground
Caem ao chão, caem ao chão

We don't have to live in a world
Nós não temos que viver num mundo
Where we give bad names to beautiful things
Em que damos nomes ruins a coisas belas

We should live in a beautiful world
Nós deveríamos viver num mudo belo

We should give beautiful a second chance
Nós deveríamos dar à beleza uma segunda chance


And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons

To be trodden down, to be trodden down
Para serem pisadas, para serem pisadas
And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons
Fall to the ground, and get kicked around
Caem ao chão, e são chutadas por aí


You're strong enough to be...
Você é forte o bastante pra ser...

Have you the faith to be...?
Você tem a fé para ser...?

You're sane enough to be..
Você é lúcido o bastante pra ser...

Honest enough to say...
Honesto o bastante pra dizer...

Don't have to be the same...
Não tem que ser o mesmo...

Don't have to be this way
Não tem que ser dessa forma...

C'mon and sign your name
Vamos, assine seu nome

You wild enough to remain beautiful
Você é louco o bastante para permanecer lindo

Beautiful
Lindo


And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons

To be trodden down, to be trodden down
Para serem pisadas, para serem pisadas
And the leaves turn from red to brown
E as folhas vermelhas tornam-se marrons

Fall to the ground, we could turn it around
Caem ao chão; nós podemos mudar isso


You're strong enough to be..
Você é forte o suficiente pra ser

Why don't you stand up and say?
Por que não se levanta e diz?

Give yourself a break
Dê um tempo a si mesmo

They laugh at you anyway
Eles já riem de você mesmo

So why don't you stand up and be Beautiful?
Então por que não se levanta, seja bonito



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domingo, março 07, 2010

EXCLUSIVO! ENTREVISTA COM WALCYR CARRASCO, AUTOR DE "CARAS E BOCAS"

Pra quem pensou que já tinha visto tudo, Caras & Bocas foi responsável pela mais nova revolução na carreira de Walcyr Carrasco. Foi a união das condições mais favoráveis: texto inspirado e com histórias agradáveis, atores bem selecionados, direção no ponto, um macaco que agradou e não nos lembrou da Sessão da Tarde, novela anterior fracassada (Três Irmãs), e novela das oito em baixa (Viver a Vida, que só foi melhorar agora). Vários capítulos de Caras e Bocas conquistaram as maiores audiências do dia - e estamos falando de uma novela das sete!

Resultado: hoje, Walcyr faz parte oficialmente do 1º time de autores da Globo. Cogitou-se que ele teria sido promovido ao horário das oito, mas por enquanto isso não deve acontecer. Ele, inclusive, já está trabalhando na sua próxima novela, que pode estrear ainda este ano, depois de Ti Ti Ti. Para isso, já está fazendo suas pesquisas, buscando inspirações na cultura japonesa.

De uma forma geral, nenhum outro autor me acompanhou em tantos momentos, e durante tanto tempo. As novelas eu vi em todas as emissoras. Os livros, li todos os que passaram pela minha mão - exceto O garoto da novela, que me roubaram antes de eu concluir.

Acho que este é o melhor momento para anunciar a mais nova conquista de Larry King: uma entrevista exclusiva com Walcyr Carrasco! Não estou dizendo que Larry King seja um ladrão de livros, mas a sua biblioteca pessoal é extensa demais para um homem que está na lista negra de todos os donos de sebos de livros deste Hemisfério.


BLOGARITMOX ENTREVISTA
por Larry King



BLOGARITMOX - Você já escreveu vários livros, peças, crônicas. É um acervo considerável de narrativas. Um livro de crônicas, por exemplo, condensa várias histórias das quais o leitor geralmente se despede com pesar. Mesmo assim, nenhuma de suas publicações foi reaproveitada na TV (até onde sei). Há algum motivo especial para isso?

WALCYR CARRASCO - O principal é que nunca ofereci, acredito. Para mim, cada obra é uma obra, com sua linguagem, sua trama. E acabo não oferecendo o que, no fundo, eu devia fazer.


BLOGARITMOX - Em Caras e Bocas, pela 1ª vez, eu identifiquei seu lado "cronista", explorando várias histórias curtas dentro de um folhetim, e com uma vantagem: mesmo com o rápido desfecho, os personagens continuavam ali para serem apreciados, e até mesmo para novas aventuras. Ainda havia fôlego para mais histórias?

WALCYR - Havia sim. Os personagens se recriavam, as histórias surgiam. Mas eu estava exausto, acho que não tinha mais fôlego físico para escrever mais.


BLOGARITMOX - O sucesso da novela surpreendeu muita gente, inclusive a mim (não levei fé num folhetim com um macaco). O público bancou a história até o final. Mas nem sempre é possível agradar – qual a sua relação com o ibope, e o que faz quando percebe que determinada trama não está dando certo?

WALCYR - Veja bem, a audiência é um dado. Mas o dado mais significativo é minha própria intuição. Eu assisto a novela todos os dias e sinto quando alguma coisa não está rolando. A audiência pode até estar boa, mas eu sei que não vai sustentar. Mas isso para mim é um estímulo para buscar soluções criativas.


BLOGARITMOX - Você consegue listar quem francamente te surpreendeu nessa novela?

WALCYR - Hummm...Tanta gente! Então, para não ferir ninguém, vou ficar com a Isabelle Drummond, que foi genial como Bianca, o Miguel Rômulo como Felipe e o David Lucas como Espeto. Faço uma homenagem aos adolescentes da novela!


BLOGARITMOX - Na Globo, você já passou por praticamente todos os horários - inclusive pelas manhãs, quando assumiu o Sítio. De todos os públicos com que você já trabalhou, qual deles é o mais trabalhoso?

WALCYR - Todos são. Cada um representa um desafio. Eu não costumo levar a minha vida pensando no que é "mais" ou "menos". Cada experiência tem seus momentos difíceis.


BLOGARITMOX - Você tem uma novela preferida, dentre as suas?

WALCYR - Ah, eu tenho um carinho especial por Xica da Silva, que me projetou nacionalmente.


BLOGARITMOX - E você considera que hoje, o autor está em maior evidência, sendo mais valorizado, e também mais cobrado nos dias de hoje?

WALCYR - Eu acho que o autor sempre foi cobrado. Hoje a mídia é mais forte, existe um número maior de órgãos de imprensa voltados para a televisãom internet... Portanto há uma cobrança constante.


BLOGARITMOX - "Vida de Droga" (seu livro mais vendido) conta o drama de Dora, garota rica e muito mimada, que vê tudo desmoronar quando o pai perde o emprego. As más companhias influenciam-na a entrar de cabeça no mundo das drogas, explorado pelo livro com riqueza de detalhes. Este foi o seu paradidático mais denso: tema delicado, com passagens fortes, e o alvo eram os leitores mais jovens. Você chegou a declarar que escrevê-lo "foi um trabalho sofrido". Como você conseguiu encontrar a forma adequada de tratar sobre as drogas, sem perder a conexão com o público-alvo?

WALCYR - É um processo que não sei explicar. Eu entro na pelo dos personagens, "vivo" a história deles, sob a ótica deles. E, é claro, sofro como eles.


BLOGARITMOX - "Balança Coração" é o livro que mais me lembra uma novela das 6: história de amor com seus percalços, que se resolvem quando o casal percebe que eles próprios são responsáveis por seus obstáculos. É uma história universal. Qual avaliação você faz desse romance?

Gosto muito, porque trata de um tema moderno: uma vegetariana e o filho do dono de uma churrascaria namorando! Eu ainda acho a ideia divertida, alegre.


BLOGARITMOX - Xica da Silva foi a melhor novela que já vi. Escrita sob a máscara do anonimato, deu ao texto um poder ilimitado. Foi uma novela tão surpreendente, e de uma riqueza tão grande que só me resta perguntar: Como foi escrevê-la?

WALCYR - Era minha primeira grande oportunidade, de verdade, eu tinha a sinopse há anos quando a Manchete resolveu fazer. E ainda por cima escrevi com pseudônimo - Adamo Angel - ou seja, atingi o nível máximo de tensão. Mas também, por ter pseudônimo, eu fiz questão de pesquisar a história, hábitos sociais, linguagem, dialetos, expressões da época. Foi um trabalho muito enriquecedor.


BLOGARITMOX - A ida para a Globo contou com o apoio de Walter Avancini (que dirigiu Xica da Silva). Nessa emissora, começaram juntos com O Cravo e a Rosa (2000), mas a parceria foi interrompida no meio de A Padroeira, com a morte do diretor. A Padroeira marcou a despedida de Walter Avancini, e seu encontro com Elizabeth Savalla, da qual, felizmente, você nunca mais largou. Já explorou seu lado sério, cômico, dramático, pérfido... É ela seu amuleto da sorte? Por outro lado, como foi a perda do seu grande companheiro Avancini?

WALCYR - Eu ofereci a primeira fatia do bolo de meu aniversário para a Elizabeth Savalla, justamente porque ela é a "herança" que o Avancini me deixou. Nós dois fomos descobertos, construídos artisticamente por ele (ela em Gabriela, eu em Xica da Silva). E perdê-lo foi muito doloroso, ainda tenho saudades. Mas ficou a Savalla, com quem tenho uma relação profissional muito rica.


Esta postagem é dedicada, também, aos familiares e amigos do ator Dener Pacheco, o Renan de Caras e Bocas, que faleceu ontem.

domingo, setembro 20, 2009

EXCLUSIVO! ENTREVISTA COM O DUBLADOR PETERSON ADRIANO

Imaginem vocês a emoção de um blogueiro jornalista, que acima de tudo é fã dos Simpsons e de uma boa dublagem, se deparar com um de seus ídolos dizendo "sim" a um pedido de entrevista.
E ele está aqui, El Barto! Peterson Adriano, o primeiro dublador de Bart Simpson, dentre outros trabalhos que certamente você conhece!
Peterson começou a carreira muito cedo; com doze anos já era um dos dubladores infantis mais requisitados do Brasil.
Nessa entrevista, ele falou sobre a carreira de dublador, os seus primeiros trabalhos, e, claro Os Simpsons. Perguntei tudo o que eu queria saber (e que lembrava na hora de formular as perguntas), e muita coisa vai sair daqui direto para a História da série no Brasil.
Contou que atualmente se dedica apenas a dublagem, sendo que até pouco tempo atrás também trabalhava como locutor para o Multishow. Mas o contrato já acabou, e até agora não foi renovado.
Ele percebeu que esse foi o assunto mais abordado na entrevista, mas... Não seja injusto, Peterson! Conversamos sobre outros temas também!
Para essa missão, escalamos o nosso repórter estagiário Larry King.
A voz de Peterson também pode ser conferida em outros trabalhos de grande repercussão: o Clark Kent, em Smallville, o Spyke de X-Men Evolution, o Valentino dos Tiny Toons, Macaulay Culkin (quando criança e desintoxicado), o Gastão de Rebelde, o Lalo em Lalola, o Koenma (criança e adulto) em Yu Yu Hakusho, dentre vários outros. Confira os principais no painel abaixo:

BLOGARITMOX ENTREVISTA
por Larry King

BLOGARITMOX Como é ser dublador no Brasil?
Peterson Adriano Hoje em dia é uma tarefa árdua,uma vez que a dublagem está passando por uma crise,escassez de mercado... A crise americana reduziu as produções e conseqüentemente nos afeta.


BLOGARITMOX Seu primeiro trabalho foi como o Bart? Como você entrou nessa?

Peterson Não,quando fiz teste para o Bart já dublava... Eu entrei no curso sem nem saber o que era dublagem,na minha cabeça os personagens dos desenhos tinham aquela voz naturalmente.


BLOGARITMOX Você pensou que duraria tanto na profissão? Ou tinha planos de trabalhar em outra coisa quando crescesse?

Peterson Nunca fiz muita reflexão sobre isso. Quando completei dez anos de dublagem fui convidado a virar diretor,aí passei a trabalhar diariamente... o que me impossibilitou de trabalhar em outra área. Há dois anos comecei a trabalhar como locutor também,fui contratado pelo Multishow... meu contrato encerrou agora..


BLOGARITMOX Como foi crescer dublando o Bart Simpson? As histórias nem sempre convinham para um garoto da sua idade...

Peterson Foi uma experiência bem bacana porque o clima entre nós da família era muito legal e é até hoje...rsrsrsrsrsrs. Eu amadureci muito cedo,daí a facilidade pra dublar o Bart com tanta malícia.


BLOGARITMOX A Nancy Cartwright, dubladora do Bart nos EUA, sempre teve uma voz muito diferente da sua... Você se inspirou em alguma coisa no trabalho dela?

Peterson Não..os testes foram muito rigorosos aqui e quando começamos a dublar já tínhamos todas as diretrizes.

BLOGARITMOX Continua assistindo à série? O que acha dos episódios e da dublagem de agora?

Peterson Não.Depois da nossa saída eu parei de ver completamente. É muito difícil substituir vozes de uma série muito famosa.

BLOGARITMOX Qual é o seu episódio favorito?

Peterson Não tenho favorito,acho todos engraçados.


BLOGARITMOX Ainda nos Simpsons, há alguns trechos e diálogos dublados que não têm absolutamente nada a ver com o texto original. Quem fazia as adaptações?

Peterson O diretor,o tradutor, nós acrescentamos cacos, gírias... Essas adaptações são necessárias ,afinal fazemos uma versão brasileira.


BLOGARITMOX Você ainda tem contato com o Waldyr Sant'anna (dublador do Homer)? Adoro aquele cara...

Peterson Tenho contato sim,ele é uma figura!!


BLOGARITMOX Por curiosidade... Você lembra quem dublou as irmãs Patty e Selma nas primeiras temporadas? Nunca consegui descobrir quem é essa dubladora...

Peterson Lina Rossana dublava as duas... Uma das vozes mais bonitas do Rio e uma grande amiga.


BLOGARITMOX A partir do final da 4ª temporada, a sua voz vai ficando mais grossa. Como você lidou com essa mudança?

Peterson É sempre difícil nessa fase adolescente..tive que tentar driblar pra conseguir dublar meus personagens antigos e os novos.


BLOGARITMOX Por que todos vocês saíram na oitava temporada dos Simpsons? Na época você era um adolescente; não ficou chateado?

Peterson Waldir,que também dirigia a série, foi demitido, Selma (Marge) tinha viajado e foi substituída, Nair (Lisa) se aborreceu e pediu pra sair...então eu saí também.


BLOGARITMOX E se você fosse chamado pra voltar a dublar o Bart, hoje, aceitaria?

Peterson Não...Tem coisas que perdem o encanto.


BLOGARITMOX O Macaulay Culkin é outro que marcou a sua carreira...

Peterson Com toda certeza,impulsionou e marcou demais...Outro grande sucesso!!


BLOGARITMOX Dos seus últimos trabalhos, em qual você sentiu uma maior repercussão? E qual você se identificou mais?

Peterson Drake e Josh (Nickelodeon), mas nada supera SMALVILLE que é sucesso,todo mundo adora...e o meu orkut bomba de perguntas .


BLOGARITMOX O que a dublagem brasileira tem de melhor?

Peterson Ela cria a identidade brasileira em muitas produções estrangeiras,facilita muito pra quem acompanha filmes e tem dificuldade pra ler legendas,ou os cegos e até mesmo quem não entende o inglês.


BLOGARITMOX Em "The Simpsons", em inglês, qual o seu dublador favorito?

Peterson Não tenho.


BLOGARITMOX E no Brasil, quem você acha que fez o melhor trabalho na série de Matt Groening? (não é duvidando da sua modéstia, mas você não conta...)

Peterson Sem dúvida nenhuma o Waldir Santanna!!!! O Homer só fez esse sucesso todo aqui por causa dele.


BLOGARITMOX Agora, mais difícil: quem é o melhor dublador brasileiro de todos os tempos? (pode se incluir nessa, se quiser!)

Peterson Eu,nunca!! São tantos tão bons que eu não poderia citar um apenas.Bom,citarei dois...que eu sou fã!


BLOGARITMOX [Ele não citou! Mas vamos em frente] Fora as entrevistas, você já esteve na TV, cinema, teatro...?

Peterson Sim... Na tv fiz umas participações com os Trapalhões... Cinema nunca fiz... Teatro sim, mas toma tempo nos fins de semana e eu gosto de viver.


BLOGARITMOX Muita coisa deve ter mudado na dublagem entre 1990 e hoje; o que melhorou e o que piorou, com tanta tecnologia?

Peterson Mudou sim...dublávamos todos juntos ao mesmo tempo e com a tecnologia tivemos que dubblar separados,o que financeiramente foi uma perda grande,sem contar com o calor humano.A melhora foi só de áudio.


BLOGARITMOX E o que você faz fora dos estúdios?

Peterson Trabalho às vezes no carnaval do Rio, viajo muito. O samba é uma das minhas paixões. Embora seja muito caseiro!!


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sexta-feira, junho 05, 2009

VOCÊ NÃO VIU, MAS ELAS CANTARAM ROBERTO

Até agora, ninguém engoliu o boicote que a Globo fez a várias cantoras no especial Elas cantam Roberto, exibido no último domingo. Foi de uma deselegância sem precedentes!
O show contou com a presença de mais de 20 cantoras, muitas de grande valor para a música brasileira, e aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo. A Globo, como não poderia deixar de ser, fez questão de transmitir a homenagem ao Roberto Carlos, que afinal de contas é seu contratado. O problema é que o show durou umas três horas, e a emissora resumiu tudo em menos de uma. Culpados: dentre outros, os diretores Roberto Talma e Monica Gardenberg. Eles sequer tiveram a delicadeza de se justificar com as cantoras excluídas da transmissão. O próprio "rei" condenou a atitude da emissora.
Em seu blog, Paula Toller diz ter ficado "muito triste e frustrada, principalmente por não ter recebido nenhuma explicação ou sequer um pedido de desculpas da direção do programa". A cantora, presente na minha vida quase que diariamente há mais de cinco anos com suas músicas do Kid Abelha, não merecia esse tratamento.
Nem ela nem as outras cinco que ficaram de fora. Marina Lima e Rosemery também mostraram insatisfação. Só Adriana Calcanhotto não soltou os cachorros, não disse "eu quero quebrar essas xícaras!", nem ameaçou arranhar os discos da Globo.
Para completar a lista, também não apareceram Celine Imbert e Martinalia. Nada contra, mas até Fafá de Belém eles exibiram! Há poucos meses, essa cidadã estava na Record! Em Caminhos do Coração!
Não houve nehum critério aceitável na edição, já que estamos falando de cantoras consagradas. A própria Martinalia estava em destaque na emissora até pouco tempo atrás, cantando (bem) o tema de abertura de Três Irmãs.
Mas não se aflija, não tema. Se serve como consolo, o CD e o DVD de Elas cantam Roberto será lançado em breve. Outro alento que posso te dar é que você pode assistir ao especial "na íntegra" aqui no Blogaritmox. É uma pena que você só não poderá ver grandes talentos como Adriana Calcanhotto e Paula Toller, ao menos que clique aqui ou aqui.

ESPECIAL
ELAS CANTAM ROBERTO



PARTE 2 | PARTE 3 | PARTE 4 | PARTE 5 | PARTE 6 | PARTE 7 | PARTE 8 | FINAL

QUEBRANDO O GALHO PRA VOCÊ
  • PARTE 1: Ivete Sangalo cantando Os seus Balões (1976)
  • PARTE 2: Ana Carolina - Força estranha (1978 - Ela cantou, e não caiu!)
    Cláudia Leitte - Falando sério (1889)
  • PARTE 3: Luiza Possi e Zizi Possi - Canzone per le (1929)
    Fafá de Belém - Desabafo (1500)
  • PARTE 4: Daniella Mercury e Wanderléia - Esqueça (1492)
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sábado, abril 18, 2009

SUSAN BOYLE, A MULHER QUE ME EMOCIONOU

O caso foi exibido no Video Show dessa semana, e abordado com extrema abrangência pelo Rodolfo, nosso parceiro do blog Magazine da TV, a quem também devemos as imagens desta postagem (veja aqui).


Susan Boyle é uma senhora britânica de 47 anos, desempregada, que apareceu como quem não queria nada no programa Britain's Got Talent, muito semelhante ao American Idol. Seu conto de fadas já lhe rendeu algumas entrevistas, criando lista de espera para os jornalistas, e um pedido particular para ser entrevistada por seu ídolo, Oprah Winfrey. Em menos de uma semana, sua trajetória já foi visualizada mais de 4 milhões de vezes no YouTube.
Pela sua aparência e descontração, Susan foi tratada como se fosse mais uma sem noção que faria o público rir e os jurados exercitarem suas ironias. Requebrou, falou um pouco de si, e quando perguntada sobre a música que iria interpretar, ela respondeu com a mesma e espontânea humildade com que chegou ao palco: "I dreamed a Dream, de Os Miseráveis".
Todos reagiram como "oh, pelo menos ela tem bom gosto".
À primeira vista, ninguém botava fé.
Mas bastou Susan soltar a voz, e, sem querer, calou a boca dos jurados, mas não a do público - todos estavam pasmos, mas as pessoas começaram a gritar eufóricas, e, nos seus primeiros segundos de apresentação, Susan já estava sendo aplaudida de .
A música, por si só, já é linda. E a voz de Susan Boyle, que Deus seja louvado, é algo divinal, sublime. O palco era seu. O púlico, os jurados, o país inteiro era seu naquele momento.
Um dos jurados disse: "Susan, esta é a maior supresa que eu já tive nesses três anos de programa. Quando você subiu lá dizendo que queria ser igual à Elaine Page, todos riram de você. Ninguém está rindo agora".
A outra jurada, Amanda Taylor, confessou "Estou emocionada, porque sei que todos estavam contra você." (inclusive ela!) E continuou: "Honestamente, penso que todos nós fomos cínicos, e esse foi o maior tapa na cara de todos. Só quero dizer que foi um privilégio ouvir isso. Brilhante!".
O último jurado - e por sinal, o único espírito de porco que não se levantou para aplaudir a caloura -, disse: "Eu soube, no minuto que você apareceu neste palco, que iríamos presenciar algo extraordinário". Talvez ele estava se referindo ao cinismo mencionado pela Taylor... Enfim. Prosseguiu: "Eu estava certo".
E como se não bastasse, Susan não acreditou quando recebeu SIM dos três. Quando, enfim, se retirou do palco, ela foi aplaudida, novamente, de pé.
Foi um dos momentos mais emocionantes que já tive a honra de assistir, em toda a minha vida.
De todo o meu coração, parabéns, Susan. Vá ganhar esse mundo. Ele já é seu. Só não mude, nunca.

LEGENDADO EM PORTUGUÊS
SUSAN BOYLE
OBRIGADO, DAILYMOTION!



ENTREVISTA À BBC: CLIQUE AQUI
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Transcrição mais do que pertinente das palavras de Rosana Herman:

(...) Ela realiza a "grande virada" do ser humano, do herói que se prova, em segundos. Alinhar ao centroAo entrar no palco, ela é uma derrotada. 47 anos, feia, gorduchinha. A fera da bela. O pato feio. O júri faz caras. A plateia, torce o nariz. Todos a desprezam e estão contra ela.
Ela diz que quer ser cantora profissional e quer ser como Helen Elaine Page*. Ela canta "I dream the dream" from Les Misérables.
E a canção começa.
E ao abrir a boca os anjos começam a sair de sua garganta, aos milhares, e enchem o salão com sua música celestial. E a feiura de Susan derrete no ar diante de nossos olhos. Temos vontade de ajoelhar, de pedir perdão pelo julgamento precipitado, como o júri faz em seguida.
A emoção é forte, porque há uma Susan dentro de nós, querendo provar sua beleza invisível.



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"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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