A Rede TV está completando 10 anos, e, como diz aquele jingle cantado euforicamente durante os chás de fim de tarde na ABL, "Quem ganha o presente é você!". E ganha mesmo. Aproveito para mandar lembranças aos meus amigos da ABL! Seus n00bs! Abraços!
Como vocês sabem, o BLOGARITMOX inovou e surpreendeu toda a blogosfera ao criar os 10 Listados, que funcionam como uma espécie de lista (porque é uma lista). Não bastasse o ineditismo de uma lista de dez numa página da internet, nós decidimos ir além: desta vez, serão 10 POR 10 LISTADOS - em homenagem à Rede TV. Começaremos com as dez piores, e depois listaremos as dez melhores coisas que apareceram na emissora ao longo destes 10 anos. Na primeira colocação de ambas as listas, há um ponto em comum. Leia e descubra!
Essa é uma postagem longa, mas que vale a pena!
10º lugar - Dez anos de decadência
Nenhuma emissora de TV conseguiu um declínio tão grande em tão pouco tempo de vida. A proposta inicial da Rede TV era ser uma boa opção de entretenimento, e muito se esforçou para isso em seus primeiros anos. A baixaria não estava nos planos deles, mas aconteceu. O que era para ser uma nova proposta de fazer TV, acabou se tornando uma mancha negra na história da comunicação brasileira.9º lugar - Cenários virtuaisSão patéticos e nem de longe substituem os cenários reais. Não sei se eles querem economizar com mobília, com faxineira, ou com ambos, mas os cenários virtuais que a Rede TV adotou ao longo dos anos está mais para retrocesso do que vanguardismo da era digital.8º lugar - Bastidores do CarnavalAlém da baixaria habitual, os Bastidores do Carnaval não passam de um consolo para uma rede de TV fracassada, que não possui os direitos de exibição dos defiles das escolas de samba, e que fica na porta que nem cachorro esperando os restos ou o que conseguirem capturar do que rola nos sambódromos. Este ano, particularmente, ficou ainda pior, com Daniela Albuquerque debutando ao vivo, e brincando de "siga o mestre" logo com quem: Nelson Rubens. Parecia uma séria disputa para verem quem era mais estranho. Só que Daniela, versão papagaio do "Ok Ok, veeeeja", ganhou de lavada. Desculpe, Nelson. 7º lugar - Dr. HollywoodMesmo que não tivesse a apresentadora que tem; o médico Dr. Ray, brasileiro acidental, mostra em seu programa histórias de vida que são futilidade em cima de futilidade. Pelo menos ele desce o bisturi naquelas idiotices.
Não bastasse encher nossa tela de silicone, Dr. Ray, não satisfeito, ainda faz pontas na Band, e nos infomerciais da Polishop. Nos EUA, ele deve ter desaprendido as maneiras certas de se tornar popular.
6º lugar - Daniela AlbuquerqueO reinado dessa bela morena na Rede TV só tem trazido histórias macabras, que envolvem tristeza, Dr. Ray, péssimas performances no ar, demissões e outras coisas lamentáveis. Como esquecer do episódio da Luisa Mell? Mandou demitir a moça só porque era ex do seu marido. Sorte da Rede TV não ser propriedade do Bruno Gagliasso.5º lugar - Sonia AbrãoFoi na Rede TV que Sonia Abrão descobriu seu lado sensacionalista; e whatahell, gostou da coisa e não conseguiu mais largar. Uma das responsáveis por tornar as tardes de segunda a sexta uma perfeita porcaria, com suas matérias imprestáveis, convidados majoritariamente falidos, e merchans a cada cinco minutos. O que me deixa ainda mais inconformado é saber o quão inteligente é essa mulher. E disso eu concluo que ela sabe o lixo de apresentadora que se transformou, mas não está nem aí.
E ainda dão para ela um programa diário com várias horas de duração. Quando eles vão aprender que ela não tem o que fazer com tanto tempo.
4º lugar - SuperpopA proposta inicial do Superpop era o de ser um programa jovem, com atrações musicais e tudo o mais, sob o comando de Adriane Galisteu. Com a sua saída para a Record, entra Luciana Gimenez. De início, era uma graça - apresentadora carismática, recém-chegada dos EUA (onde ficou conhecida por seu caso com o superstar Mick Jagger) pensando em inglês, cometendo altos erros gramaticais. Hoje, mulher de um dos donos da emissora, Luciana é outra. De gramaticais, os erros passaram a ser de ordem moral.
Do narrador/diretor insuportável até as pautas cheias de apelação, praticamente nada se salva no Superpop. É bom quando queremos ver alguma coisa mais quente, mas a internet e as bancas de pornografia estão aí pra isso, esse não devia ser papel da televisão.
3º lugar - João Kléber
Poucos seres humanos provocam sentimentos tão desprezíveis quanto João Kléber. Esse foi outro que mudou de proposta: de humorista, passou a ser anfitrião de escândalos, muitos deles armados por ele próprio. O Teste de Fidelidade (armado) passou a ser uma alternativa pornô nas noites brasileiras; as pegadinhas (armadas) nos mostraram o quanto ele pode ser ainda mais irritante quando está rindo; e tudo, absolutamente tudo o que este homem faz ou fez na tevê é carregado de mediocridade. ATUALIZANDO! Não posso deixar de mencionar a doce ironia de João Kléber ter sido vítima do próprio veneno: o Oliver, ator do teste de fidelidade, passou o rodo na Wanya Guerreiro, então mulher do João. Pelo menos esse não foi armado! TOMA!
2º lugar - Infomerciais
Hoje, a Rede TV tem mais horas de propagandas do que de conteúdo próprio. E nós, que esperamos em vão que algum político em sã consciência propusesse a criminalização desse tipo de prática, somos obrigados a conviver, até hoje, com isso.
1º lugar - Pânico na TV
Metade desta década que a Rede TV está completando, ela deve ao Pânico na TV. De inimigo público número um, o programa passou a sustentar toda a emissora, tornando-se sua maior audiência tanto ao vivo quanto na reprise. Mas apesar da boa fase em que vivem, o Pânico já meteu os pés pelas mãos em diversas ocasiões - caso do Lance Perfeito, aquela praga que está de volta em versão suavizada, com o nome de Carro dos Sonhos.
Sem contar que é difícil achar um programa de entretenimento da Rede TV que não tenha algum traço inspirado no Pânico. Uma coisa triste.
1º lugar - Pânico na TV
Apesar dos pesares, o Pânico é a salvação das noites de domingo, e cada vez mais está se reinventando. Acompanho o programa há seis anos, e não me arrependo. Eles têm seus erros, mas conseguiram se consolidar como a melhor opção dos domingos, e nada como uma concorrência para eles não ficarem acomodados.
2º lugar - Infomerciais
Sim, há algo bom para falar sobre eles. Parece que a Rede TV decidiu abolir os infomerciais da sua grade; só não me pergunte o santo responsável pelo milagre. Ao que parece, em 2010 eles estarão livres dessa praga. Tomara que não voltem atrás.
3º lugar - Friends
Essa é para colecionadores! Sim, poucos se lembram, mas Friends já foi exibida pela Rede TV. Salvo engano, era aos domingos. Imagino que não mal tenham chegado à terceira temporada, mas serve pra você ver a preocupação que eles tinham com a qualidade, em seus primeiros anos de vida.
4º lugar - Jorge Kajuru
É o meu jornalista esportivo preferido, e o único que me faz sentar num sofá para assistir um programa de esportes. É que o Kajuru me parece uma pessoa tão honesta e sincera, por mais que a sinceridade dele às vezes seja um pouco ácida demais com quem não merece. Mas poucos são os que não merecem. Os cartolas, os políticos, a corja toda, merecem ter um Kajuru às suas costas. Em toda emissora que passa, Kajuru faz sucesso - e inimigos. Na Rede TV, apresentou o TV Esporte, e depois A Hora do Kajuru, que não durou muito tempo, pois ele se demitiu no ar. O que é uma pena, pois a inimizade com Luciana Gimenez impossibilita sua volta para lá. Saudades, Kajuru!
5º lugar - Donas de Casa Desesperadas
Não foi melhor porque, você sabe... era uma coisa da Rede TV. Mas também, Donas de Casa Desesperada não era aquele horror que a mídia pintou. Boas atrizes em excelentes papéis (uns menos apropriados que outros, é verdade) mas com uma história consagrada no mundo inteiro. Infelizmente, a emissora insistiu em fazer economias e a segunda temporada da série não saiu do papel. Também, colocar argentinos pra falar português e depois dublá-los é o fim da picada! É uma cilada, Bino!
6º lugar - Betty, a Feia
Já quando não era lá grandes coisas, a Rede TV exibiu Betty, a Feia, a história que desencadeou versões bem-sucedidas no mundo inteiro. E com uma dublagem adorável, a história de Betty fez muito sucesso por aqui. Foi até reprisada - aí entra a Rede TV com seu espírito urubu capitalista, e põem o Nelson Rubens para apresentar a novela (sim, apresentar a novela!) e com merchans. Cuidado, é uma burrice, Bino!
7º lugar - Pokémon
No ano passado, os Pokémons voltaram à tevê aberta, e provaram que ainda estão com tudo. E, durante as primeiras (e melhores) temporadas, a Rede TV surpreendentemente exibia pouquíssimos intervalos comerciais, dois episódios de cada vez, com direito a abertura e tema de encerramento. Incrível! Mas depois, tiraram o tema, e acrescentaram mais intervalos. O que é bom dura pouco, Bino!
8º lugar - Fernanda Lima
Alguns se esquecem de que não foi a MTV, e sim a Rede TV a revelar a excelente apresentadora Fernanda Lima. Ela começou no Interligado, um programa de videoclipes bem ao estilo MTV - e era tanto que ela acabou indo pra lá.
9º lugar - É notícia
Simplesmente porque o programa, apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar, é o melhor talk-show da tevê aberta. Apesar do cenário virtual, deu tudo muito certo - e pensar que foi pensado como uma espécie de tapa-buraco para o Show Business, de João Dória. Quem diria. De longe, o É Notícia é muito melhor.
10º lugar - Noite Afora
Convenhamos, foi difícil pensar em dez coisas boas relevantes da história da Rede TV. E dentre Marília Gabriela e o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, optei por homenagear o Noite Afora, o desejo proibido de oito entre dez crianças e pré-adolescentes no início da década. Nem preciso dizer que eu fui uma delas. Pouco conseguia assistir, mas era um assunto que rendia nas rodas de conversas da galere da escola!
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