Logotipo da novela trazia um singelo espermatozóide e um óvulo faceiro |
Sofia Vergara é uma das personalidades mais festejadas destes últimos anos. É atriz de Modern Family (tida como a grande estrela da série), onde interpreta Gloria, papel que lhe deu o status de artista bastante talentosa e influente.
Atualmente, paralelo à Modern Family, atriz está com um projeto ousado — transformar Joana, a virgem, uma telenovela latina (venezuelana), em seriado. Não é sempre que isso acontece. Os produtores até tentam (como foi o caso da argentina Lalola, que iria virar Eva Adams, mas o projeto foi descartado pela Fox), mas poucos projetos vingam, como Ugly Betty.
O que Sofia quer, ao lado de Jorge Granier e Ben Silverman, é importar Joana, a virgem (Juana la virgen) para a tevê estadunidense na forma de um seriado cujo formato ainda não está definido — se sitcom ou uma dramédia, como foi Ugly Betty.
A trama nos traz a história de Joana, uma jovem virgem que foi inseminada artificialmente por engano. Ela descobre a identidade do doador do material e os dois acabam se apaixonando. O problema é que ele é casado, e a sua esposa faz de tudo para não perdê-lo.
A série ainda não tem emissora nem atores escalados, tampouco possui alguma previsão de data de estreia.
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Uma breve história do tempo
DE JOANA A JORGE
"Joana, a virgem" é aquele tipo de programa que ninguém assistiu, mas todo mundo já ouviu falar. Afinal, essa é a novela que define toda a hitória recente da Record antes do projeto "a caminho da liderança" (kkk), época em que a emissora ainda tinha a mão fechada, não gastava tanto dinheiro da igreja assim, e ficava feliz com quaisquer quantro, cinco pontos no ibope.
Na época em que foi exibida (2002), "Joana, a virgem" foi considerada um grande sucesso: teve média de 5 pontos. Entusiasmada, a Record escalou uma sucessora também latina — desta vez, colombiana como Sofia Vergara. A escolhida foi "Um amor de babá" (La baby sister), que estrou em março de 2003.
Dez anos depois, a Record vem marcando os mesmos 5 pontos, em seus melhores dias. Só hoje, isso vem a altos custos, pois a emissora acredita ter implantado um padrão global de teledramaturgia, com investimentos milionários e resultados desastrosos.
A recém-terminada Máscaras, que ajudou a instalar a crise na emissora, teve média geral de 5,8 pontos. E essa média só não é pior porque a novela até que estreou bem (o primeiro capítulo marcou 11), mas passou longe do desempenho de sua antecessora Vidas em jogo, que anotou 11,4.
Depois de uma campanha maciça, a Record estreou Balacobaco, que é totalmente o contrário de Máscaras, mas que tem se saído tão ruim quanto — ou até pior. Ontem (23/10), marcou uma de suas melhores médias: 6 pontos. Ainda está no começo, mas ainda assim é algo a se pensar.
Rebelde, cancelada pela baixa audiência, em seu último capítulo marcou 3.
E com o fim de "Avenida Brasil", a Record viu lastro de esperança e pensou: agora é a hora de reagir. Lutar com uma novela nova é mais fácil do que tentar conter um megasucesso como o de João Emanuel Carneiro. Pensando assim, o que colocar para combater Salve Jorge? Resposta: "Rei Davi". O mesmo Rei Davi que já foi exibido este ano, no mês de janeiro. Segunda resposta: marcou 6 pontos. Terceira resposta: a Record comemorou o resultado. Quarta resposta: a Record já chegou num estado em que marcar 6 pontos na mesma faixa em que Joana, a virgem marcava 5, é motivo para comemoração.
E por fim, a Quinta resposta: a Record apenas vem plantando o que colhe. Por um lado é maravilhoso que a emissora venha investindo tanto, gerando empregos, dando uma opção para o telespecador. Por outro lado, é com essa meia boa intenção que eles vêm fazendo tudo errado. À opção que eles estão dando, o público vem dizendo "não, obrigado".
Praticamente tudo que vemos na Record é dinheiro mal gasto, grade mal feita, estratégias mal traçadas, e um monte de arrogância como cereja do bolo. Em seu blog, o bispo Edir Macedo faz (ou pelo menos participa) uma campanha convocando os fieis da Igreja Universal a boicotarem Salve Jorge pela suposta apologia que a novela faz ao santo católico, e assistirem a Rei Davi, esse sim, coisa de Deus. A postura do bispo retrata uma das coisas mais asquerosas, diabólicas, nazistas e repugnantes que eu já vi. Intolerência religiosa no mais baixo nível.
É por essas e outras que a Record está tão f..., que em tempos de hoje Joana não seria mais virgem.
ABERTURA DA NOVELA
"JOANA, A VIRGEM"
(2002)
Um comentário:
Adorei a sinopse de "Joana, a virgem", rs Acho que daria um ótimo sitcom!
Ah, essa situação da Record é reamente isso o que você "falou" no texto: falta de estruturação, planejamento... Eles realmente não aprenderam a se organizar. Que coisa!
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