Nesses quase três anos de parceria, a Band já encomendou vários outros formatos para a produtora. Começou com o E24, que eu particularmente considero de mau gosto, embora seja coberto de pretextos.
O CQC, programa que fomentou a expansão da Cuatro Cabezas, é de onde vem os maiores nomes dos próximos lançamentos da Band, agendados para 2010. Rafinha Bastos estará em A Liga. Marco Luque virá com o talk-show O Formigueiro, e Danilo Gentili deve comandar um programa de auditório, que foi a sua condição para não ceder aos assédios da Record (ele foi sondado para Legendários). O formato de seu programa será da Cuatro Cabezas. E por aí vai...
O que chama atenção é que a Band, hoje, não dá mais nenhum passo sem antes consultar os "pratos do dia" dos argentinos. Isso nos leva a um panorama que nem é exclusivo do pessoal do Morumbi: todas as emissoras, sem exceção, fazem suas maiores apostas em formatos internacionais. Mesmo não sendo garantia de sucesso aqui; os programas dão certo lá fora, mas se a Geografia não está enganada, Brasil não é a mesma coisa que Argentina, Estados Unidos, Canadá.
Apesar do bom desempenho dos formatos internacionais, poucos são os que viram fenômenos, como o Big Brother. Na Band, nada que venha da Cuatro Cabezas chega aos 10 pontos. Na Record, o "Ídolos" (da Fremantle) tem menos repercussão do que o "Qual é o seu talento", do SBT, mas inspirado no Britain's Got Talent. Até a Rede TV, pequetitinha que é, almeja bons retornos com suas mais novas compras, como o Mega Senha (também da Fremantle). Falando nisso, a Rede TV promete que pode dar até 1 milhão de reais nesse programa; mesmo prêmio que a Band pode oferecer ao vencedor do reality Busão do Brasil. Coitadas! Os programas não devem chegar aos 4 pontos. Band e Rede TV, me ouçam; se esse prêmio sai, vocês vão falir! Ou seja, vão em frente...
Na Globo, quem compra muitos formatos é o Faustão, que os transforma em quadros do Domingão. Quase nunca dá certo. Mas há os que se salvam, como o longevo Se vira nos 30, o Dança dos Famosos, etc.
Silvio Santos também aposta em vários, como o Family Feud, Topa ou não topa, Roda a Roda. Ele próprio não entende como aqui tais programas não fazem tanto sucesso quanto nos países de onde compra.
As emissoras brasileiras enchem os carrinhos em feiras internacionais, investem em programas que não satisfazem o seu público, saem no prejuízo e mesmo assim continuam errando. Perdem ao não investir na criatividade dos brasileiros. Muitos vão de TV em TV vendendo quadros, programas inteiros, ou meras ideias, mas dão com a cara com a porta, pela falta de um requisito: o respaldo de um público que não tem nada a ver com o seu próprio país.
2 comentários:
Concordo com tudo o que você disse. A criatividade na TV Brasileira atualmente está muito, muito escassa. Ou melhor, a prática dessa criatividade está escassa, pois com certeza devem haver profissionais com boas idéias mas que infelizmente não são levadas a sério.
Não sabia que o chato do Danilo Gentili havia exigido um programa de auditório para continuar na Band. Não sei muito o que esperar disso...
A questão dos formatos comprados pelo SBT é a pura verdade. O Sílvio Santos não deve compreender o fato de programas que são sucesso absoluto no exterior não fazerem muito barulho por aqui.
Boa semana!
É impressionante como as redes de tv, preferem comprar do que pensar. Eles gastam muito em programas idiotas e que muitas vezes não dão o retorno esperado.
Mas fazer o que..Quem sabe um dia eles não começam a pensar ?
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