quinta-feira, setembro 13, 2012

Ed Wood: O pior diretor de todos os tempos | Parte 1

O diretor Ed Wood na juventude
Sabe quando você está pesquisando sobre as cinco divisões da floresta ombrófila densa, e termina vendo vídeos da posse de Mohammed Ould Abdelaziz em 2009?
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Pois foi assim que ontem eu acabei descobrindo Ed Wood, apontado por muitos como o pior diretor de todos os tempos. E hoje eu acabei pesquisando um pouco sobre a sua história. É algo tão fascinante que eu não podia deixar de compartilhar com vocês.
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O mesmo pensou o cineasta Tim Burton, que em 1994 lançou o longa Ed Wood, com Johnny Depp no papel-título. Como manda o figurino, a "biografia" narra alguns fatos da vida de Wood, mas abusando da licença poética, afinal não se tratava de um documentário.
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Edward Davis Wood, Jr. (1924 – 1978) defendeu os EUA na II Guerra Mudial e sofreu algumas sequelas: perdeu vários dentes (tinha que usar próteses) e teve uma perna quase desfigurada. Como diretor, realmente não tinha talento. Criativo, ambicioso, mas um pouco infeliz em suas realizações, ele jamais conheceu o sucesso. As histórias que aqui contamos contam como fonte o filme de Tim Burton, mas vamos procurar retratar apenas os fatos que realmente aconteceram. 
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GLEN OR GLENDA (1953): O PRIMEIRO DE MUITOS  FIASCOS
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Sua primeira grande chance foi com o projeto trash "I changed my sex", baseado na história de Christine Jorgensen, que virou mulher após se submeter a uma inédita cirurgia de mudança de sexo. Porém, Jorgesen ficou vislumbrada com a repercussão que um jornal havia dado à notícia de que o filme seria produzido, e teve que ser afastada por querer exigir um valor estratosférico para o estúdio..
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O projeto despertou o interesse do jovem Wood por diversos motivos. Primeiro, porque seria a sua grande chance de debutar no cinema, mesmo sendo um projeto trash e de baixo custo. E segundo, porque a temática o tocava profundamente: para tentar convencer o produtor de que seria perfeito para assumir o projeto, Wood acabou assumindo que ele próprio era um crossdresser – gostava de se vestir de mulher, apesar de não ser gay.
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O filme de Tim Burton conta que a saída do armário não foi suficiente para convencer o produtor a entregar-lhe o projeto. Faltava alguma coisa.
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E é aí que entra Bela Lugosi, a alma gêmea de Ed Wood. Mas não é o casal Ed e Bela que vocês estão pensando. Muito pelo contrário. Até envolve vampiros, mas os de verdade... Afinal, estamos falando do Drácula himself. Quer mais vampiro que isso?
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Explico: Bela Lugosi (1882 – 1956) foi um grande ator húngaro, que ficou famoso por ter interpretado o Drácula no filme homônimo de 1931. No início da década de 1950, sua carreira estava em plena decadência, e foi quando ele e Wood se conheceram. Ed viu em Lugosi uma grande oportunidade de convencer o produtor a lhe confiar a direção de "I changed my sex": era um nome de peso, e uma mão-de-obra barata (recebeu apenas mil dólares pelo trabalho). Estivesse no auge, Bela jamais teria aceitado atuar em uma produção tão tosca, muito menos por um valor tão baixo.
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Mas o que o ex-vampirão tinha a ver com a história? Rigorosamente, nada. Foi incluído na base da forçação de barra. Seu personagem era um narrador cuja função seria "controlar os personagens como marionetes". O importante era ele estar lá. E ele aceitou, prontamente.
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Aí nasceu a história do filme, ainda traria mais peculiaridades: no papel principal, ninguém menos do que o próprio Ed Wood, interpretando o crossdresser Glen/Glenda. Como uma autobiografia estrelada por ele mesmo..
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(esquerda-direita) Bela Lugosi, Dolores Fuller e Ed
Você poderia se perguntar: Se o projeto se chamava "I changed my sex", como explicar que Glen não passava de um crossdresser? Isso certamente passou pela cabeça do produtor, que não gostou nada dessa história. Wood, na maior cara de pau, tentou justificar colocando uma história paralela, praticamente um segundo filme, contando uma história envolvendo mudança de sexo, lá no final. E o filme poderia tranquilamente se chamar Glen or Glenda, que todos ficariam felizes.
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Lançado em 1953, Glen or Glenda foi avacalhado pela crítica. É considerado até hoje um dos piores filmes da História. Na época, até Charlie Chaplin tirou uma lasquinha desse fiasco no filme Um rei em Nova York (1957), em que o seu personagem assiste ao trailer de Man or Woman?, parodiando a obra de Ed.
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No elenco estava também Dolores Fuller, na época namorada de Wood, e que basicamente interpretou a si própria naquela autobiografia. Os dois se separaram em meados da década de 1950. Longe do ex, ela alcançou relativo sucesso, trabalhando na TV e até como compositora de Elvis Presley, para quem escreveu músicas como Do the clam e Rock a hula, baby.
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Como esta postagem estava ficando muito longa, eu resolvi dividi-la para continuar posteriormente. Talvez até mesmo amanhã. Fiquem ligados, pois a história de Ed Wood é muito interessante e assim como eu você vai adorar conhecê-lo!

GLEN OR GLENDA | FILME COMPLETO
LEGENDADO EM ESPANHOL • O QUE É MELHOR DO QUE NADA




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Um comentário:

Alan Raspante disse...

Já tô adorando esse especial. Não conhecia, por exemplo, essa história envolvendo o primeiro filme do diretor.

Demais!

"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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