quinta-feira, janeiro 24, 2008

Lalola
(não é Lulalá)

Depois daquela enxurrada de anúncios terroristas, o SBT finalmente estreou Lalola, a primeira novela após o término do contrato com a Televisa, e maior aposta de Silvio Santos para 2008, até agora. Duraram longos dias as chamadas do folhetim, onde as sílabas "Lu la lá" e "La lo la" protagonizaram os piores trocadilhos que eu já vi na minha vida, onde diziam: "No mês de janeiro tem Lula?" "Não, tem Lola!". Os criadores dessas chamadas devem ter achado a piada uma jóia, e o mais difícil é tentar imaginar o que eles estavam fumando quando criaram esse lixo. Essas chamadas devem ter servido como um filtro: se o telespectador conseguiu passar por elas, vai assistir qualquer coisa.

Certamente, muita gente não estava entusiasmada para ver a tão comentada estréia do dia 21 de janeiro, onde outros comerciais (bem produzidos, aliás) metralhavam pra todos os lados, dizendo que "nem a Globo, nem a Record nem a Bandeirantes já fizeram uma novela com um assunto tão diferente". Acho que a reação do público a essas chamadas foi de indiferença, até porque depois do "A concorrência vai tremer de medo" (2007), o SBT se assumiu como cão que sabe ladrar, e morde pouco - e quando morde, faz quase assoprando.

O que realmente deixou clara a importância de Lalola para o SBT foi a propaganda pesada feita pelo próprio dono da emissora, Silvio Santos. No domingo (20/01) que antecedeu a estréia da novela, em todos os seus programas Silvio mencionou Lalola como a grande novidade que o público não podia deixar de ver. Engraçado é que Silvio Santos ia estrear um programa naquele dia 20, o Nada Além da Verdade, mas deixou claro qual era a menina dos seus olhos. No Qual é a Música, ele mencionou a estréia do seu novo programa, mas admitiu que não era nada de mais, "não era nenhuma grande novidade. Diferente mesmo era Lalola", que o público nunca tinha visto nada igual, que era "imperdível", e por aí vai.

Uma série de coisas impulsionou Silvio Santos a querer chamar Lalola de sua. Havia um descontentamento com a Televisa, já que as novelas mexicanas já estavam saturadas e davam baixa audiência. Ainda por cima, por contrato o SBT estava impedido de produzir uma novela sua, com texto próprio. Foi então que, vagando num workshop, Silvio se deparou com Lalola, considerada um divisor de águas na Argentina, e que representantes de emissoras de vários países estavam fazendo fila para adquirir os direitos. Silvio nunca tinha visto nada igual. Os olhos brilharam, oê!, e a novela aqui chegou.

A trama de Lalola se passa em Buenos Aires, nossa 14ª colônia, uma cidade com ar europeu e de " nação emergente" (sei, hehe).
Logo de cara sentimos a diferença, já que as novelas mexicanas geralmente se passam na Cidade do México, capital com jeitão de "¡Arriba compadre!", cenários e locações que emanavam breguice; tudo ali tinha certa essência de Ligeirinho Gonzalez, mas que... Enfim, já estávamos habituados.


A história todos já conhecem: o mulherengo machista Camilo "Lalo" Padilla se mete com uma mulher vingativa, que depois do toco procura os serviços de uma bruxa. As duas fazem um trabalho para Lalo, que acaba sendo transformado em mulher, Dolores "Lola" Padilla (Carla Peterson). Assim, como diria o narrador da Sessão da Tarde, Lola "acaba aprontando muita confusão!". Fernando (Luciano Castro), um antigo desafeto de Lalo, acaba se encantando por Lola, e aí a novela começa a complicar. O tal rapaz tem um típico biotipo argentino, e com cara de marxista insurgente torcedor do Boca, que aliás é o time de Lalo - que na Argentina, tem o prenome "Camilo" e não "Ramiro", como na versão brasileira da Hebert Richers. (mesmo assim o nome completo de Camilo "Lalo" Padilla ainda lembra muito o de Raúl "Chato" Padilla, o Jaiminho do Chaves).

A maior parte da trama de Lalola se passa no editorial de Don, uma revista de fortes tendências falocêntricas. O ambiente é muito semelhante ao da Eco Moda, retratado na novela colombiana Betty, a Feia. Em verdade, as duas novelas seguem um estilo parecido de comédia.

É bom frisar que Lalola não é uma novela mexicana, e não há a velha obrigatoriedade do dramalhão sagrado, nem devoção à virgem de Guadalupe. Sendo assim, o maior problema da instalação de Lalola aqui no Brasil ainda é a dublagem: há mais de 20 anos acompanhamos os dubladores brasileiros quebrando a cabeça para tentar reproduzir a dicção dos mexicanos, que já não é muito fácil, e de repente os vemos dublando atores argentinos, que falam de um jeito diferente. Se você já assistiu à novela nos primeiros capítulos, deve ter notado que a voz da Lola lembra a de uma skatista toxicomaca, mas a tendência é a dubladora ir se ajustando...!

No ar desde agosto de 2007 na emissora América, Lalola tem uma abertura impressionante, muito bem feita - deixando pra trás até obras-primas do imigrante Hans Donner. Pra quem não gosta da novela, não gostar da abertura já vai ser uma opinião muito parcial.

Enamorada, o tema da abertura, é cantado pela banda argentina Miranda. Faça o download dessa música clicando aqui.


ABERTURA DE LALOLA


2 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostaria de fazer uma pergunta..
Qual é o nome da música da abertura da novela?

Anônimo disse...

"Enamorada, o tema da abertura, é cantado pela banda argentina Miranda..."
vc num sabe ler naum??
o nome da musica eh "enamorada"

"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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