Adeus, Michael |
A saída de Michael foi um dos momentos mais dolorosos que já passei. De certa forma é sim um exagero, afinal a vida lá fora é cheia de suas próprias complicações. Mas, como você se sente quando perde um amigo? Sem sair do campo do exagero, é assim que eu e muitos telespectadores enxergávamos Michael Scott: um verdadeiro amigo.
Durante sete temporadas acompanhamos as desventuras do Michael, conhecemos seus defeitos e vimos que muitos deles estavam mais para grandes virtudes. As brincadeiras sem graça, não passavam de insistentes tentativas de conquistar aplausos, admiração. Seus únicos amigos estavam dentro do escritório, embora quase nunca houvesse reciprocidade.
Pois ele encontrou o verdadeiro amor em Holly (Amy Ryan), e é por causa deste amor que ele está deixando Scranton para viver em Colorado. Não há como condenarmos isso, porque ele merece. Também não dá para sentirmos raiva da Holly, mas, sabiamente, os produtores optaram por não trazê-la à despedida do Michael. Sua participação limitou-se a um telefonema, quando Michael sentiu que não conseguiria abandonar seu emprego. Ao ouvir a voz da noiva, todas as suas dúvidas se esvaziaram. E nós entendemos.
"Goodbye, Michael" teve o seu humor, mas era difícil rir naquela situação. Michael mentiu para os empregados, sobre a data de sua partida. Enquanto eles organizavam uma festa de despedida, o gerente regional da Dunder Mifflin já estava de malas prontas - ele ia partir um dia antes do que dissera, justamente para não ter que lidar com despedidas. Ele preferiu fazer do seu jeito: conversou em particular com cada um dos funcionários, e distribuiu presentes para alguns.
A parte mais engraçada foi a despedida do Oscar:
... e Obrigado, Steve Carell. |
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Impossível segurar as lágrimas quando Michael dá adeus a Eri, Dwight, e principalmente, Jim e Pam. O episódio poderia ter sido melhor, poderia ter sido muito melhor, mas sei lá. Um pouco mais, e não iríamos aguentar.Michael Scott é o personagem mais encantador que já conheci. Não demora para se afeiçoar a ele, à sua falta de noção, às piadas que ninguém no escritório ri. Nós rimos. Nós queremos ser amigos do Michael. Nós torcemos por ele e é justamente por isso que sua saída representa um sofrimento tão grande.
Eu nunca fui, e acho que não sou fã do Steve Carell, exceto por seu papel em The Office. Seus filmes, a maior parte deles, são um saco. Mas na série ele foi de uma perfeição, que não consigo nem descrever, dentre tantas limitações que possuo. Pra quem já viu a versão britânica da série, fica difícil associar Scott com David Brent (Ricky Gervais, ator e criador da série), que inspirou a versão americana. Brent é egoísta, às vezes grosso. Michael não é nada disso, exceto pela sua inimizade com o Toby, do RH (o coitado nunca lhe fez nada!). Ambos até chegaram a atuar juntos, num inevitável encontro ocorrido nesta 7ª temporada. Um não tem nada a ver com o outro.
No episódio, Pam quase não consegue se despedir, porque ao sair para comprar coisas para a festa de despedida (que seria no dia seguinte), ela aproveita e dá uma passada no cinema. Foi assim durante sete anos: para aqueles ingratos, qualquer coisa era mais importante do que a amizade do Michael. Por sorte, ela conseguiu interceptá-lo no aeroporto. Ele já estava sem microfone, e não foi possível ouvir o que eles conversaram durante aqueles curtos segundos em que se abraçaram.
É fácil imaginar o que se passou pela cabeça do Michael nesse turbilhão de despedidas. Difícil é imaginar o que pessoas como Pam sentiram.
Agora, The Office (o lugar e a série) terá três episódios sob a chefia de DeAngelo (Will Ferrel, bom ator, personagem fraquíssimo), que já se mostrou um completo desequilibrado, no mau sentido. E na season finale (19 de maio), a mais decisiva de sua história, descobriremos quem realmente assumirá o lugar de Michael Scott. Abaixo, veja o vídeo com os candidatos à vaga.
That's what she said.
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