sábado, março 19, 2016

As melhores séries de 2015


Estamos vivendo uma nova era de ouro na TV, em um momento em que as emissoras lutam para não ficarem à sombra dos sites de streaming, como Netflix e Amazon, que têm oferecido um catálogo diversificado com títulos que já estão se firmando no circuito de prêmios. E com isso, nós ganhamos com uma diversidade de séries de qualidade, como há muito não víamos! Confira, agora, as que mais gostamos no ano passado — e não deixe de ver nossa playlist com as aberturas de todas elas!

 15º — Transparent: 2ª Temporada (Amazon)

Transparent é tudo, menos comédia (como a Amazon diz ser). É drama, daqueles bem densos, e com um elenco óptimo. O fato de Maura (Jeffrey Tambor), a protagonista, ser transexual é bem diluído na trama, e não é isso que torna a série pesada, mas sim os três filhos dela — sujeitos particularmente egoístas. Essa foi a conclusão a que cheguei após a primeira temporada, que eu não curti muito, o que abriu as portas para que eu entrasse no clima da segunda. Acho mesmo que egoísmo seria a palavra certa para definir os personagens. Em especial os filhos. Vejamos: nessa temporada, Sarah, que havia abandonado o marido e pai dos seus dois filhos para viver um romance lésbico, resolve se casar com a então amante Tammy, mas antes disso já vinha concluindo que não gostava nem um pouco dela, e o desfecho disso foi traumática: durante a festa do casamento, Sarah convence sua rabina a jogar fora os documentos, para que a união não fosse formalizada. Por sua vez, o seu irmão Josh sai para uma festa no dia em que a companheira sofre um aborto. Por fim, temos a Ali, que se descobre lésbica após as investidas de sua amiga Syd, que sempre a amou. Pouco tempo depois de começarem a relação, Ali resolve que quer aderir ao poliamor, o que resolve colocar em prática, com Syd ou sem ela. Sem querer julgar o acerto ou desacerto das escolhas deles, todo esse "egoísmo" é a mola propulsora da maioria dos problemas dos personagens, inclusive da própria Maura. E são situações em que você se vê pouco envolvido, porque realmente não é fácil se conectar emocionalmente com eles. Mas eu admiro a forma como a série consegue construir isso.

14º — Game of Thrones: 5ª Temporada (HBO)

Demorei a ver Game of Thrones, não acho essa coca-cola toda, mas é inegável que se trata de uma série que prende a sua atenção. Com relação a essa 5ª temporada, vamos combinar que essa não foi a melhor de todas, mas se isso for o "pior" que eles puderem fazer, ainda assim está bom demais. Estou ansioso pra saber se Jon Snow volta ou não volta, se Sansa vai deixar de ser sonsa, e como Cercei irá se reerguer após a marcha da vergonha. É interessante que a série esteja se emancipando dos livros, até porque o George R. R. Martin não trabalha no mesmo ritmo que os produtores, e as discrepâncias nas histórias sempre geram discussões das mais divertidas.


 
13º — American Dad: 12ª Temporada (TBS)

American Dad não é muito popular, mas tem se mantido bem fiel à sua proposta desde o início; e ou você ama ou você deixa. Os plots dos episódios não fazem jus à qualidade da série como um todo, sendo muitas vezes fracos ou repetitivos neste ponto, mas o que eles oferecem de piadas e diálogos engraçados, poucos seriados aclamados têm sido capazes de igualar. Isso acontece porque só American Dad tem um personagem como o Roger, um ET que possui tantas personalidades e disfarces, que dava pra fazer encher um Netflix inteiro só com histórias dele. E os roteiristas têm noção da liberdade criativa que têm com esse personagem, o que lhes permite criar situações absurdas; por exemplo, num dos episódios recentes, Roger consegue convencer a FIFA a realizar a próxima Copa do Mundo na varanda dos Smiths. E por aí vai!
 
12º — House of Cards: 3ª Temporada (Netflix)

Foi particularmente difícil aguentar a espera pela 3ª temporada de House of Cards, mormente pelo gancho desesperador que eles deixaram no ano anterior envolvendo o personagem Doug. O desfecho desse arco acabou me frustrando um pouco, mas nem por isso a 3ª temporada foi ruim, embora também não tenha superado as duas anteriores. A campanha do Frank Underwood à presidência dos EUA tem corrido a todo o vapor, e paralelamente a isso, o inescrupuloso político vê a sua vida pessoal desmoronar. Ao retratar os bastidores da política com requintes de sincericídio, House of Cards expõe feridas que os estadunidenses não estão tão acostumados a encarar, ao passo que nós, brasileiros, já estamos tão acostumados que até enfiamos o dedo sem medo de doer.
 

11º — Sense8: 1ª Temporada (Netflix)

Uma das séries mais comentadas do ano passado, Sense8 foi um fenômeno de popularidade e dividiu opiniões. Poucos seriados arrebanharam um público tão grande e engajado, em tão pouco tempo. Apesar da trama confusa, principalmente nos primeiros episódios, foi necessário um pouco de paciência até a história finalmente engrenar — e quando isso acontece, os episódios são de perder o fôlego. Pra mim não foi difícil dar essa chance, porque mesmo quando não estava entendendo nada, eu estava achando tudo lindo. Fiquei particularmente encantado com a grandiosidade da sua produção, que filmou em nove cidades, de oito países (e sem chroma key):  Chicago, São Francisco, Londres, Berlim, Seoul, Reykjavík, Cidade do Mexico, Nairobi e Mumbai. Dentre os oito protagonistas, temos uma transexual, um negro africano, uma chinesa, uma indiana, um mexicano, um alemão, uma inglesa, e um estadunidense. O legal de Sense8 é apostar na diversidade, sem fazer favores ou concessões. Só faltou um brasileiro aí nessa conta; e como eles fizeram um enorme sucesso aqui, dá pra ter essa esperança.


10º — Parks & Recreation: 7ª Temporada (NBC)

Uma das melhores comédias de todos os tempos, Parks & Recreation começou bem mal, até aprender com os próprios erros e, aos poucos, encontrar o seu verdadeiro humor. Sem contar com uma audiência à altura da sua qualidade, tampouco prêmios importantes (apesar de várias indicações), a NBC resolveu encerrar a sua produção no ano passado, quando foi ao ar a temporada de despedida. Enquanto muitos festejam Veep, acho que nenhuma comédia extraiu tanto humor da política quanto Parks, embora este não tenha sido seu único tema, já que dedicou muito do seu tempo às relações e intimidades dos personagens. O universo criado pela série era fascinante, e aos poucos a cidade fictícia de Pawnee foi virando uma brilhante sátira de toda a nação dos EUA, um verdadeiro microssistema que potencializava todos os absurdos e bizarrices do american way of life como, por exemplo, o vício por junk food (as "porcarias" que também amamos), e muito mais. Vai fazer muita falta.

 
 9º — Mr. Robot: 1ª Temporada (USA)

Outra que causou o maior buzz em 2015 foi Mr. Robot, a história de um nerd/hacker que, sem querer querendo, entra numa guerra simbólica contra o próprio sistema capitalista, aqui personificado pela Evil Corp, uma das maiores corporações do planeta. É realmente uma premissa bem inovadora, diria até corajosa, pois muitos poderiam ver a série como uma apologia ao comunismo ou mesmo à anarquia, especialmente nos Estados Unidos, que quase foi capaz de entrar numa terceira guerra mundial só pela ameaça disso. Só que ao contrário, a forma inteligente como a série se desenvolveu possibilitou uma sincera reflexão sobre a relação do cidadão com a tecnologia, e com o que está por trás disso. Mesmo sendo um pouco conspiratória, Mr. Robot ganhou credibilidade, e só perdeu alguns pontos comigo por causa das reviravoltas nos últimos capítulos, o que eu achei de uma forçação de barra danada. É esperar para ver o que será da sua continuação.

 8º — Gravity Falls, Um verão de mistérios: 2ª Temporada (Disney XD)

Uma verdadeira joia perdida! Mesmo sendo um desenho da Disney, Gravity Falls é um daqueles clássicos instantâneos. Tem esquisitice, tem inteligência, e tem coração; impressiona mesmo. Feita para crianças, ela nunca foi infantiloide, possibilitando que um público mais experiente também pudesse se deleitar. Com elementos de ação e aventura, um humor ágil e personagens carismáticos,Gravity Falls se propôs a efetivamente contar uma história, com começo, meio e fim — o último episódio foi ao ar no mês passado, totalizando apenas duas temporadas.


7º — The Leftovers: 2ª Temporada (HBO)

Já falamos de The Leftovers, e do salto impressionante que ela deu da primeira para a segunda temporada. Serviu pra mostrar como o modelo de produção de séries é dinâmico, e como esse dinamismo pode ser utilizado a favor de uma produção. Foi bonito de ver.


 6º — Jessica Jones: 1ª Temporada (Netflix)

Mais pelos personagens do que pela história, Jessica Jones me agradou logo de cara. Foi a consolidação do acerto da parceria da Marvel com a Netflix, que já tinham marcado um golaço com Demolidor. Krysten Ritter caiu como uma luva no papel da heroína, que em vez de salvar passageiros de trens descarrilados, usa sua superforça de forma menos altruísta, paralelamente ao seu trabalho de investigadora particular. O grande destaque, sem dúvidas, foi o vilão Kilgrave, vivido pelo britânico David Tennant. Temos aqui sérios candidatos ao Emmy.


5º — Rectify: 3ª Temporada (Sundance)

Sem muita ação, Rectify é uma série despretensiosa, contemplativa, com foco no desenvolvimento de seus personagens, todos de imensa riqueza emocional. A série gira em torno da reabilitação social de Daniel (Aden Young), preso aos 18 anos acusado de estuprar e matar sua namorada. Depois de passar 19 anos no corredor da morte, o rapaz é liberado após um exame de DNA revelar que ele, pelo menos da acusação de estupro, era inocente. O desenrolar do seu caso é conduzido com muita delicadeza nos roteiros, e a sua adaptação no mundo real se mostra um desafio não só a ele, mas principalmente para as pessoas ao seu redor. Rectify, embora realmente não se escore em violência, sexo ou reviravoltas mirabolantes, é uma das coisas mais lindas que a TV já produziu nos últimos anos.


 4º — Demolidor: 1ª Temporada (Netflix)

A parceria da Netflix com a Marvel não poderia ter começado melhor. Eles pegaram o Demolidor, herói não muito popular, que foi retratado miseravelmente no filme de 2003 com Ben Affleck, e o transformaram em um dos personagens de HQ mais populares do ano passado. Em Demolidor, tudo deu certo: história, personagens, produção. Também já falamos dele aqui, então dá um confere!


3º — The Americans: 3ª Temporada (FX)

The Americans passou muito tempo na minha lista até eu criar coragem pra assistir, pois estava envolvido em outras coisas. Pois bem, esse ano eu quebrei o tatu. A trama, por si só, já desperta a curiosidade: um casal de espiões soviéticos vivendo disfarçados nos EUA durante a guerra fria. Sim, é tão bom quanto parece!


2º — BoJack Horseman: 2ª Temporada (Netflix)

Em 2015, não se produziu nenhuma comédia que chegasse à altura de BoJack Horseman. Essa foi mais uma série que, de uma primeira temporada morna, voltou com sangue no olho e superando todas as minhas expectativas. Foram 13 episódios sacadas geniais, piadas no ponto e relações cada vez mais complexas entre seus personagens. Isso sem falar na participação estelar de Lisa Kudrow como Wanda, uma coruja produtora da TV, que acabara de acordar após 30 anos em coma. Essa temporada, certamente, figura entre um dos meus momentos preferidos da TV.


1º — Fargo: 2ª Temporada (FX)

Você já percebeu quantas séries dessa lista são do FX? O canal fechado da Fox tem surpreendido com títulos variados, muitos deles com lugar cativo no coração dos críticos. Embora ainda não tenha selado uma identidade, como Netflix e HBO têm feito, o FX tem cada vez mais merecido a sua atenção. No ano passado, eles adaptaram o belíssimo filme Fargo para a TV, e foi um sucesso imediato. Mal sabíamos nós que a segunda temporada seria ainda melhor. Antológica, suas temporadas são independentes, mas se passam no mesmo universo. Neste ano, fomos brindados com uma história de máfia com requintes sobrenaturais, um nonsense que casou lindamente com os momentos de acentuada tensão, abrilhantada por uma atuação arrasa-quarteirão de Kristen Dunst, uma franca favorita ao Emmy este ano.

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