ESPECIAL OS OBLONGS | FINAL

Esse season finale não poderia ser menos grandioso. Você verá, com exclusividade na língua latina, uma entrevista com Angus Oblong, o criador da série.
Se você é mesmo fã da série, não saia daqui. Porque nenhum outro blog ou site na América Latina tem essa entrevista ou pelo menos parte do conteúdo dela. É jóia pura.

Exclusivo, nosso.
Reza a lenda que Angus seria um velhinho às portas da morte. Mas como ele não aparece em público, não se sabe se as imagens que ele divulga como sendo suas têm alguma relação com a realidade. A foto abaixo, foi o próprio cara que enviou ao entrevistador.
Veja os melhores momentos - melhores de se traduzir, diga-se - da entrevista que Angus concedeu a um fã.
Para ver o conteúdo na íntegra, clique aqui.

ENTREVISTA EXCLUSIVA
ANGUS OBLONG
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: BLOGARITMOX

Seria um oblong uma coisa? Porque soa como algo que eu tenho que desenhar numa aula de Geometria, usando teoremas pra provar que ele existe. Ou é só uma praga ordinária?

Angus Oblong – A última. Tudo em mim é ordinário, uma praga ordinária.

Me levou um tempão pra entrar no clima de Os Oblogns, principalmente porque gêmeos siameses me enojam. Sem ofender seus parentes, mas eu os acho nojentos. Estou certo de que são legais. Legais e nojentos. É difícil atrair pessoas para assistir um show onde muitos dos personagens principais são repulsivos?

Angus Oblong – Eu pessoalmente não acho meus personagens repulsivos. Eu acho deformidades e anormalidades muito fascinantes! No que tange tentar atrair pessoas para assistir ao show, eu não acho que fiz isso, exceto com meus vizinhos. Eu simplesmente deixo o mundo fazer o que ele quer, e ele não quis ver o programa durante sua primeira exibição na Warner. Mas tudo bem, eu consegui uma segunda vida no Adult Swim do Cartoon Network.

Com qual personagem de Os Oblongs você mais se relaciona?

Angus Oblong – Milo sou eu. Milo no programa não tem nada a ver com o Milo do livro ("Creepy Susie & 13 Other Tragic Tales for Troubled Children"). O Milo do livro sou eu. O Milo da TV é uma versão bem mais diluída.

Você sente que o público possa ter interpretado mal Os Oblongs como sendo autobiográfico, já que você os nomeou com o seu sobrenome?

Angus Oblong – Deus, espero que sim!

Você ou o algum “pessoal” seu tentou, ativamente, fazer com que Os Oblongs fossem produzidos, ou a Warner veio e disse, “Nós gostaríamos que você nos fizesse um programa”?

Angus Oblong – Foi minha agência que disse “Animações no horário nobre estão em alta agora. Crie uma série animada e nós vamos vendê-la por aí”. Isso foi depois de eles terem visto e me associado como cliente. Então, eles me moveram até Los Angeles, onde o ar é marrom. Houve uma guerra de lances pelos Oblongs entre a Fox, a Warner e a Disney (!). Se eu soubesse que a Warner era uma galinha e não queria um seriado anguloso, divertido, eu teria ido com a FOX.

Você escolheu a Warner ao invés da Fox pra produzir um desenho perturbador? Você é retardado? Por que diabos você fez isso?

Angus Oblong – Eu estava muito verde nos negócios. Eu autorizei a minha agência a fazer todas as grandes decisões. Eu levantei lá, de olhos arregalados, segurando um lápis numa mão e com um desenho da Helga na outra enquanto um furacão de negócios acontecia ao meu redor. A próxima coisa que eu soube, um carimbo vermelho dizendo VENDIDO atingiu um pedaço prolixo de papel e eu era propriedade da Warner.

Te surpreendeu quando a Warner cancelou seu programa que apresentava um toco de homem falante como personagem principal?

Angus Oblong – Não. Era um programa bem ruim. Não tão divertido quanto minha idéia original. Não foi de todo agitado e muitos valores de família, como dos Simpsons. Não é um trabalho que me represente tanto assim.

Você disse: “Os produtores trabalhando no programa suavizaram a visão Oblong, fazendo Os Oblongs meramente outra tépida comédia de horário nobre sobre uma família que não faz nada de pouco usual, que se abraça no final de cada episódio.” Que sorte de “coisas pouco usuais” você queria que os Oblogs fizessem?

Angus Oblong – Bem, eu escrevi um episódio em que Biff (um dos gêmeos siameses que você repudia tanto) apresenta um problema de masturbação em que ele tenta esconder do seu irmão gêmeo. E a merda engraçada segue! Há outro em que a pequena Beth engole uma semente e raízes saem de sua bunda. E outro em que acidentalmente mata um vendedor de porta em porta e o enterra no quintal. Coisas de valor familiar assim.

Quais são as vantagens, fora as econômicas, de ter seu próprio programa de TV?

Angus Oblong – As pessoas gostam de me escrever, mandando perguntas, dizendo que sou repulsivo.

Quais são as desvantagens?

Angus Oblong – O dinheiro, as prostitutas e meu novo problema com heroína.

O que há de errado com as prostitutas?

Angus Oblong – Eu tenho uma bainha no meu pênis do tamanho de um punho. Você quer ver?

Como um serviço para os aspirantes a cartunistas, o que voce pode dizer a eles sobre ser pago para fazer o que se ama?

Angus Oblong – Meu conselho é: crie o que você quer. Não o que você acha que outros humanos possam gostar ou te peçam. Comece ali e voce não vai ser desistindo da sua integridade. Eu escrevi livros e criei uma série animada que certamente só eu iria gostar. Pra minha surpresa, muitos captaram! Acredite em mim, ninguém ficou mais supreso do que eu mesmo que isso tenha sido produzido e publicado, e uma base de fãs ocorreu! Outro conselho é não não ter medo de ter seu trabalho fora dali. Por uns anos eu fui guardando minhas histórias pra mim, receoso de que fossem roubadas. Depois de perceber que aquilo era uma má idéia, eu copiei e distribuí meus livros pra qualquer um que fosse vê-los. Foi aí que tudo começou.

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