AUDIÊNCIA DA ESTREIA DE "LEGENDÁRIOS"

Poucas estreias eu esperei tanto pra ver quanto a dos Legendários. Lembro-me que assumi um compromisso com vocês e até com o programa, de assistir pra poder concluir o que quisesse. Pensei que fosse ser uma patacoada, e foi. Daquele jeito: nem tão ruim quanto imaginei, e nem tão bom quanto eles acham que são. Marcou 10 pontos de média (números prévios do ibope).

Marcos Mion, se ficasse um pouco mais quieto, ajudaria mais. Talvez por conta da empolgação da estreia, mas ele foi quase um Marcelo Tas versão mãe-coruja, orgulhoso demais, demais. O programa todo é mais inspirado no CQC do que no Pânico na TV, mas teve seus méritos - todos eles calorosamente repetidos por Mion durante todo o tempo.

O programa é bom, mas não vai conseguir se livrar da prepotência que o acompanha desde a origem. Eles querem falar como legendários. Eles acham que vão virar um capítulo da história da televisão. Eles querem mudar o mundo, e saberemos que foram eles, porque quando acontecer o mundo estará usando preto e laranja. Ué, quem não quer fazer o seu? Mas vamos baixar a bola, só um pouco. Narcisismo enche o saco. Pelo menos eu, dono do melhor blog do mundo, acho isso.

Eu já disse: Legendários mandou bem. Investiram e acreditaram, e não deu outra. É um alento para quem não tinha para onde correr - aposentem o Zorra, galera! Se era por falta de opção, agora já podem enterrar aquilo. Já não fomos castigados demais? Quer dizer, não desmereço o que Mauricio Sherman já fez ou quem ele já revelou, mas manter um programa com base apenas no currículo do diretor é um pouco demais.

Com o passar do tempo, o Legendários tem potencial pra ficar ainda melhor. À medida em que os integrantes forem se conhecendo e criando vínculos, vai transmitir tal união ao telespectador, que muito aprova isso. Vai ser legal quando eles estiverem à vontade para interagir entre si.

O único que tem pauta garantida dentro da sua especialidade é Gui Pádua. Os outros, ainda vão aprendendo. E por fim, a partir da semana que vem, esperamos um apresentador menos metalinguístico.

Veja agora como foram as principais atrações do programa:

João Gordo

Conforme prometido, Legendários trouxe João Gordo sem falar palavrão! Pra quem não viu, foi mais ou menos assim: comece a discar números aleatoriamente no seu celular. Com o som das teclas, você vai gerar uma musiquinha bem irritante. Pronto, você tem seu próprio João-Gordo-na-Record. A matéria que ele apresentou foi bem útil: falou da indústria das multas em São Paulo. Só valeu pela informação, porque foi dos momentos mais fracos do programa.


Gui Pádua

O paraquedista já teve seus momentos no Esporte Espetacular. Em seu primeiro quadro, ele saltou da ponte Rio-Niterói, e ainda desfilou pelo corrimão da ponte. Ah Gui, vá se f...
É um daqueles quadros que têm potencial para sempre envolver o telespectador; basta lutar contra o risco de se tornar repetitivo.


Miá Mello

De onde veio este anjo, Deus! Ela é linda, e muito engraçada. Tenho até dezembro pra merecer uma dessas!
Miá veio dos Deznecessários, grupo teatral que também revelou César Polvilho, Traficante Gay e o também legendário Marcelo Marrom.
Miá apresentou o quadro Whatever (Que seja!), encarnando a Teena. Entrevistou Chitãozinho e Xororó, aparentemente no mesmo esquema do Repórter Inexperiente: constranger os entrevistados, que desconhecem a personagem. Pelo menos aqui deu tudo certo: e apesar do humor negro, foi muito engraçado quando ela mandou: "Eu estava estudando sobre duplas, e... Leandro e Leonardo: o Leandro morreu. João Paulo e Daniel: João Paulo morreu. Claudinho e Buchecha: Claudinho morreu. Chitãozinho, como vai sua saúde?".


Jaque Khury

A segunda mulher (e gostosa oficial) do programa. Apesar de também ser ex-BBB, não está ali pra ser uma Sabrina Sato. Jaque veio pra provar que tem massa cinzenta dentro daquela cabecinha. E isso começou já em seu blog no R7, um verdadeiro point para os amantes de conhecimentos gerais. Porque teve algum problema na sua educação, se passou batido pra você que foi Charles Miller que trouxe o "futibas" pro Brasil (e somos muito gratos a ele).
No Legendários, o quadro de Jaque foi bem interessante (mesmo!), falando das músicas que podem provocar impotência. Em algum lugar, Charles deve estar orgulhoso.


Paródias de clipes
As paródias de clipes são uma marca da carreira de Mion. Na estreia do programa, recriaram Bad, de Michael Jackson (foto). Impressão minha ou essas paródias já não têm tanta graça?


Élcio Coronato

Reportagem sobre o preconceito: mais uma vez, os negros saíram perdendo. Entre um gay, um negro e uma loira, quem é menos discriminado? O gay.
Apesar de ter sido um trabalho bem pensado, aquele preconceito discutido por Élcio Coronato não chega a ser bem o que vai destruir a sociedade. Principalmente no momento das massagens: ninguém escolheu o negro. Pode significar apenas que os clientes preferiram mãos mais delicadas, sem poderar a questão racial. As pessoas se sentiram intimidadas, porque Marrom tem um biotipo que sugere certa força física (mesmo que ele não tenha). Mas entre ele, e um branco muscoloso, qualquer um optaria pelo negro.
Muito pouco de racismo foi visto ali, embora o programa tenha vendido o contrário. É uma discussão que rende.


Hermes e Renato

São os que fazem mais aparições. Estão tendo que se virar para fazer um humor mais comportado, e conseguiram garantir boas risadas.


Felipe Solari

Porta-voz do desenvolvimento sustentável, Solari é o responsável pela parte "vamos salvar o planeta". Topo, por que não?

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