sábado, junho 11, 2016

Love (série do Netflix): de um lindo começo a uma derrapada feia no final



Hoje em dia, principalmente nas novelas, muito tem se falado sobre simplicidade, deixar um pouco de lado a pirotecnia, a luxúria, as discussões de temas polêmicos, para se investir em algo que exija menos da cabeça do telespectador — ou algo que possa unir e esfriar a cabeça de uma população que
anda tão dividida e sufocada em problemas.

Pra quem quer entender de simplicidade capaz de engendra uma boa série, eu indico Love, que estreou em fevereiro (mês do dia dos namorados, nos EUA) pela Netflix. Não se destaca pela sua originalidade, mas sim por trazer uma história bem contada com personagens bem desenhados e muito bem defendidos por um incrível elenco. O que tem me atraiu é que Love se mostrou extremamente simples, e é daí que ela tirou o seu charme. Pelo menos nos primeiros episódios.

A minha primeira impressão foi a de que a série era linda demais, de tão descomplicada que é. Dos 10 episódios da primeira temporada, pelo menos 6 são deliciosos de ver.

As coisas mudaram um pouco, conforme a temporada foi se desenvolvendo. Cuidado com os spoilers.
 
A história gira em torno da construção do relacionamento de Mickey (Gillian Jacobs) e Gus (Paul Rudd). Ela, bonita e debochada, e ele, tímido, feio e com o sonho de ser roteirista de TV. Como manda a tabuada, ele se apaixonou por ela, mas no começo não foi correspondido. Até ela entender que estava diante do amor de sua vida, lá se foi a temporada quase toda. Sem problemas, estava uma delícia de ver. As coisas mudam, porém, quando Gus finalmente conquista seu objetivo: Mickey abaixa a guarda, e resolve se entregar para o amor daquele obstinado nerd. Seria uma mudança e tanto na sua vida, que veio de um histórico de relacionamentos fracassados e problemas com drogas. Agora era a vez dela!

Já no primeiro dia em que ficam juntos, Gus parece ter percebido que o que ele sentia por aquela garota poderia não ser amor, e sim qualquer outra coisa. Ela, por outro lado, já estava completamente desarmada e entregue àquele relacionamento. Gus consegue ser bem babaca com ela, pra ser bem sincero. Trai a garota, grita com ela, dá gelo, enfim; só faltou bater. E de uma forma gratuita, e foi isso que me incomodou, sabe?

Olha, eu não sou mesmo da patrulha do politicamente correto, e amei Love até certo ponto. Mas chega uma hora em que até eu fiquei incomodado com a forma como Gus tratou Mickey, e espero de coração que a série tenha a sensatez de mostrar que ele está errado.

No final da temporada, Mickey está no fundo do poço — e Gus também, sendo que ambos alcançaram o mais baixo grau da dignidade por culpa dele. O rapaz perde a sua grande chance como roteirista depois de se comportar feito um babaca na frente da criadora da série para a qual ele tinha recebido a chance de escrever; perdeu também a moça com quem traiu Mickey; só por um milagre não perdeu de vez o antigo emprego (era professor da atriz mirim que protagoniza a fictícia série dentro da série; ela intercedeu a seu favor e o salvou de ser mandado pra rua).

Love foi renovada para a segunda temporada, e em tudo pra corrigir ou esclarecer essas coisas que me incomodaram. Sequer combina com o Netflix uma história tão (aparentemente) machista.


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