terça-feira, março 18, 2008

ESPECIAL CHAVES | PARTE 4

Boa noite, vizinhança
ESPECIAL - ÚLTIMA PARTE

O fenômeno Chaves estremeceu toda a América Latina, em proporções substanciais. O grupo de atores viajou por diversos países, sendo ovacionado em todos eles por multidões apaixonadas. Espalhou-se pelos mais variados países, de todas as línguas. Até mesmo em Nova York (EUA), no Madison Square Garden, o elenco da série fez o lugar lotar e receber aplausos entusiasmados. O auge dos seriados foi sempre crescente, a cada temporada, freando-se apenas após a saída do Kiko e, posteriormente, de Don Ramon. Mesmo assim, a onda criativa do Chespirito não cessou até meados dos anos 80, quando a fonte finalmente deu sinais de esgotamento.
No Brasil, o grupo nunca pisou. Pelo menos não juntos, já que alguns atores passaram por aqui e visitaram alguns programas de televisão. Mas o espet
áculo do Chaves, com todas as pompas e personagens, nunca tivemos a oportunidade de recepcionar.
A Disney já manifestou interesse em adquirir os direitos dos personagens, e por diversas vezes abordou Roberto Bolaños para iniciar as negociações. Ela pretende distribuir os produtos mexicanos através de sua grande rede de influências, e uma vez detentora dos direitos, o futuro se tornaria um mistério. Desde novos remakes, à filmes produzidos pela Pixar, poderíamos esperar qualquer coisa.


De sua trajetória como poeta, escritor, roteirista, diretor, compositor, cantor, músico e outras coisas, o supercomediante Roberto Bolaños, hoje, usa pouca coisa. No alto de seus 79 anos, já recebeu propostas voluptuosas para trabalhar na Argentina e até no Brasil, como escritor - mas ele considera que não teria muito tempo de vida para gozar de tanto dinheiro. Até porque, ele já conquistou o suficiente nesses mais de 40 anos de carreira.
Segundo Florinda Meza no epílogo do El Diario de El Chavo del 8, O primeiro episódio do Chaves data de março de 1972 - ou seja, Bolaños já estava com seus 43 anos. No vídeo a seguir, raríssimo, podemos assistir ao primeiro
episódio do Chaves - e dublado em português pelos estúdios Maga (ou seja, as mesmas vozes do SBT).

PRIMEIRO EPISÓDIO DO CHAVES
Dublado em português - MAGA


A despeito da idade avançada para um personagem de 8 anos, nós já vimos Chespirito dando cambalhotas, mergulhos hediondos, amarrado de ponta-cabeça em cipós, e mil outras peripécias - sem nunca usar dublê. O tempo pareceu demorar para se dar conta de que Chespirito já estava velho demais para determinadas estripulias, e, por razões médicas, em 1979 Chespirito foi aconselhado a deixar de lado o personagem Chapolin, pois um super-herói exigiria do ator um condicionamento físico que ele não mais poderia dispor. Nada tãão injusto, já que o Chapolin foi criado antes do Chaves, e talvez naquela época o Bolaños não tivesse idéia de que iria até o final do século interpretando esse personagem. A título de curiosidade, o personagem de maior vigência foi, curiosamente, o velhinho Dr. Chapatin (1968-1995), que acompanhou o Chespirito em todos os anos de sua carreira na televisão.

ÚLTIMO EPISÓDIO DO CHAPOLIN
EDITADO E LEGENDADO POR UM FÃ BRASILEIRO


PARTE 2 PARTE 3

Nesse episódio, o Chapolin anuncia um novo personagem, o seu substituto - o famigerado repórter Vicente Chambón, do jornal La Chicarra. O personagem teria sido inspirado no pai de Chespirito, que também era jornalista. As esquetes foram gravadas entre 1980 - ano em que as séries do Bolaños deixaram de ser independentes para se tornarem quadros do programa Chespirito - e 1982, ano em que o personagem rodou. A esquete contava com a fotógrafa Cândida (Florinda Meza), Ruben Aguirre como o chefe e Angelines Fernandez como Úrsula, a sua primeira personagem fixa depois da Dona Clotilde.
O nome Vicente pode não ter sido em vão - talvez tenha sido para criar um vínculo entre ele e o Chaves, e formar uma nova dobradinha. Sabe-se que o Chapolin é ídolo do Chaves e de todos na vila, e de onde teria saído o Vicente?
Ora, não se lembra que o Chaves tem um amigo que se parece muito com ele? Não, não é o Chafundifórnio, é o Cente!
Bem, se o Cente é o mesmo Vicente Chambón, nunca vamos saber. A série nem durou o suficiente.

VICENTE CHAMBÓN - A BOLA DE BOLICHE
Em espanhol, sem legendas.



O último episódio do Chapolin foi gravado, foi ao ar, e anos depois o herói retorna como um quadro do humorístico Chespirito - sorte que seguiu todos os outros personagens de Bolaños, inclusive o Chaves. Cada vez mais velho e gordo, Bolaños insistiu na casadinha Chapolin-Chaves, até que apenas o último sobreviveu, até 1992. Como já dissemos, os últimos capítulos (quadros) do Chaves se reduziram cada vez mais ao espaço da escolinha, assim Chespirito poderia atuar na maior parte do tempo sentado e sem exigir tanto de si.
O vídeo a seguir, Aula de Geografia, seria o penúltimo capítulo de Chaves - segundo o responsável pelo vídeo no YouTube, o último seria o "Aula de Inglês".

PENÚLTIMO EPISÓDIO DO CHAVES
Em espanhol, sem legendas.



Quando veio à tona o relacionamento de Bolaños com Florinda Meza, talvez o espanto maior não foi pelo fato de o Chaves estar dormindo com a Dona Florinda, mas sim porque desbancou o ex-namorado da atriz, o Carlos Villagrán. O amor proibido, iniciado em 1978, pode ter sido um dos motivos norteadores do afastamento de Villagrán da trupe, e talvez hoje, teria sido melhor que ele fosse o vencedor nessa disputa.
Atualmente, durante entrevistas, Florinda interrompe constantemente Bolaños, discute com repórteres; quase uma versão adulta de Sandy e Junior. Duvida? Veja o vídeo abaixo.

ENTREVISTA A CHESPIRITO E FLORINDA MEZA
Ela interrompe mesmo?





O comportamento de Meza - tão próximo do da Dona Florinda - tem gerado especulações no México.
Casados oficialmente em 2004, de uns tempos pra cá a vida do casal vem sido discutido pelos mais curiosos. Boatos bem vagos dão conta de que o casamento estaria em crise, Florinda só estaria com Bolaños hoje por interesse, e que ela chegaria até a bater no marido em dadas ocasiões. Chespirito já se manifestou sobre esse assunto. Ele alega que não poderia estar mais feliz ao lado da esposa, que o casamento está perfeito e que não há com o que se preocupar.
Talvez o comportamento ranzinza da Florinda tenha ajudado Chespirito a compor o personagem que levaria o nome da atriz, na década de 1970. No início da carreira, a atriz passou por uma cirurgia para corrigir o nariz, devido à violência da sua própria mãe. Isso colabora nos rumores sobre seu temperamento.
No Brasil, todos os episódios do Chaves exibidos hoje pelo SBT, contam com a presença de Florinda, seja como a velha burrona, seja como a Pópis.
No original em espanhol, a Pópis só era fanha nas suas primeiras aparições - até que o pai de uma menina fanha teria se queixado com o Chespirito que a sua filha virara alvo de gozação dos amigos graças à Pópis. Depois disso, a Pópis passou a ter a voz de uma menina normal - o contrário do que ocorreu por aqui, já que a Pópis só adquiriu a voz fanha no decorrer de suas participações.

Foi Ruben Aguirre, o Professor Jirafales, quem apresentou Carlos Villagrán, também chamado de Pirollo, a Roberto Bolaños. Carlos integrou o elenco das séries e aos poucos foi conquistando o público, principalmente após ter domado o personagem que lhe consagraria para toda a vida - o Kiko. Nos primeiros episódios, aqueles em que o Kiko aparece usando chapéu azul, vermelho e branco, dá pra notar que Villagrán ainda não estava habituado àquele papel e aos poucos foi amadurecendo com ele. As suas participações em Chapolin também foram crescendo, mas o sucesso do Kiko foi tomando conta do México e o ator foi congratulado com diversos prêmios.
Porém, ao perder a namorada Florinda Meza para o chefe do grupo, o Chespirito, o clima esfriou nos bastidores. Dá pra ver que Villagrán nunca superou a perda, e com o incontrolável êxito do Kiko, e propostas surgindo de várias emissoras, o ator foi mordido por algum bicho e se declarou autosuficiente e decidiu abandonar o elenco, levando o Kiko com ele - e estaria condenado a interpretar este único personagem até o final de sua carreira. Quando do auge do personagem, Villagrán constatou, e afirma até hoje, que ele estava fazendo tanto sucesso quanto, ou até mais, que o Chaves. Chespirito teria se enciumado com a situação e estaria pronto para diminuir a participação do Kiko no seriado, condição que Carlos não teria aceitado. Isso é o que ele diz.
Mas é difícil de engolir essa. Que ele estava fazendo sucesso, isso é fato; tanto quanto o Chaves, vai saber; mas dizer que o Chespirito estivesse despeitado, é ir longe demais.
De uma forma ou de outra, Bolaños deve ter se sentido prestigiado com o sucesso do Kiko - que, afinal, é criação dele. E de tão ético, Chespirito nunca proibiu os atores de interpretar seus personagens fora do estúdio. Tanto é que muitos dos atores rodaram o mundo com seus circos, sem pagar nada de direitos autorais ao criador de todos esses personagens - Roberto Bolaños. Em nenhum episódio você vê o Kiko com uma "participação menor". Pelo contrário, seu talento sempre foi explorado em todos os seriados e esquetes do Roberto. Mesmo assim, seguindo aquele pretexto, os episódios em Acapulco marcaram o fim da participação de Carlos Villagrán nas séries de Chespirito, para as quais ele nunca retornaria. Edgar Vivar, o Seu Barriga, afirma que depois de Acapulco, chegaram a ser gravados alguns episódios com o Kiko, mas vai saber.
Bolaños já deu a sua versão sobre a briga. Segundo ele, havia propostas para Villagrán estrelar um seriado solo, como já tinha acontecido como a própria Chiquinha, na boa, mas teria que exibir apenas uma legenda dando créditos ao Chespirito como criador do personagem.
Pirollo não aceitou.
Em 2000, a Televisa organizou uma grande festa em homenagem a Chespirito e aos atores que nos deixaram - em especial, Ramon Valdez -, e essa festa foi marcada pelo reencontro de Carlos Villagran e Chespirito, depois de quase vinte anos afastados por problemas
pessoais. Foi a surpresa da festa, guardada para os últimos minutos, e emocionou telespectadores do mundo inteiro...

O REENCONTRO DE CHESPIRITO E CARLOS VILLAGRAN



Mas segundo Villagrán, a coisa foi menos bonita do que pareceu.
Segundo ele, a produção o convidou para uma homenagem ao Chespirito, explicaram como seria, e ele aceitou - sem cobrar nada por isso. Chegando no lugar do festejo, esconderam-no numa sala até o final da festa, quando o levaram ao palco para abraçar o Bolaños. E foi só isso. Um abraço, gente emocionada em volta, mas nada de jantar de reconciliação nem aquela cervejinha pelos velhos tempos.
Mas de fato, a festa marcou a retomada da diplomacia entre ambos, tanto é que o Kiko está presente no desenho animado.
Atualmente, Carlos Villagrán vive na Argentina, onde detém os direitos do personagem Kiko, e de vez em quando ainda arrisca interpretá-lo, já que sua condição física não está das piores. Ele certamente aprendeu a ser mais moderado, já que quando saiu de Chaves foi direto para a Venezuela para continuar interpretando o Kiko, que - repito - não é criação sua, e de quebra acabou surrupiando o Don Ramon - este sim, para Chespirito, fez a maior falta.

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