segunda-feira, março 03, 2008

ESPECIAL CHAVES | PARTE 3

Cada vez mais Chaves
ESPECIAL PARTE 3

De todas as perguntas não respondidas nos seriados do Chespirito, algumas vão perseguir os fãs até a morte. Outras curiosidades, porém, acabaram saindo espontaneamente. Vocês já vão entender.
Qual é o nome do Chaves?
Não dá pra dizer ao certo. A possibilidade de o nome ser Chaves mesmo, ou até ser esse o sobrenome, é muito remota. Como todo mundo já sabe, o nome Chaves é uma livre tradução brasileira da palavra chavo, que significa menino em espanhol. Por mais inovador e real que seja o sobrenome garotinho, acho que o Bolaños não pensou nisso para o seu personagem.
Na série, quem faz o "batizado" é o Seu Madruga, quando Chaves chega à vila. Ele diz algo como "Menino (Chavo), o que quer aqui?".
Chespirito nunca deu tanta importância a essa coisa de nomes, já que muitos atores interpretaram personagens com seus próprios nomes durante os seriados. Soldado Chespirito, General Vivar, Don Ramon, Dona Florinda, Senhor Carlos Vilagrande, Ruben (o que queria ser super-herói), Dona Neves... E por aí vai. É provável que o nome do Chaves seja Roberto, por que não?
Não graças ao SBT, hoje já sabemos o nome de muitos personagens. Nhonho, por exemplo, é um apelido para
Febronio Barriga Gordorritúa, filho do já conhecido Zenón Barriga e Pesado. A versão mais aceita na internet para o nome da mãe do Kiko é Florinda Bardón de la Regueira, mas em um episódio conhecido por aqui, ela se apresenta como Florinda Corcuera Vidialpango Viúva de Matalascayano. Assim, o nome do Kiko é Frederido Bardón de la Regueira, não há versões que contradigam isso. Além deles, temos Inocêncio Girafales e Jaiminho Garabito, que receberam seus nomes em episódios que você não verá amanhã no SBT.

O NOME DO JAIMINHO
Em espanhol, sem legendas.




O NOME DA DONA FLORINDA
Em espanhol, sem legendas.



Quem também revelou o próprio nome, de uma hora pra outra, foi o Chapolin Colorado. Ele explicou que se chama Chapolin Colorado Lane, sendo o Lane herança de sua mãe, Lois Lane, e o Colorado veio do pai Pantaleon Colorado Roto (no México, o sobrenome do pai vem antes do sobrenome da mãe). Seu padrinho entomólogo, que estudava e colecionava insetos, escolheu o prenome, e estava na dúvida entre o nome de quatro insetos para ver qual colocaria no afilhado. Sorteou os nomes num sombreiro, e a mão inocente sorteou o papelzinho adequado - venceu o gafanhoto "chapulin". As outras possibilidades eram Gorgojo, Escarabajo e Libélula. Mas o mais incrível é que o nosso Chapolin é filho da jornalista Lois Lane, a fogosa namorada do Superman.

O NOME COMPLETO DO CHAPOLIN
Em espanhol, sem legendas.




Que culpa é essa, gatinha?


E sobre os personagens de Chaves, muita coisa ficou no ar.
Por exemplo, é notável que o Seu Madruga nutre uma paixão selvagem pela Dona Florinda. No episódio dos toureadores, ela abraça o Seu Madruga com medo do touro, e ele, sem saber disso, recebe o abraço com carinho, e a perdoa pela surra que recebera minutos antes. Quando é a Dona Clotilde que o abraça, ele repele instintivamente, até dormindo. E pra encerrar, no episódio da troca de bolos, ele simplesmente assume que também toparia levar o caso adiante, e ainda tripudia o Prof. Jirafales. A verdade, porém, é que Dona Florinda nunca daria chances a ele.
Em 1981, portanto antes da morte de Ramon Valdez, tentou-se justificar a ausência do Seu Madruga - ele estaria procurando emprego, decidido a não voltar até que não conseguisse algo decente.

JUSTIFICATIVA DA SAÍDA DO SEU MADRUGA
Em espanhol, sem legendas




Anos depois, porém, Don Ramon volta a integrar o elenco, que só abandonaria quando sua saúde já estivesse deveras debilitada. Após muita insistência de Chespirito, o ator Ramon Valdez cedeu aos chamados e voltou à vizinhança.

SEU MADRUGA VOLTA PARA A VILA
Em espanhol, sem legendas. Pra variar



A Bruxa do 71, promíscua, após a saída definitiva do Seu Madruga, passou a dar em cima do "substituto" - o carteiro Jaiminho, que também não cedia às investidas da senhorita. Engraçado que a gamada pelo Jaiminho era pra ser a Dona Neves, mas a história levou o rumo das circunstâncias e o Chespirito preferia mexer mais na disposição dos personagens do que nas histórias em si, já que passou a reaproveitar tanto os roteiros antigos. Por exemplo, o Nhonho virou o novo Kiko, e as histórias estavam cada vez mais repetitivas.
Ao passo em que o tempo vai passando, além das histórias fracas, as séries sofrem com a pouca disposição dos atores mais velhos. O próprio Chespirito, ao passo em que envelhecia, acabou trazendo consigo um Chaves e um Chapolin pesados, com caras que remetem ao mau-humor e à tristeza, longe das feições de um menino de oito anos e de um super-herói atrapalhado - ao menos, diferem dos personagens que nós conhecemos, aqueles dos bons tempos.
É implicância minha, mas detesto o novo visual da Chiquinha - o das franjas e da roupa com gola amarela - e o da Pópis - com vestido verde e rosa, e substituindo a peruca acaju pelo cabelo de verdade da Florinda Meza. A título de curiosidade, Pópis mudou seu trajar antes da Chiquinha. Outros que mudaram o visual foram a bruxa do 71, que passou a usar chapéu rosa, a Dona Florinda mudou o vestido e o avental, o Seu Barriga ficou mais careca, ao passo que o Edgar Vivar também deixou de usar a dentadura saliente para compor o Nhonho. Os episódios dessas fases, via de regra, são ruins.
De qualquer jeito, veja o clipe abaixo, é legal
.

EL CHAVO DEL 8 - LA JUGUETERIA
Versão em espanhol da canção "A brincar"
Anos 80



O diário do Chaves.
ATENÇÃO: SPOILERS!


Em 1995 foi lançado no México o primeiro livro do Chespirito dedicado a desvendar alguns dos mistérios do seriado, O Diário do Chaves (El Diario de El Chavo del Ocho). No prefácio, o Chespirito parece misturar ficção e realidade, contando que foi abordado por um pequeno engraxate de 8 anos que adorava sanduíche de presunto, e que ao terminar o serviço nos sapatos do artista, acabou esquecendo o seu diário (Chespirito presumiu que fosse um).
Bolaños apresenta-se como editor do livro e vez ou outra corrige algumas asneiras do Chaves no decorrer da narrativa.
A história do menino do 8 é pesada, e mais triste do que parecia ser. Ele conta que só conheceu a mãe, mas que nunca estava nem aí para ele. Sempre que ia buscá-lo na creche, perguntavam a essa senhora qual era o seu filho, e ela respondia "Sei lá, qualquer um", e acontecia de ela acabar levando outra criança no lugar do Chaves. Ou seja, ele pode nem ser filho da tal senhora.
Até que chegou um dia em que sua mãe não apareceu mais, e ele ficou sob os cuidados da malvada funcionária da creche, que o batia tanto que às vezes lhe tirava sangue do nariz. Essa mesma funcionária acabou ajudando o Chaves na fuga da creche, e ele ganhou as ruas. Experimentou maconha, viu seus "amigos" meninos de rua destruírem as próprias vidas com drogas mais pesadas, como cola de sapateiro, e presenciou até a morte de um deles.
Depois, o Chaves volta a vagar sem rumo, até que chega à vila, e o livro toma um rumo mais descontraído. Não é necessariamente um livro de comédia, em alguns trechos ele fala de passagens conhecidas no seriado, mas não consegue arrancar gargalhadas, o livro é meio denso demais.
O Chaves fala do amor que sentia pela Patty, e de como era estranho aquele experimentar esse sentimento tão confuso. Fala também dos ciúmes da Chiquinha, sempre ignorando as razões dela.
Pela primeira vez, todos os personagens se reúnem. O livro fala de todos eles, mencionando até um reveillon com todos juntos, na casa da Dona Florinda. Nem no desenho do Chaves isso acontece, já que a Chiquinha ficou de fora do projeto.
Jaiminho, o carteiro, é mais tratado como o senhor preguiçoso de Tangamandápio do que como o velho mal-humorado que ele se tornou quando substituiu o Seu Madruga. Chaves devolveu a ternura ao carteiro simpático que sempre queria evitar a fadiga, agora bem velhinho, e cada vez mais fatigado, com a saúde frágil, o que acaba resultando na sua morte nas últimas páginas. O Chaves trata a morte do Jaiminho com uma inocente naturalidade, o que retrata de forma inteligente a relação das crianças com a morte.
Naturalmente, é só uma versão posterior, um "como poderia ter sido". Tudo bem que o Bolaños é o criador do personagem, mas é evidente que ele nunca pensou no conteúdo do tal diário no processo de criação do Chaves e dos outros personagens da vila.

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