sexta-feira, agosto 27, 2010

ESPECIAL FRASIER | PARTE 1


Na última vez que vimos o psiquiatra Frasier Crane, estávamos em 1993. Ele vivia em Boston e frequentava o Cheers, bar onde passou intensos nove anos da sua vida.

Com o fim iminente da série Cheers (1982-1993) o ator Kelsey Grammer tratou de se mexer. Deixou seu futuro nas mãos dos produtores David Angell, Peter Casey e David Lee, que depois de conceber toda sorte de ideias, acabaram optando pela mais simples: deixem o Kelsey seguir com o Frasier, e vamos ver no que dá.

Deu certo. Mas pra começar, vamos apenas fazer um esboço sobre o enredo da série Frasier (1993-2004), talvez o spin-off (série que nasceu de uma outra) mais bem-sucedido de todos os tempos. Algo perto do que Joey (derivada de Friends) um dia sonhou ser... E não conseguiu.

No Brasil, Frasier é exibida diariamente pelo canal Sony. Clique aqui e veja os horários.

Naquele mesmo ano (1993), o personagem-título dá adeus a Boston e vai cumprir uma nova etapa na sua vida. Divorciado, após um casamento fracassado com a psiquiatra de coração frio Lilith (Bebe Newirth), mãe do seu único filho Frederick, ele agora vive em Seattle uma vida completamente diferente, como estrela do programa de rádio The Dr. Frasier Crane Show, que se torna uma das maiores audiências da emissora KACL. No piloto "O bom filho", ele resume sua atual fase da seguinte forma: "Seis meses atrás eu vivia em Boston. Minha mulher me abandonou, o que foi muito doloroso. E depois ela voltou, o que foi torturante. Além disso, meu consultório estava estagnado e a minha vida social consistia em... Bem, eu ia ao mesmo bar todas as noites. Eu me agarrava a uma vida que não me servia mais. Eu tinha que fazer algo. Qualquer coisa. Terminei meu casamento, fiz minhas malas e me mudei de volta para Seattle".

Os ouvintes, interpretados anonimamente por celebridades, sempre ligavam em busca de uma luz para seus problemas. Por exemplo, no episódio "Vendendo-se" (1ª temporada), Frasier atende a ligação de um espectador, que vai contando:
Ouvinte: Eu tive um óptimo ano! E resolvi me presentear. Então, comprei uma coisa que queria muito: um iate de 48 pés. Sabe quanto me custou? Vou te dizer. US$ 300.000, sem contar os US$ 20.000 pelo deque de teca. Vou te dizer qual é o problema. Minha esposa quer chamá-lo 'Lulubelle' em homenagem à mãe. Lulubelle?! Eu sugeri batizá-lo de 'Intrépido'. Então, como acha que ele deve se chamar: 'Lulubelle' ou 'Intrépido'?

[pausa]
Frasier: Roger, na Universidade Cornell há um... equipamento científico incrível, chamado "microscópio de elétrons". É um microscópio poderoso que emite elétrons e nos permite ver imagens reais do átomo, a menor partícula do nosso Universo. Roger, mesmo que eu estivesse usando esse microscópio, eu não conseguiria enxergar o meu interesse nesse seu problema.
Roz (Peri Gilpin), é a competente produtora do programa de rádio, amiga fiel, mas que fora do ar sofre com uma fracassada vida amorosa. Ou melhor, Roz (abreviação de Rozalinda) até gostaria de encontrar o homem ideal, mas a eterna busca acaba não sendo exatamente um sacrifício para ela, uma devoradora de homens. Na 5ª temporada, ela dá à luz Alice, de um ex-namorado, e na 9ª a produtora tem um rápido affair com Frasier.

Justo quando estava se acostumando à nova vida, um novo elemento caiu sobre os ombros Frasier: seu pai Martin Crane (John Mahoney) está vindo morar com ele, e na bagagem vem trazendo o seu estranho cachorrinho Eddie (Moose).

Quando policial, Martin foi atingido com uma bala no quadril durante um assalto quando estava prestes a se aposentar. Viúvo, ele só tem aos filhos, e o caçula Niles consegue empurrar o velho para o irmão. É um verdadeiro choque na rotina de Frasier, já que o pai é resmungão e muito espaçoso.

Com a falecida mãe (que chegou a aparecer em Cheers) os meninos Crane aprenderam a ser refinados. O que para Martin é pura frescura, e olha que ele se esforça para agradar.

Veja um diálogo entre Frasier e seu pai, no 2º episódio ("Problemas de espaço"):



Martin: Venha se sentar, o café da manhã está pronto.
Frasier: Não, pai, eu só como um bolinho e um pouco de iogurte...

Martin: Comida de mariquinhas. Preparei seu café da manhã, fiz "ovos no ninho".

Frasier: Ah, sim, a especialidade dos Crane. Ovos fritos nadando em gordura servidos em uma fatia de pão branco. Posso sentir meu ventrículo esquerdo fechando enquanto falo.

Martin: Quer queijo em cima?


Frasier: Não, não! É preciso algum fluxo sanguíneo para o coágulo chegar rapidamente ao meu cérebro.
Niles e Daphne

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Irmão mais novo de Frasier, o também psiquiatra Niles Crane (David Hyde Pierce) era casado com Maris, uma socialite excêntrica e de pouca índole cujo rosto nunca foi mostrado.

Para ajudar na recuperação do pai, contratam a britânica Daphne Moon (Jane Leeves), que veio com um bônus: além de fisioterapeuta, "ela é médium", descreveu Frasier para Niles. "Nós decidimos achar isso charmoso". E Niles, ao visitá-los no apartamento e se deparar com Daphne pela primeira vez, apaixona-se instantaneamente. Como é casado e cheio de valores, ele passará anos torturado por esse conflito. A moça, porém, não faz ideia disso.

Niles e a misteriosa Maris se divorciam na 3ª temporada. No episódio "Moon Dance", ele tem aulas de dança com Daphne e a leva como acompanhante a um baile da sociedade, apenas para provar a todos que tinha sobrevivido à separação e não era digno de pena. Após um tango explosivo, ele não se contém e solta: "Eu te adoro!"; e Daphne corresponde: "Eu te adoro também". "O quê?!", e ela repete. "Como eu amei essas palavras!" "E como eu amei dizê-las!". Beijam-se. A cena é considerada uma das melhores sequências de dança da TV e o episódio, o primeiro dirigido por Kelsey Grammer, ganhou o Emmy de Melhor Roteiro.

Mas para a tristeza dele, Daphne estava achando que tudo aquilo fazia parte do esquema. Ao final da festa, tudo voltou ao normal, Niles com seu amor escondido e ela sem desconfiar.

Os "finalmentes" só acontecem na 7ª temporada: cheio de remédios na cabeça, Frasier revela à Daphne os sentimentos do irmão (que àquela altura já tinha superado). Ela se dá conta de que sente o mesmo por ele, mas mantém o silêncio e decide se casar com outro "pelo bem de todos". Quando Niles descobre, consegue impedir o casamento e os dois fogem juntos. O episódio em questão foi mais assistido da série: 33.7 milhões de estadunidenses acompanharam apreensivos os acontecimentos acima descritos. Até agora, é a 8ª maior audiência da década - e não se refere ao último episódio, ao contrário do que costuma ser divulgado.

Painel
Audiência completa de Frasier, de 1993 a 2004

http://a.imageshack.us/img594/3475/audincia.jpg

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2 comentários:

Alan Raspante disse...

Cara, mais uma vez fico impressionado com os seus especiais. São muito bem feitos e você faz questão de analisar tudo, por cada detalhe. Enfim, matéria de muito bom gosto. Assim como "Cheers" não conhecia "Frasier", mais estou gostando de saber mais.
Esperando a PARTE 2!

J. Júnior disse...

Assino embaixo no que o Alan Raspante disse. Seus especiais são incríveis e demonstram todo o cuidado em repassar conteúdos de muita qualidade. Com o Especial Frasier não está sendo diferente. Muito bom!

Achei muito engraçado o trecho do diálogo dele com o ouvinte e já dá para perceber que o humor da série é sempre acompanhado por inteligência, o que deve deixá-la ainda melhor. Você tem muito bom gosto.

Fiquei curioso para saber porque o cachorrinho Eddie é considerado estranho. Coitado... rsrsrs

No aguardo da 2º parte! Abraço.

"Blog de humor e fantasia, criado para fins de entretenimento, apenas. As informações e opiniões aqui contidas podem não corresponder à realidade. Se você se ofendeu com alguma postagem, certamente a mesma se trata uma ficção que deve ser imediatamente desconsiderada, e não levada a sério"
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